[forum-prof] RESAZ: Análise da UFRJ em livro
Abraham Zakon
azakon2 at globo.com
Mon May 9 22:20:39 BRT 2011
Boa noite, Felipe.
Quando a diversidade produz uma convergência de opiniões, como, por exemplo,
sobre a necessidade evidente de um novo modelo de gestão, então as
discussões são de grande valor e precisam ser divulgadas para o conjunto
maior de interessados.
Se Você conseguir relacionar os principais enfoques problemáticos aqui
apresentados e reunir as sugestões, verá que além do modelo de gestão,
surgirão critérios de execução das atividades acadêmicas envolvendo
localização dos colégios/institutos/núcleos/faculdades/escolas, mais
carreira docente e novas titulações, mais gestão do patrimônio físico e
segurança.
O que entendo como texto seria reunir várias das suas análises e
retrospectivas históricas sobre a UFRJ-UB, aceitas pelos participantes desta
lista, e agregar, também, textos de outros autores aqui registrados.
E tendo Você como autor-editor, o título poderia ser algo como: " Análises
da UFRJ no Forum-prof" (apenas uma sugestão inicial).
Por ora, tal livro é uma ideia, mas pode ser concretizado do mesmo modo que
escrevemos alguns artigos para o Jornal da AdUFRJ que nasceram das
discussões ocorridas aqui no Forum-prof.
AZ
-----Mensagem original-----
De: Luiz Felipe Coelho [mailto:coelho at if.ufrj.br]
Enviada em: segunda-feira, 9 de maio de 2011 19:09
Para: Abraham Zakon; forum-prof at listas.if.ufrj.br
Assunto: Re: A análise da UFRJ está sendo feita neste Forum-prof
Amigo Abraham
Obrigado pelo estímulo, tenho um texto sobre universidade cuja escrita foi
interrompida há uns dois anos, mas tudo o que foi dito no forum-prof está
arquivado, desde o início:
http://webmail.if.ufrj.br/pipermail/forum-prof/
Olhando as pessoas que escreveram e o que escreveram a única certeza é que
há grande diversidade de opiniões neste forum. A diversidade infelizmente
diminuiu (várias pessoas bastante ativas saíram) mas ela é fundamental, pois
universidade é debate! Adoraria que essa diversidade estivesse presente nos
colegiados superiores e na reitoria, e que estes não apenas administrassem o
dia-a-dia da UFRJ mas que pensassem para onde querem que ela vá.
Quanto a conseguirmos discutir melhor do que no processo eleitoral, não sei
mas não duvidaria pois nenhum de nós está preso à limitação de dizer apenas
coisas rentáveis em termos de votos.
Essa preocupação de não dizer nada chocante ou inovador leva ao discurso do
pensamento único. E este não nos leva a lugar algum, só ao status quo, e aí
não tem discussão.
Abraços, Felipe
At 20:25 6/5/2011, Abraham Zakon wrote:
>Luis Felipe e demais colegas.
>
>Não sei se Você possui cópias de todos as mensagens analíticas que
>emitiu além dos registros de outras mensagens que nós expusemos ao
>longo dos últimos anos sobre a UFRJ.
>
>Nenhum candidato à recente consulta eleitoral foi capaz de "olhar para
>trás e para os lados" e apresentar propostas em cima de algum
>diagnóstico da nossa universidade.
>
>A sucessão de debates eleitoreiros que nos envolveu foi fraca e
>envolveu até mensagens caluniosas ou injuriosas totalmente desnecessárias.
>
>Sugiro que Você reúna seus melhores escritos e as contribuições de
>alguns colegas para que possamos formalizar um texto diagnóstico capaz
>de resultar em propostas concretas para que essa universidade cresça
>sem o espectro da especulação imobiliária assolando nossos destinos.
>
>Parece-me que foram abordados aspectos educacionais, operacionais e
>administrativos que possibilitariam a qualquer docente ou funcionário e
>membros do MEC refletir sobre os caminhos que, pelo menos, a UFRJ
>poderia trilhar.
>
>Parece-me muito claro que navegamos ao sabor dos ventos e tempestades,
>com uma tripulação mais atônita do que decidida a empenhar-se para
>escolher um rumo certo.
>
>Sem algum tipo de consenso, que é o se delineia em nossas discussões, o
>desgaste interno será crescente.
>
>Uma primeira opção seria publicar a coleção de textos (devidamente
>organizada) em arquivo "pdf" e a segunda seria no modo impresso.
>
>Está muito claro que precisamos de edificações adequadas para o ensino
>e uma estrutura qualificada, numerosa e atuante de funcionários, com
>salários valorizados em função das sua diplomação assim como ocorre com os
docentes.
>
>Abraços.
>
>Abraham Zakon
>
>-----Mensagem original-----
>De: Luiz Felipe Coelho [mailto:coelho at if.ufrj.br] Enviada em:
>sexta-feira, 6 de maio de 2011 19:39
>Para: Abraham Zakon; forum-prof at listas.if.ufrj.br
>Assunto: Re: [forum-prof] RES: A UFRJ e o paralelismo com o edifício
>Avenida Central
>
>Oi Zakon, Luiz Eduardo e todos
>
>Há muitas comissões em todos os âmbitos mas o pior é que muitos
>professores, por não terem apoio administrativo e técnico
>eficiente/suficiente, fazem atividades administrativas e técnicas. Isto
>inclue não apenas os chefes de departamento, os diretores, os decanos,
>a equipe da Reitoria e os membros dos colegiados e comissões
>superiores, mas (a) os membros das COAA, (b) os coordenadores dos
>cursos, (c) os coordenadores de disciplinas com mais de uma turma
>(essas são comuns no Básico mas a função é ignorada pelo SIGA),
>(d) os coordenadores da Jornada de IC, (e) os responsáveis pelos LIG,
>(f) os chefes de laboratórios e de projetos de pesquisa, (g) os
>assessores diversos, (g) os dirigentes de seções da Reitoria, (h) a
>Prefeitura, (i) etc.
>
>Paralelamente, como não há uma estrutura administrativa clara, há
>duplicação de esforços, perda da memória do que foi feito e conflito de
>competências, sem falar numa profunda desconfiança quanto à
>legitimidade de qualquer norma interna ou externa à UFRJ. Há uma enorme
>boa vontade em fazer coisas mas há muita descoordenação. Aí, se ficamos
>imersos no dia a dia de micro problemas e de acordos de cavalheiros
>extremamente complexos, não conseguimos pensar os grandes.
>
>Um exemplo de problema grande é a arquitetura dos prédios e o urbanismo
>da cidade universitária.
>Alguns prédios do porte do edifício Avenida Central, com 30 a 40
>andares, seriam o suficiente para conter toda a UFRJ e poderiam estar
>vizinhos o suficiente para haver um grande prédio administrativo e de
>convivência, incluindo uma biblioteca central, restaurantes, comércio e
>centro de convenções. A UFRJ precisa adensar e ter prédios
>legitimamente universitários.
>Deveríamos fazer como foi feito nos anos 30 e chamar grandes arquitetos
>para apresentar projetos. Como estamos a arquitetura e o urbanismo
>impedem não apenas a convivência entre as unidades mas até dentro das
>unidades, pois unidades espalhadas em prédios com cem mil metros
>quadrados, divididas em blocos distantes uns dos outros ou divididas em
>andares desconectados são intrinsicamente desunidas.
>
>Outro exemplo é a gestão do patrimônio. É essencial termos centros de
>pesquisa da Petrobras, da Eletrobras, da CPRM e futuramente de outras
>empresas, mas me impressiona que cobremos aluguéis irrisórios por uma
>área nobre para centros de pesquisa (junto dos laboratórios da
>universidade, junto do aeroporto, das linhas vermelha e amarela, da
>avenida Brasil, a poucos minutos da Rio-São Paulo, da Rio-Petrópolis e da
ponte Rio-Niterói.).
>Pode ter mudado mas alguns anos atrás esse pagamento era de alguns
>milhões ao ano por uma área imensa, menos de 1 real ao mês por metro
>quadrado. O Canecão pagava o aluguel de cerca de 6 mil reais por 5 mil
>metros quadrados, o que era ofensivo, mas duvido que os centros de
>pesquisa paguem mais que isso. Eles TEM que estar aqui mas precisam
>pagar um aluguel razoável, pelo menos 10 ou 20 reais por metro
>quadrado, pois duvido que alguém alugue qualquer lugar por menos que isso
no Rio de Janeiro.
>
>O Banco do Brasil que concentra a nossa folha de pagamento de cerca de
>1 bilhão de reais não paga nada à universidade por esse privilégio, ele
>deveria pagar no mínimo 1%. Temos que loicitar a folha de pagamento e
>colocá-la no banco que pague melhor retorno à UFRJ, providenciado um
>atendimento de qualidade aos professores e funcionários. Novamente é
>essencial ter funcionários de alto nível e bem pagos fazendo a gestão
>de nosso patrimônio imobiliário e de nossos contratos, da mesma forma
>que esses funcionários são necessários para os nossos contratos de
>manutenção de elevadores. Gostaria de ter esperanças, mas o que vejo é
>uma universidade sem gestão e onde a prática em geral é montar
>comissões com docentes para fazer o trabalho técnico... O que podemos
>fazer é tentar buscar o consenso da necessidade de mudança.
>
>Abraços
>Felipe
>
>
>
>
>.
>At 23:08 5/5/2011, Abraham Zakon wrote:
> >Felipe.
> >
> >Mais uma vez, uma análise muito bem colocada.
> >
> >Acrescento, apenas, uma indagação.
> >
> >Quantas comissões existem na UFRJ que executam tarefas que deveriam
> >ser atribuições de funcionários, chefes, diretores e funcionários?
> >
> >São centenas de comissões por decania?
> >
> >AZ
> >
> >-----Mensagem original-----
> >De: forum-prof-bounces at if.ufrj.br
> >[mailto:forum-prof-bounces at if.ufrj.br] Em nome de Luiz Felipe Coelho
> >Enviada em: quinta-feira, 5 de maio de 2011 16:26
> >Para: forum-prof at listas.if.ufrj.br
> >Assunto: [forum-prof] A UFRJ e o paralelismo com o edifício Avenida
> >Central
> >
> >Prezados colegas
> >
> >Acabo de ler um artigo no Globo de hoje sobre os
> >50 anos do edifício Avenida Central. Doze mil pessoas trabalham no
> >prédio e cerca de 160 mil pessoas passam por lá diariamente. Na
> >recente consulta eleitoral da UFRJ mencionou-se termos
> >3500 professores e 9000 funcionários, ou seja, o número total é
> >similar aos
> >12 mil do Av. Central.
> >Temos 48 mil alunos, incluindo os dos polos do CEDERJ, o que é um
> >número muito menor que o dos visitantes do Av. Central. Os números de
> >usuários do Avenida Central são assim menores que os números
> >respectivos da UFRJ (o site do Edifício fala em só 140 mil visitantes
>diários).
> >
> >Em seus 37 andares há 1061 salas. O edifício tem
> >18 elevadores, dos quais 15 são para 20 passageiros. Esses números
> >são também similares aos da UFRJ (6 elevadores no CT, 6 na EBA,
> >outros tantos no HU), só que lá os elevadores funcionam.
> >Há um sistema pioneiro anti-incêndio e há 12 escadas rolantes (não
> >temos nem um nem outro).
> >Para manter tudo isso o orçamento mensal do condomínio (iluminação,
> >segurança, 18 elevadores, escadas rolantes, limpeza, etc) é de 1,6
> >milhões por mês (19 milhões por ano).
> >
> >Duvido que com um orçamento que é um décimo do da UFRJ haja lá lixo e
> >equipamento inservível nos corredores, goteiras, ratos e elevadores
> >parados e com funcionamento precário. Aqui no bloco A do CT só 1 dos
> >4 elevadores sociais funciona, e neste que funciona a ascensorista
> >tem ordem de deixar entrar menos que os 16 previstos. No prédio da
> >FAU (dou aula lá) a situação é menos dramática, mas só 3 dos 6
> >elevadores
>funcionam.
> >No prédio do CCS (onde também dou aula) o problema crônico dos
> >elevadores da UFRJ é resolvido não tendo elevadores, só escadas
> >tradicionais, as não-rolantes...
> >
> >Essa é a diferença de ter gestão ou não ter.
> >Na UFRJ a administração dos prédios é terceirizada pela Reitoria
> >para as decanias e unidades, que não tem recursos para tal, aí ocorre
> >isso, elevadores enguiçados ou funcionando precariamente. No Avenida
> >Central o síndico que deixasse esse caos de elevadores ou seria
> >deposto ou ouviria críticas ferozes na assembléia do condomínio. Aqui
> >administrações sucessivas culpam o neoliberalismo, a falta de verbas,
> >a tradição de caos da UFRJ, a lei das licitações públicas, o TCU, o
> >Governo Federal, etc, etc, culpam qualquer um menos a elas mesmas. É
> >a mesma questão da luta pelo metrô no Fundão (há uma estação ao lado
> >do Avenida Central) e dos estacionamentos da UFRJ, cada um
> >pertencendo não à UFRJ mas a uma unidade ou a um centro. Precisamos
> >ter uma administração na UFRJ desde as grandes questões da
> >universidade no século XXI até as muito pequenas, como
> >engarrafamentos, estacionamentos e elevadores enguiçados eternamente.
> >Precisamos cobrar nos colegiados superiores que, se a Reitoria
> >delegar funções, delegue as
>verbas para cumprí-las.
> >
> >Abraços, Felipe Coelho
> >--
> >PS:Da página do Edifício Avenida Central:
> >"Construído a partir de 1958 e inaugurado em 22 de maio de 1961, o
> >edifício de 110 metros de altura, inspirado nos arranha-céus dos
> >Estados Unidos e Chicago já foi considerado o mais moderno do mundo
> >e o mais alto do Brasil. São 34 andares, 18 elevadores, 12 escadas
> >rolantes, 6 usinas de ar condicionado e um heliponto. Por mês, o
> >consumo de água atinge os 20 milhões de litros, suficientes para
> >abastecer uma cidade de
> >25 mil habitantes. Os números revelam a grandiosidade da obra que
> >possui
> >1.061 salas de escritório e 194 lojas e que ganhou fôlego
> >extraordinário, em 1981, com a inauguração da estação do metrô do
> >Largo da Carioca. Diariamente exceto aos domingos cerca 140 mil
> >pessoas circulam em suas áreas. Com tranqüilidade e segurança
> >garantida 24 horas,
>por câmeras e 80 seguranças.
> >Além da equipe da Brigada de Incêndio. "
> >
> >
> >_______________________________________________
> >forum-prof mailing list
> >forum-prof at listas.if.ufrj.br
> >http://webmail.if.ufrj.br/mailman/listinfo/forum-prof
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