[forum-prof] Proibição de taxas é vitória do movimento estudantil - por Luciano Rezende
roni
ronihst at gmail.com
Sat Sep 6 08:34:15 BRT 2008
Lamentável
Lamentável que o senhor Bruno ande mal informado.
Na UFSC Esse "movimento estudantil" chamado UNE
não defende movimentos sociais ao contrário tem
participado da criminalização dos movimentos
sociais, principalmente de estudantes, em nossa
universidade são 18 os processados pela reitoria
em união com a união nacional do lula ou dos
"estudantes". Na federal do rio grande do sul a
UNE ajudou na repressão contra estudantes que
lutavam contra o REUNI. A caravana da UNE é um
total fracasso, ver vídeo no YOU tube "UNE é
expulsa do CTC". A UNE saiu da luta e agora só sabe fazer circo.
Qualquer estudante sabe que a UNE não existe para
o movimento estudantil, qualquer estudante tem
dúvidas da real existência da UNE que nunca
aparece, que a mais de 3anos não debate a reforma
universitária na UFSC, que valoriza o PET com uma
bolsa de 300 reais, que precariza a educação
apoiando escolas técnicas que só formam para o
mercado, que vende os princípios e direitos dos
estudantes em troca de um terreno ou de um ônibus vermelho com seu nome
Os caras ainda tem coragem de falar que a UNE
apoia a promoção da democracia interna quando na
realidade apoiaram o governo na aprovação do
REUNI com PF. Quando foram contra a ocupação da
reitoria da USP, da UFSC, da UFBA, UFPR, e outra
mais, qe lutavam por direitos dos estudantes.
Bruno vc não pode aceitar estas informações
mentirosas que pessoas da UJS CRIAM, nossa lista
da PET-BR é um espaço de coisas relevantes ao
pet ou a estudantes e não espaço de piadas sem
graça, como são as ações da UNE. Em época de
eleições a UNE não deveria estar fazendo piadas
ou palhaçadas como fez aqui na ufsc, deveria
estar fazendo campanha para o PCdo B, PT, PMDB e
outra coisas que a UNE considera estudantes.
Para finalizar apenas é importante lembrar que a
UNE é uma entidade totalmente distante dos
estudante. QUe com toda a certeza a maior parte
dos petianos nem sabe quem é o atual ou a atual
presidente ou presidenta da entidade. Para muitos
a UNE só serve para vender carterinha, como já
passou no fantástico, e para outros ela é apenas
um braço do governo ou nem existem.
Um abraço a todos e viva o circo da UNE, pois
esta é melhor coisa que a une sabe fazer.
Roni
Pet-hst
UFSC
Em 03/09/08, escreveu:
Petianos,
Neste texto é mencionado o exemplo da UFMG, onde
existe realmente uma taxa (chamada fundo de
bolsas) de "quase 200 reais em um semestre por
cabeça". Mas não vejo a conexão direta com a onda
neoliberal dos anos 90. O fundo de bolsas já
existia há muito tempo quando eu mesmo fui estudante no final dos anos 80.
Também não acredito que essa taxa seja, conforme
defende o artigo, uma porta de entrada "para uma
posterior cobrança de mensalidades (a princípio
somente dos ditos não-carentes) e
conseqüentemente a privatização da universidade".
Bom, ninguém tem bola de cristal... Mas se for
mesmo um golpe com esse objetivo, se revelou a
estratégia mais furada jamais tentada, pois
passadas décadas de cobrança contínua dessas
taxas a privatização não veio. E nem mesmo a
universalização da cobrança, que continua sendo
feita apenas dos alunos que não demonstram situação de carência.
Como aluno e depois professor conheci alguns
beneficiários do fundo de bolsas da UFMG. A ajuda
mensal era pequena, ainda que maior que uma
bolsa-família dos dias de hoje, mas foi decisiva para continuarem estudando.
Naturalmente pode-se argumentar, como faz o
texto, que o benefício deveria vir diretamente do
governo, configurando assim a transferência do
encargo dos ombros dos alunos e pais de alunos
"ditos não-carentes" para toda a sociedade. Mas
algo me diz que seria um caminho politicamente
tortuoso explicar para essa sociedade que aquelas
pessoas carentes que estudavam nas universidades
públicas mereciam uma atenção maior dos que os
milhões de brasileiros ainda mais carentes que
passavam fome nas favelas e no campo. Talvez
hoje, em tempos um pouco mais gordos e com o
precedente do bolsa-família, seja mais fácil. Mas ainda não estou convencido.
Abraços,
Carlos
"Bruno Toribio" <<mailto:toribio.bruno at gmail.com>toribio.bruno at gmail.com>
Enviado Por:
<mailto:petbr-l-bounces at listas.feis.unesp.br>petbr-l-bounces at listas.feis.unesp.br
03/09/2008 13:01
Proibição de taxas é vitória do movimento estudantil
por Luciano Rezende*
A década de noventa foi uma verdadeira prova de
resistência para o movimento estudantil
brasileiro que como na grande maioria dos países
latino-americano foi açoitado pelo neoliberalismo.
Diante de tamanha investida, era difícil fazer
frente a tantos ataques deferidos quase que
simultaneamente. Eram as privatizações, a ameaça
da Alca, a expansão indiscriminada do ensino
privado, a sanha dos "tubarões" do ensino, a
criminalização dos movimentos sociais, o
famigerado Provão, o fim das disciplinas de
sociologia e filosofia no ensino médio, o golpe
da reeleição, o contingenciamento de recursos
para as universidades, a retração do quadro
docente, a Medida Provisória 2208 que golpeou o
financiamento das entidades, a meia entrada e o
meio passe... Era difícil até respirar.
Mas o movimento estudantil conseguiu resistir a
essa avalanche neoliberal e com a eleição de Lula
partiu ao ataque na busca de gols para reverter o
placar, até então extremamente adverso à educação e ao Brasil.
Muitas vitórias, embora parciais, foram
alcançadas nesses últimos anos. A recente visita
do presidente Lula ao terreno da UNE, acompanhado
da promessa de reerguer a sede que fora destruída
pelo Estado durante o regime militar, representa
bem esse novo momento vivido no Brasil. Outras
conquistas podem ser citadas como a criação de
novas universidades, contratação de professores,
expansão das vagas ao ensino superior, reajustes
das bolsas de IC e pós-graduação, valorização do
PET, promoção da democracia interna, a discussão
de uma reforma universitária progressista,
ampliação das escolas técnicas, entre outras.
Entretanto, desfazer-se da perversa herança
deixada pelo neoliberalismo não é obra fácil.
Muito ainda há de ser feito para recuperar os
anos perdidos e avançar na constituição de um
ensino público nacional de qualidade e gratuito.
A tática é jogar para vencer as partidas hoje
para subir na tabela do ensino e ganhar o
campeonato nacional de educação amanhã, superando as derrotas do passado.
Nesse sentido, entre as muitas seqüelas do legado
neoliberal podemos citar as taxas cobradas pelas
universidades que, com o passar dos anos,
tornaram-se cada vez mais comuns e
diversificadas. São taxas para matrícula
(semestral), trancamento de disciplinas,
certificados, diplomas, etc. As organizações
estudantis denunciavam na época que a concessão
de cobranças de taxas despertaria a fome por
recursos cada vez maior por parte das
universidades e desobrigaria o governo a investir
na Assistência Estudantil. Seria abrir a porta
para uma posterior cobrança de mensalidades (a
princípio somente dos ditos não-carentes) e
conseqüentemente a privatização da universidade.
Ainda que a proposta de cobrança de mensalidades
esteja totalmente fora da ordem-do-dia, as
malfadadas taxas não param de proliferar,
aumentando a cada ano, o que na prática ataca o
princípio da gratuidade das universidades
públicas. Só na UFMG são quase 200 reais em um semestre por cabeça!
Enfim, parece que o clamor das entidades
estudantis foi ouvido. O Supremo Tribunal Federal
proibiu a cobrança de taxas determinando que esse
ato viola a Constituição Federal que obriga a
União a aplicar 18% do que é arrecadado na
educação. Ou seja, todas as despesas, inclusive
as direcionadas à assistência estudantil, devem
ser atendidas por esses recursos. Óbvio assim.
Portanto, não procedem as chantagens feitas por
algumas reitorias (inclusive as de viés
progressista) que afirmam não mais poderem
garantir a permanência de estudantes carentes bem
como o pagamento de bolsas e despesas com
alimentação, transporte e moradia. Para quem não
conhece bem as prioridades do dia-a-dia de uma
universidade até parece que estão realmente
preocupados com a assistência estudantil e que
essas taxas são a solução para essa demanda.
Também os grandes meios de comunicação saíram de
imediato em defesa das taxas como o mecanismo
mais justo para se combater a evasão. Nada mais falso.
A título de exemplo, o total arrecadado pela UFMG
com as taxas não passa de 10 milhões, ou seja,
algo irrisório comparado com os 800 milhões de
reais repassados pelo governo federal anualmente.
O certo é que além de ser totalmente
inconstitucional, a cobrança de taxas tem um
caráter totalmente paliativo. Nem sempre o
caminho mais imediato é o mais seguro. Importante
mesmo seria a união de todos os segmentos da
comunidade universitária (principalmente entre
estudantes e as pró-reitorias de assuntos
comunitários) para trilharmos um caminho assentando em um piso mais sólido.
A Assistência Estudantil definitivamente precisa
ser encarada como uma Política de Estado. A
consecução de um Plano Nacional de Assistência
Estudantil (com investimento anuais de 200
milhões de reais, proposto pela UNE) capaz de
garantir a permanência dos estudantes mais
carentes nas universidades, diminuindo a evasão e
melhorando o aprendizado, deve ser pautado como
alternativa a essas taxas. Também o projeto de
lei da reforma universitária deve atender a
reivindicação da UNE sobre a definição e aumento
da rubrica destinada à assistência estudantil.
A decisão do Supremo veio em boa hora e faz uma
reparação a essa aberração que ataca um princípio
caro ao movimento estudantil que é a gratuidade.
Às vezes a justiça vem de onde menos se espera.
Agora é botar o bloco na rua para garantir essa
vitória e lutar por cifras mais audaciosas
direcionadas à Assistência Estudantil. Mais que
nunca temos a chance histórica de ver inaugurar
uma universidade pública de fato democrática e
gratuita e reparar os erros históricos cometidos
pelo pensamento único neoliberal.
*Luciano Rezende, Engenheiro Agrônomo, mestre em
Entomologia e doutorando em Genética. Da Direção Nacional da UJS.
Nota
Artigo foi originalmente publicado nos seguintes
endereços:
<http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=58219>http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=58219
(Jornal da Ciência da SBPC)
<http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=42470>http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=42470
(Portal Vermelho.org)
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