Análise da UFRJ em livro ???
LuizEduardo
luizeduardo.email at yahoo.com.br
Tue May 10 05:55:57 BRT 2011
Abraham,
O modelo de gestão é decorrencia do "modelo político", das relações
de poder aqui estabelecidas.
Isso não mudará apenas com um livro.
Ou cem livros.
Ou em group de 7 ou 8 professores outsiders.
Este "forum" tem sido um espaço para preciosos registros que
"declaram a História".
As proposições não precisam ser convergentes, porque não estamos
construindo um Plano de Governo.
O que é convergente, e isso sim importa, é a opinião que o sistema faliu,
e que já são ruínas o que estava ainda em construção.
Você entre no CCS e olhe em volta.
Aquilo se tornou um camelódromo.
O pior é que, culturamente, tudo ali vendido é muito inferior ao que
se vende no Saara,
no Camelódromo da Uruguaiana,
no Mercadão de Madureira.
Não há livros.
Não há CDs.
Nas roupinhas...
não há criatividade, originalidade,
nada compatível com o mercado de uma comunidade universitária.
Sequer DVDs piratas.
Só milhares e milhares de roupinhas e bijuterias bregas e cafonas.
AQUILO É A REIFICAÇÃO DO PENSAMENTO E DA CULTURA DA UFRJ.
O que escrevemos aqui não é sobre um novo modelo de gestão.
E´ apenas o registro da destruição.
Pode ter valor histórico.
Pode ser a face de um momento político que atravessamos.
Mas não modifica as relações de poder que impõem a UFRJ 2020.
L.E.
================================================
At 22:20 09/05/2011 -0300, Abraham Zakon wrote:
>Boa noite, Felipe.
>
>Quando a diversidade produz uma convergência de opiniões, como, por exemplo,
>sobre a necessidade evidente de um novo modelo de gestão, então as
>discussões são de grande valor e precisam ser divulgadas para o conjunto
>maior de interessados.
>
>Se Você conseguir relacionar os principais enfoques problemáticos aqui
>apresentados e reunir as sugestões, verá que além do modelo de gestão,
>surgirão critérios de execução das atividades acadêmicas envolvendo
>localização dos colégios/institutos/núcleos/faculdades/escolas, mais
>carreira docente e novas titulações, mais gestão do patrimônio físico e
>segurança.
>
>O que entendo como texto seria reunir várias das suas análises e
>retrospectivas históricas sobre a UFRJ-UB, aceitas pelos participantes desta
>lista, e agregar, também, textos de outros autores aqui registrados.
>
>E tendo Você como autor-editor, o título poderia ser algo como: " Análises
>da UFRJ no Forum-prof" (apenas uma sugestão inicial).
>
>Por ora, tal livro é uma ideia, mas pode ser concretizado do mesmo modo que
>escrevemos alguns artigos para o Jornal da AdUFRJ que nasceram das
>discussões ocorridas aqui no Forum-prof.
>
>AZ
>
>
>-----Mensagem original-----
>De: Luiz Felipe Coelho [mailto:coelho at if.ufrj.br]
>Enviada em: segunda-feira, 9 de maio de 2011 19:09
>Para: Abraham Zakon; forum-prof at listas.if.ufrj.br
>Assunto: Re: A análise da UFRJ está sendo feita neste Forum-prof
>
>Amigo Abraham
>
>Obrigado pelo estímulo, tenho um texto sobre universidade cuja escrita foi
>interrompida há uns dois anos, mas tudo o que foi dito no forum-prof está
>arquivado, desde o início:
>http://webmail.if.ufrj.br/pipermail/forum-prof/
>Olhando as pessoas que escreveram e o que escreveram a única certeza é que
>há grande diversidade de opiniões neste forum. A diversidade infelizmente
>diminuiu (várias pessoas bastante ativas saíram) mas ela é fundamental, pois
>universidade é debate! Adoraria que essa diversidade estivesse presente nos
>colegiados superiores e na reitoria, e que estes não apenas administrassem o
>dia-a-dia da UFRJ mas que pensassem para onde querem que ela vá.
>
>Quanto a conseguirmos discutir melhor do que no processo eleitoral, não sei
>mas não duvidaria pois nenhum de nós está preso à limitação de dizer apenas
>coisas rentáveis em termos de votos.
>
>Essa preocupação de não dizer nada chocante ou inovador leva ao discurso do
>pensamento único. E este não nos leva a lugar algum, só ao status quo, e aí
>não tem discussão.
>
>Abraços, Felipe
>
>
>At 20:25 6/5/2011, Abraham Zakon wrote:
> >Luis Felipe e demais colegas.
> >
> >Não sei se Você possui cópias de todos as mensagens analíticas que
> >emitiu além dos registros de outras mensagens que nós expusemos ao
> >longo dos últimos anos sobre a UFRJ.
> >
> >Nenhum candidato à recente consulta eleitoral foi capaz de "olhar para
> >trás e para os lados" e apresentar propostas em cima de algum
> >diagnóstico da nossa universidade.
> >
> >A sucessão de debates eleitoreiros que nos envolveu foi fraca e
> >envolveu até mensagens caluniosas ou injuriosas totalmente desnecessárias.
> >
> >Sugiro que Você reúna seus melhores escritos e as contribuições de
> >alguns colegas para que possamos formalizar um texto diagnóstico capaz
> >de resultar em propostas concretas para que essa universidade cresça
> >sem o espectro da especulação imobiliária assolando nossos destinos.
> >
> >Parece-me que foram abordados aspectos educacionais, operacionais e
> >administrativos que possibilitariam a qualquer docente ou funcionário e
> >membros do MEC refletir sobre os caminhos que, pelo menos, a UFRJ
> >poderia trilhar.
> >
> >Parece-me muito claro que navegamos ao sabor dos ventos e tempestades,
> >com uma tripulação mais atônita do que decidida a empenhar-se para
> >escolher um rumo certo.
> >
> >Sem algum tipo de consenso, que é o se delineia em nossas discussões, o
> >desgaste interno será crescente.
> >
> >Uma primeira opção seria publicar a coleção de textos (devidamente
> >organizada) em arquivo "pdf" e a segunda seria no modo impresso.
> >
> >Está muito claro que precisamos de edificações adequadas para o ensino
> >e uma estrutura qualificada, numerosa e atuante de funcionários, com
> >salários valorizados em função das sua diplomação assim como ocorre com os
>docentes.
> >
> >Abraços.
> >
> >Abraham Zakon
> >
> >-----Mensagem original-----
> >De: Luiz Felipe Coelho [mailto:coelho at if.ufrj.br] Enviada em:
> >sexta-feira, 6 de maio de 2011 19:39
> >Para: Abraham Zakon; forum-prof at listas.if.ufrj.br
> >Assunto: Re: [forum-prof] RES: A UFRJ e o paralelismo com o edifício
> >Avenida Central
> >
> >Oi Zakon, Luiz Eduardo e todos
> >
> >Há muitas comissões em todos os âmbitos mas o pior é que muitos
> >professores, por não terem apoio administrativo e técnico
> >eficiente/suficiente, fazem atividades administrativas e técnicas. Isto
> >inclue não apenas os chefes de departamento, os diretores, os decanos,
> >a equipe da Reitoria e os membros dos colegiados e comissões
> >superiores, mas (a) os membros das COAA, (b) os coordenadores dos
> >cursos, (c) os coordenadores de disciplinas com mais de uma turma
> >(essas são comuns no Básico mas a função é ignorada pelo SIGA),
> >(d) os coordenadores da Jornada de IC, (e) os responsáveis pelos LIG,
> >(f) os chefes de laboratórios e de projetos de pesquisa, (g) os
> >assessores diversos, (g) os dirigentes de seções da Reitoria, (h) a
> >Prefeitura, (i) etc.
> >
> >Paralelamente, como não há uma estrutura administrativa clara, há
> >duplicação de esforços, perda da memória do que foi feito e conflito de
> >competências, sem falar numa profunda desconfiança quanto à
> >legitimidade de qualquer norma interna ou externa à UFRJ. Há uma enorme
> >boa vontade em fazer coisas mas há muita descoordenação. Aí, se ficamos
> >imersos no dia a dia de micro problemas e de acordos de cavalheiros
> >extremamente complexos, não conseguimos pensar os grandes.
> >
> >Um exemplo de problema grande é a arquitetura dos prédios e o urbanismo
> >da cidade universitária.
> >Alguns prédios do porte do edifício Avenida Central, com 30 a 40
> >andares, seriam o suficiente para conter toda a UFRJ e poderiam estar
> >vizinhos o suficiente para haver um grande prédio administrativo e de
> >convivência, incluindo uma biblioteca central, restaurantes, comércio e
> >centro de convenções. A UFRJ precisa adensar e ter prédios
> >legitimamente universitários.
> >Deveríamos fazer como foi feito nos anos 30 e chamar grandes arquitetos
> >para apresentar projetos. Como estamos a arquitetura e o urbanismo
> >impedem não apenas a convivência entre as unidades mas até dentro das
> >unidades, pois unidades espalhadas em prédios com cem mil metros
> >quadrados, divididas em blocos distantes uns dos outros ou divididas em
> >andares desconectados são intrinsicamente desunidas.
> >
> >Outro exemplo é a gestão do patrimônio. É essencial termos centros de
> >pesquisa da Petrobras, da Eletrobras, da CPRM e futuramente de outras
> >empresas, mas me impressiona que cobremos aluguéis irrisórios por uma
> >área nobre para centros de pesquisa (junto dos laboratórios da
> >universidade, junto do aeroporto, das linhas vermelha e amarela, da
> >avenida Brasil, a poucos minutos da Rio-São Paulo, da Rio-Petrópolis e da
>ponte Rio-Niterói.).
> >Pode ter mudado mas alguns anos atrás esse pagamento era de alguns
> >milhões ao ano por uma área imensa, menos de 1 real ao mês por metro
> >quadrado. O Canecão pagava o aluguel de cerca de 6 mil reais por 5 mil
> >metros quadrados, o que era ofensivo, mas duvido que os centros de
> >pesquisa paguem mais que isso. Eles TEM que estar aqui mas precisam
> >pagar um aluguel razoável, pelo menos 10 ou 20 reais por metro
> >quadrado, pois duvido que alguém alugue qualquer lugar por menos que isso
>no Rio de Janeiro.
> >
> >O Banco do Brasil que concentra a nossa folha de pagamento de cerca de
> >1 bilhão de reais não paga nada à universidade por esse privilégio, ele
> >deveria pagar no mínimo 1%. Temos que loicitar a folha de pagamento e
> >colocá-la no banco que pague melhor retorno à UFRJ, providenciado um
> >atendimento de qualidade aos professores e funcionários. Novamente é
> >essencial ter funcionários de alto nível e bem pagos fazendo a gestão
> >de nosso patrimônio imobiliário e de nossos contratos, da mesma forma
> >que esses funcionários são necessários para os nossos contratos de
> >manutenção de elevadores. Gostaria de ter esperanças, mas o que vejo é
> >uma universidade sem gestão e onde a prática em geral é montar
> >comissões com docentes para fazer o trabalho técnico... O que podemos
> >fazer é tentar buscar o consenso da necessidade de mudança.
> >
> >Abraços
> >Felipe
> >
> >
> >
> >
> >.
> >At 23:08 5/5/2011, Abraham Zakon wrote:
> > >Felipe.
> > >
> > >Mais uma vez, uma análise muito bem colocada.
> > >
> > >Acrescento, apenas, uma indagação.
> > >
> > >Quantas comissões existem na UFRJ que executam tarefas que deveriam
> > >ser atribuições de funcionários, chefes, diretores e funcionários?
> > >
> > >São centenas de comissões por decania?
> > >
> > >AZ
> > >
> > >-----Mensagem original-----
> > >De: forum-prof-bounces at if.ufrj.br
> > >[mailto:forum-prof-bounces at if.ufrj.br] Em nome de Luiz Felipe Coelho
> > >Enviada em: quinta-feira, 5 de maio de 2011 16:26
> > >Para: forum-prof at listas.if.ufrj.br
> > >Assunto: [forum-prof] A UFRJ e o paralelismo com o edifício Avenida
> > >Central
> > >
> > >Prezados colegas
> > >
> > >Acabo de ler um artigo no Globo de hoje sobre os
> > >50 anos do edifício Avenida Central. Doze mil pessoas trabalham no
> > >prédio e cerca de 160 mil pessoas passam por lá diariamente. Na
> > >recente consulta eleitoral da UFRJ mencionou-se termos
> > >3500 professores e 9000 funcionários, ou seja, o número total é
> > >similar aos
> > >12 mil do Av. Central.
> > >Temos 48 mil alunos, incluindo os dos polos do CEDERJ, o que é um
> > >número muito menor que o dos visitantes do Av. Central. Os números de
> > >usuários do Avenida Central são assim menores que os números
> > >respectivos da UFRJ (o site do Edifício fala em só 140 mil visitantes
> >diários).
> > >
> > >Em seus 37 andares há 1061 salas. O edifício tem
> > >18 elevadores, dos quais 15 são para 20 passageiros. Esses números
> > >são também similares aos da UFRJ (6 elevadores no CT, 6 na EBA,
> > >outros tantos no HU), só que lá os elevadores funcionam.
> > >Há um sistema pioneiro anti-incêndio e há 12 escadas rolantes (não
> > >temos nem um nem outro).
> > >Para manter tudo isso o orçamento mensal do condomínio (iluminação,
> > >segurança, 18 elevadores, escadas rolantes, limpeza, etc) é de 1,6
> > >milhões por mês (19 milhões por ano).
> > >
> > >Duvido que com um orçamento que é um décimo do da UFRJ haja lá lixo e
> > >equipamento inservível nos corredores, goteiras, ratos e elevadores
> > >parados e com funcionamento precário. Aqui no bloco A do CT só 1 dos
> > >4 elevadores sociais funciona, e neste que funciona a ascensorista
> > >tem ordem de deixar entrar menos que os 16 previstos. No prédio da
> > >FAU (dou aula lá) a situação é menos dramática, mas só 3 dos 6
> > >elevadores
> >funcionam.
> > >No prédio do CCS (onde também dou aula) o problema crônico dos
> > >elevadores da UFRJ é resolvido não tendo elevadores, só escadas
> > >tradicionais, as não-rolantes...
> > >
> > >Essa é a diferença de ter gestão ou não ter.
> > >Na UFRJ a administração dos prédios é terceirizada pela Reitoria
> > >para as decanias e unidades, que não tem recursos para tal, aí ocorre
> > >isso, elevadores enguiçados ou funcionando precariamente. No Avenida
> > >Central o síndico que deixasse esse caos de elevadores ou seria
> > >deposto ou ouviria críticas ferozes na assembléia do condomínio. Aqui
> > >administrações sucessivas culpam o neoliberalismo, a falta de verbas,
> > >a tradição de caos da UFRJ, a lei das licitações públicas, o TCU, o
> > >Governo Federal, etc, etc, culpam qualquer um menos a elas mesmas. É
> > >a mesma questão da luta pelo metrô no Fundão (há uma estação ao lado
> > >do Avenida Central) e dos estacionamentos da UFRJ, cada um
> > >pertencendo não à UFRJ mas a uma unidade ou a um centro. Precisamos
> > >ter uma administração na UFRJ desde as grandes questões da
> > >universidade no século XXI até as muito pequenas, como
> > >engarrafamentos, estacionamentos e elevadores enguiçados eternamente.
> > >Precisamos cobrar nos colegiados superiores que, se a Reitoria
> > >delegar funções, delegue as
> >verbas para cumprí-las.
> > >
> > >Abraços, Felipe Coelho
> > >--
> > >PS:Da página do Edifício Avenida Central:
> > >"Construído a partir de 1958 e inaugurado em 22 de maio de 1961, o
> > >edifício de 110 metros de altura, inspirado nos arranha-céus dos
> > >Estados Unidos e Chicago já foi considerado o mais moderno do mundo
> > >e o mais alto do Brasil. São 34 andares, 18 elevadores, 12 escadas
> > >rolantes, 6 usinas de ar condicionado e um heliponto. Por mês, o
> > >consumo de água atinge os 20 milhões de litros, suficientes para
> > >abastecer uma cidade de
> > >25 mil habitantes. Os números revelam a grandiosidade da obra que
> > >possui
> > >1.061 salas de escritório e 194 lojas e que ganhou fôlego
> > >extraordinário, em 1981, com a inauguração da estação do metrô do
> > >Largo da Carioca. Diariamente exceto aos domingos cerca 140 mil
> > >pessoas circulam em suas áreas. Com tranqüilidade e segurança
> > >garantida 24 horas,
> >por câmeras e 80 seguranças.
> > >Além da equipe da Brigada de Incêndio. "
> > >
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