<html>
<body>
Prezado Luiz Eduardo<br>
Prezados colegas<br><br>
Teu levantamento sobre a fragmentação da Química concorda com o que me
lembro da época em que dava aula de Física para a Farmácia.  A área
de Química se espalhava pelo IQ, EQ, PEQ/COPPE (bem integrada à EQ), IBQ,
Farmacologia/ICB, Nutrição, NPPN. A sub-área de Química de Alimentos se
espalhava também por todas essas unidades. Em consequência eu encontrava
alunos e ex-alunos pelos elevadores e corredores do CT e do CCS... Os
alunos frequentemente faziam estágio no IQ, no ICB e na EQ e alguns
depois faziam pós no IQ. Os formandos do CEFETEQ (em geral, os melhores
alunos) iam principalmente para a FF e para o IQ, então um aluno da FF já
chegava no IQ conhecendo até seus colegas. Além disso ele já conhecia
alguns professores pois boa parte do seu curso tinha sido ministrada pelo
IQ. A interação FF-EQ era bem mais fraca.<br><br>
Além de áreas espalhadas por muitas unidades, há algumas unidades com
muitas áreas. Um exemplo é o tradicionalíssimo Museu Nacional, com
pesquisas em Paleontologia, em Geologia, em Biologia, em Arqueologia e em
Antropologia. Ele evidentemente tem que ser preservado, fortalecido e
continuar onde está mas é preciso juntar seus pesquisadores aos das
unidades correspondentes no resto da UFRJ. Em termos administrativos
todos continuariam em suas unidades - MN, IB, IGeo, FL, IFCS - mas nada
impediria que houvesse compartilhamento de atividades didáticas e de
pesquisa. Outros exemplos de unidades com áreas muito diversas são a
COPPE e a Escola de Comunicação.<br><br>
Se houvesse uma institucionalização seria possível que disciplinas de
graduação ou de pós fossem ministradas a partir de um pool bem maior de
professores, com maior diversidade e qualidade. Como fazer isso é que é o
problema, pois nossa estrutura supõe que nada disso existe...  O
que, um geólogo ou um biólogo na COPPE ou no MN? O que, um antropólogo,
um biblioteconomista ou um teatrólogo na ECO? O que, um especialista em
dança na Educação Física? O que, físicos e desenhistas industriais no
NUTES? Tudo isso é bom, é o reconhecimento da interdisciplinariedade
inata do Conhecimento, apenas tem que ser levado em consideração na
estrutura da UFRJ e das universidades brasileiras.<br><br>
Abraços, Felipe<br><br>
At 06:44 PM 1/4/05 -0200, Prof. Luiz Eduardo wrote:<br><br>
<blockquote type=cite class=cite cite><b>Sim, Luiz Felipe,<br><br>
E o Depto de Alimentos está na Faculdade de Farmacia, enquanto o Programa
de Mestrado está no Instituto de Química e a graduação em Engenharia de
Alimentos está... não sei, mas está em algum lugar do C.T.<br><br>
Microbiologia era do Depto de Alimentos, de onde saiu 40 ou 50 anos
atras, e terminou virando um Instituto muito maior que seu
ex-Departamento, o qual anda querendo abrir concurso numa vaga de
Microbiologia, e por aí vai.<br><br>
Essa alternativa de termos Faculdades com seus Departamentos e, ao mesmo
tempo, termos Institutos e Departamentos que repetem áreas de
conhecimento e laboratório, isso, definitivamente, não racionaliza a
aplicação de recursos financeiros (e humanos) em laboratórios,
equipamentos e bibliografia.<br><br>
Podemos estabelecer pontes de caráter pessoal, por iniciativas pessoais,
mas a instituição também precisa ser articulada e ordenada
institucionalmente.<br>
<br>
Ok que, enquanto isso não se dá, tentemos quebrar os galhos e tocar a
barca.<br>
Mas não podemos aceitar isso como natural, moral, legal e diet.<br><br>
Luiz Eduardo<br><br>
<br><br>
</b>At 18:31 4/1/2005, you wrote:<br>
<blockquote type=cite class=cite cite>Oi Lucia<br><br>
O teu ponto sobre Linguística é super interessante, estar na FL e no MN,
mas é mais comum do que parece.<br><br>
Conheci recentemente um grupo chamado Programa Avançado de Neurociências,
com pesquisadores da Biofísica, da Letras (Linguística), da COPPE
(Engenharia Biomédica) e de outras unidades. Hoje estudos linguísticos
podem estar associados a estudos da fisiologia do cérebro assim como do
reconhecimento de padrões auditivos e inteligência artificial.<br><br>
A Geografia tem contato com os 6 centros da UFRJ: um lado social (o
dominante aqui na UFRJ, com contatos com a História e a Sociologia, do
CFCH), um lado biológico (com contatos com a Ecologia, do CCS, um lado
urbano (contatos com Arquitetura/CLA e com Urbanismo/CCJE) e um lado
físico-tecnológico (contatos com a Geologia, a Engenharia Civil, a
Engenharia de Transportes, a Física, a Química, a Estatística e a
Computação, do CCMN e do CT). Ela está no IGeo/CCMN, como se o lado
físico-tecnológico dominasse, mas no Vestibular está no grupo 5, de artes
e ciências sociais e humanas, o que talvez esteja mais de acordo. Os
professores que conheço da área social da Geografia se sentem meio
prisioneiros no IGeo, vítimas do lado cartográfico e físico da Geografia,
e prefeririam estar no IFCS. No entanto qualquer que seja o centro os
outros três lados seriam também prejudicados. Deveria haver o Instituto
de Geografia, com vários departamentos e que poderia estar ou no CCMN ou
no CFCH. Essa é uma questão muito antiga, quando fiz vestibular a
Geografia fez parte do unificado da área humana e social, o COMSART, e
depois foi para o das áreas exatas, o COMCITEC.<br><br>
O Ensino de Ciências está na Educação/ CFCH, no NUTES e no IB/CCS, no IF,
no IM, no IQ e no NCE/CCMN, alguns deles só com pesquisa. Há várias
pós-graduações, existentes ou projetadas.<br><br>
A Bioquímica está no IQ, no novíssimo IBq (ex-Bioquímica do ICB) e na
EQ.<br><br>
A situação da Linguística é parecida portanto com a desses quatro casos.
Nossa estrutura não vai sofrer a revolução que precisa, mas poderíamos
avançar para a criação de áreas interdisciplinares, cada uma com uma
pós-graduação e um status institucional, mas com o professor podendo ser
de duas ou mais. Por exemplo, professores na FAU ou no IPPUR vendo os
aspectos geográficos do Urbanismo ou na Geografia vendo os aspectos
urbanísticos da Geografia, teriam que estar juntos tanto na área de
Urbanismo quanto na de Geografia, teriam dupla nacionalidade...<br><br>
Como operacionalizar isso é que é difícil, mas para mim eu eliminaria os
departamentos e ficaria com as áreas, que em muitos casos coincidiriam
com os departamentos, mas em outros não. A diferença é que um professor
poderia ser de duas áreas quando hoje só pode ser de um departamento.
Cada área teria em princípio um curso de graduação e/ou um programa de
PG, e o colegiado da área seria equivalente ao atual Corpo Deliberativo.
Isso sou eu pensando em voz alta, gostaria de ouvir opiniões.<br><br>
Abraços, Felipe<br><br>
At 05:47 PM 12/30/04 -0200, Lucia Q. wrote:<br><br>
<blockquote type=cite class=cite cite>Caro Felipe,<br>
O que não faz sentido no CLA é linguística, que está longe de ser letras,
ou outra área qualquer a não ser a antropologia ou as ciências da
cognição, que não temos na UFRJ. Hoje acha-se dividida (graças à gloriosa
revolução e ao autoritarismo que imperou na UFRJ) em 2 partes, 1 na
Letras e 1 no MN, na Antropologia Social. A linguística, que tem
potencial de ser um curso 7 e de se ocupar do seu campo de estudos, fica
enxugando gelo na Letras, prestando serviço aos cursos de Letras (tal
como a matemática faz p/ outros cursos), que não se interessam em sua
maioria pelas questões da linguística.<br>
As outras áreas de Letras vêem a linguística como uma disciplina ancilar
de português, que não entendem e não querem entender. (Podemos continuar
dando apoio a essas áreas, mas como disciplinas optativas, já que o aluno
e o professor de letras, via de regra, não aceitam o modelo da
linguística para as lingua(gem)s humanas. Preferem manter um "latim
genérico"e um "grego genérico'" no currículo, com 2 anos
obrigatórios, que supostamente dariam aos alunos um modelo para pensarem
línguas. Ou seja, gostam do modelo medieval de línguas).<br>
Isso, em um país com mais de 200 línguas indígenas que não 'cabem no
modelo latino" e muitíssimas línguas européias e asiáticas faladas
como língua materna. É um descalabro!<br>
Enquanto tentamos em vão "desemburrar" alunos de letras,
estrageiros do SIL, Novas tribos, CEU, CIMI e sei lá que mais estão
ativos nas tribos brasileiras convertendo índios! E o governo brasileiro
dá graças a deus por termos um país com uma só língua e uma só cultura. É
de chorar.<br>
Bom, como desabafo de fim de ano chega. Bom 2005 para todos nós.<br>
Lucia Q.</blockquote><br><br>
-- <br>
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