[forum-prof] Algumas propostas para a UFRJ...

Luiz Felipe Coelho coelho at if.ufrj.br
Wed Jan 5 11:49:00 BRST 2005


Prezado Luiz Eduardo
Prezados colegas

Teu levantamento sobre a fragmentação da Química concorda com o que me 
lembro da época em que dava aula de Física para a Farmácia.  A área de 
Química se espalhava pelo IQ, EQ, PEQ/COPPE (bem integrada à EQ), IBQ, 
Farmacologia/ICB, Nutrição, NPPN. A sub-área de Química de Alimentos se 
espalhava também por todas essas unidades. Em consequência eu encontrava 
alunos e ex-alunos pelos elevadores e corredores do CT e do CCS... Os 
alunos frequentemente faziam estágio no IQ, no ICB e na EQ e alguns depois 
faziam pós no IQ. Os formandos do CEFETEQ (em geral, os melhores alunos) 
iam principalmente para a FF e para o IQ, então um aluno da FF já chegava 
no IQ conhecendo até seus colegas. Além disso ele já conhecia alguns 
professores pois boa parte do seu curso tinha sido ministrada pelo IQ. A 
interação FF-EQ era bem mais fraca.

Além de áreas espalhadas por muitas unidades, há algumas unidades com 
muitas áreas. Um exemplo é o tradicionalíssimo Museu Nacional, com 
pesquisas em Paleontologia, em Geologia, em Biologia, em Arqueologia e em 
Antropologia. Ele evidentemente tem que ser preservado, fortalecido e 
continuar onde está mas é preciso juntar seus pesquisadores aos das 
unidades correspondentes no resto da UFRJ. Em termos administrativos todos 
continuariam em suas unidades - MN, IB, IGeo, FL, IFCS - mas nada impediria 
que houvesse compartilhamento de atividades didáticas e de pesquisa. Outros 
exemplos de unidades com áreas muito diversas são a COPPE e a Escola de 
Comunicação.

Se houvesse uma institucionalização seria possível que disciplinas de 
graduação ou de pós fossem ministradas a partir de um pool bem maior de 
professores, com maior diversidade e qualidade. Como fazer isso é que é o 
problema, pois nossa estrutura supõe que nada disso existe...  O que, um 
geólogo ou um biólogo na COPPE ou no MN? O que, um antropólogo, um 
biblioteconomista ou um teatrólogo na ECO? O que, um especialista em dança 
na Educação Física? O que, físicos e desenhistas industriais no NUTES? Tudo 
isso é bom, é o reconhecimento da interdisciplinariedade inata do 
Conhecimento, apenas tem que ser levado em consideração na estrutura da 
UFRJ e das universidades brasileiras.

Abraços, Felipe

At 06:44 PM 1/4/05 -0200, Prof. Luiz Eduardo wrote:

>Sim, Luiz Felipe,
>
>E o Depto de Alimentos está na Faculdade de Farmacia, enquanto o Programa 
>de Mestrado está no Instituto de Química e a graduação em Engenharia de 
>Alimentos está... não sei, mas está em algum lugar do C.T.
>
>Microbiologia era do Depto de Alimentos, de onde saiu 40 ou 50 anos atras, 
>e terminou virando um Instituto muito maior que seu ex-Departamento, o 
>qual anda querendo abrir concurso numa vaga de Microbiologia, e por aí vai.
>
>Essa alternativa de termos Faculdades com seus Departamentos e, ao mesmo 
>tempo, termos Institutos e Departamentos que repetem áreas de conhecimento 
>e laboratório, isso, definitivamente, não racionaliza a aplicação de 
>recursos financeiros (e humanos) em laboratórios, equipamentos e bibliografia.
>
>Podemos estabelecer pontes de caráter pessoal, por iniciativas pessoais, 
>mas a instituição também precisa ser articulada e ordenada institucionalmente.
>
>Ok que, enquanto isso não se dá, tentemos quebrar os galhos e tocar a barca.
>Mas não podemos aceitar isso como natural, moral, legal e diet.
>
>Luiz Eduardo
>
>
>
>At 18:31 4/1/2005, you wrote:
>>Oi Lucia
>>
>>O teu ponto sobre Linguística é super interessante, estar na FL e no MN, 
>>mas é mais comum do que parece.
>>
>>Conheci recentemente um grupo chamado Programa Avançado de Neurociências, 
>>com pesquisadores da Biofísica, da Letras (Linguística), da COPPE 
>>(Engenharia Biomédica) e de outras unidades. Hoje estudos linguísticos 
>>podem estar associados a estudos da fisiologia do cérebro assim como do 
>>reconhecimento de padrões auditivos e inteligência artificial.
>>
>>A Geografia tem contato com os 6 centros da UFRJ: um lado social (o 
>>dominante aqui na UFRJ, com contatos com a História e a Sociologia, do 
>>CFCH), um lado biológico (com contatos com a Ecologia, do CCS, um lado 
>>urbano (contatos com Arquitetura/CLA e com Urbanismo/CCJE) e um lado 
>>físico-tecnológico (contatos com a Geologia, a Engenharia Civil, a 
>>Engenharia de Transportes, a Física, a Química, a Estatística e a 
>>Computação, do CCMN e do CT). Ela está no IGeo/CCMN, como se o lado 
>>físico-tecnológico dominasse, mas no Vestibular está no grupo 5, de artes 
>>e ciências sociais e humanas, o que talvez esteja mais de acordo. Os 
>>professores que conheço da área social da Geografia se sentem meio 
>>prisioneiros no IGeo, vítimas do lado cartográfico e físico da Geografia, 
>>e prefeririam estar no IFCS. No entanto qualquer que seja o centro os 
>>outros três lados seriam também prejudicados. Deveria haver o Instituto 
>>de Geografia, com vários departamentos e que poderia estar ou no CCMN ou 
>>no CFCH. Essa é uma questão muito antiga, quando fiz vestibular a 
>>Geografia fez parte do unificado da área humana e social, o COMSART, e 
>>depois foi para o das áreas exatas, o COMCITEC.
>>
>>O Ensino de Ciências está na Educação/ CFCH, no NUTES e no IB/CCS, no IF, 
>>no IM, no IQ e no NCE/CCMN, alguns deles só com pesquisa. Há várias 
>>pós-graduações, existentes ou projetadas.
>>
>>A Bioquímica está no IQ, no novíssimo IBq (ex-Bioquímica do ICB) e na EQ.
>>
>>A situação da Linguística é parecida portanto com a desses quatro casos. 
>>Nossa estrutura não vai sofrer a revolução que precisa, mas poderíamos 
>>avançar para a criação de áreas interdisciplinares, cada uma com uma 
>>pós-graduação e um status institucional, mas com o professor podendo ser 
>>de duas ou mais. Por exemplo, professores na FAU ou no IPPUR vendo os 
>>aspectos geográficos do Urbanismo ou na Geografia vendo os aspectos 
>>urbanísticos da Geografia, teriam que estar juntos tanto na área de 
>>Urbanismo quanto na de Geografia, teriam dupla nacionalidade...
>>
>>Como operacionalizar isso é que é difícil, mas para mim eu eliminaria os 
>>departamentos e ficaria com as áreas, que em muitos casos coincidiriam 
>>com os departamentos, mas em outros não. A diferença é que um professor 
>>poderia ser de duas áreas quando hoje só pode ser de um departamento. 
>>Cada área teria em princípio um curso de graduação e/ou um programa de 
>>PG, e o colegiado da área seria equivalente ao atual Corpo Deliberativo. 
>>Isso sou eu pensando em voz alta, gostaria de ouvir opiniões.
>>
>>Abraços, Felipe
>>
>>At 05:47 PM 12/30/04 -0200, Lucia Q. wrote:
>>
>>>Caro Felipe,
>>>O que não faz sentido no CLA é linguística, que está longe de ser 
>>>letras, ou outra área qualquer a não ser a antropologia ou as ciências 
>>>da cognição, que não temos na UFRJ. Hoje acha-se dividida (graças à 
>>>gloriosa revolução e ao autoritarismo que imperou na UFRJ) em 2 partes, 
>>>1 na Letras e 1 no MN, na Antropologia Social. A linguística, que tem 
>>>potencial de ser um curso 7 e de se ocupar do seu campo de estudos, fica 
>>>enxugando gelo na Letras, prestando serviço aos cursos de Letras (tal 
>>>como a matemática faz p/ outros cursos), que não se interessam em sua 
>>>maioria pelas questões da linguística.
>>>As outras áreas de Letras vêem a linguística como uma disciplina ancilar 
>>>de português, que não entendem e não querem entender. (Podemos continuar 
>>>dando apoio a essas áreas, mas como disciplinas optativas, já que o 
>>>aluno e o professor de letras, via de regra, não aceitam o modelo da 
>>>linguística para as lingua(gem)s humanas. Preferem manter um "latim 
>>>genérico"e um "grego genérico'" no currículo, com 2 anos obrigatórios, 
>>>que supostamente dariam aos alunos um modelo para pensarem línguas. Ou 
>>>seja, gostam do modelo medieval de línguas).
>>>Isso, em um país com mais de 200 línguas indígenas que não 'cabem no 
>>>modelo latino" e muitíssimas línguas européias e asiáticas faladas como 
>>>língua materna. É um descalabro!
>>>Enquanto tentamos em vão "desemburrar" alunos de letras, estrageiros do 
>>>SIL, Novas tribos, CEU, CIMI e sei lá que mais estão ativos nas tribos 
>>>brasileiras convertendo índios! E o governo brasileiro dá graças a deus 
>>>por termos um país com uma só língua e uma só cultura. É de chorar.
>>>Bom, como desabafo de fim de ano chega. Bom 2005 para todos nós.
>>>Lucia Q.
>>
>>
>>--
>>No virus found in this outgoing message.
>>Checked by AVG Anti-Virus.
>>Version: 7.0.300 / Virus Database: 265.6.8 - Release Date: 1/3/05
>>
>>
>>_______________________________________________
>>forum-prof mailing list
>>forum-prof at listas.if.ufrj.br
>>http://webmail.if.ufrj.br/mailman/listinfo/forum-prof
>
>
>No virus found in this incoming message.
>Checked by AVG Anti-Virus.
>Version: 7.0.300 / Virus Database: 265.6.8 - Release Date: 1/3/05
-------------- next part --------------
An HTML attachment was scrubbed...
URL: <http://listas.if.ufrj.br/pipermail/forum-prof/attachments/20050105/93e22fa9/attachment.html>
-------------- next part --------------


No virus found in this outgoing message.
Checked by AVG Anti-Virus.
Version: 7.0.300 / Virus Database: 265.6.8 - Release Date: 1/3/05


More information about the Forum-Prof mailing list