Re: [forum-prof] Fw: O ensino de religião na rede pública

Felipe Coelho coelho at if.ufrj.br
Mon Jan 15 16:20:22 BRST 2007


Pessoal

Hoje no Brasil temos professoras vagamente católicas, como a maioria da 
população brasileira, ensinando algo que elas mesmo não sabem para crianças 
frequentemente evangélicas de mil tendências... O resultado é ruim para 
todos: as igrejas não se organizam, as crianças ficam sem saber coisas 
essenciais da religião de seus pais, e as religiões minoritárias se ferram. 
Com um pouco de bom senso a professora católica, evangélica, espírita ou 
judia evita temas polêmicos - Virgem Maria nem pensar, por exemplo - e dá 
uma aula com a profundidade de um livro do Paulo Coelho, fica a geléia 
geral brasileira da música do Gil. Com isso dançam o candomble, o ateísmo, 
as religiões exóticas e as diferenças entre as n-vertentes do 
judaísmo-cristianismo-islamismo. Parece estranho mas hoje até o Budismo da 
Sokka Gakai está se expandindo e conheço alguns hinduístas. Quem se ferra 
mesmo é o candomble... pois os budistas, yogas, ateus em geral são de 
classe média e alta (essa é a minha intuição) e não vão para as escolas 
públicas do estado ou do município.

Nos EUA, onde o comparecimento aos cultos dominicais é altíssimo e a 
separação igreja-estado é levada mais a sério, as crianças vão para escolas 
de religião nas suas igrejas respectivas. As Igrejas lá são poderosíssimas, 
inclusive na política, de Martin Luther King ao Carter e ao Bush. Ter o 
ensino religioso nas igrejas me parece uma solução muitíssimo melhor.

O pior de tudo aqui é que além de prejudicar as Igrejas e violar os 
direitos dos pais o tempo gasto dando aula de religião é roubado das outras 
disciplinas. Não há almoços grátis! Aí vemos no Orkut muitas pessoas com 
diploma de nível médio dizendo que o que menos suportam é falcidade. Devem 
ter aprendido esse princípio ético em aulas de religião...

Abraços


At 12:59 13/01/07 -0200, jribas at rdc.puc-rio.br wrote:
> >>Ou Brasil segue a tradição estrita da escola republicana francesa de
> > Ferry do século XIX ou a tradição americana das clásulas de religião (o
> > Estado não pode erigir igrejas! - apesar dos retrocessos mais recentes da
> > Corte Suprema americana), ou abriremos o caminho para o retrocesso. O
> > caminho não é nem a solução atual viabilizada por Rosinha e nem a de
> > Maculan que está estampada,aliás, nos jornais de hoje. Não sei qual a
> > razão de que o primeiro pronunciamento de Maculan como Secretário de
> > Estado de Educação é sobre o ensino religioso. Quer evitar de falar
> > outros problemas como: questões salariais dos professores, condições de
> > trabalho, a escola pública transformada em gueto da pobreza e da
> > violência. Eu fui educado ainda no tempo de escola pública dentros dos
> > padrões franceses republicanos - era um instrumento de integração social.
> > Não vamos voltar ao século XIX republicano francês que seria uma utopia
> > inalcansável, mas há parametros que, creio, Maculan não está entendendo
> > ou evita de enfrenta-los. Ribas
> >
> >
> >
> >
> >
> >  Embora não seja praticante, fui criado na religião católica. No caso meus
> >> pais apertaram os cintos e puderam me matricular em um colégio
> >> particular
> >> confessional, que ministrava regularmente o catecismo aos seus alunos.
> >> Entretanto, para a grande maioria da população os colégios particulares
> >> confessionais estão fora de questão. A situação atual, portanto,
> >> beneficia
> >> aquelas congregações mais ricas, em detrimento das religiões menos
> >> poderosas
> >> econômicamente.
> >> As famílias religiosas pagam impostos como os demais e têm o direito de
> >> instruir seus filhos na fé que praticam. Isto faz parte da dinâmica
> >> cultural
> >> de uma sociedade, a fé não é racional, e se manterá para o indivíduo se
> >> responder de fato às suas necessidades. Na maturidade ele poderá avaliar
> >> se
> >> deseja continuar praticando ou não a religião que lhe foi ensinada.
> >> O estado brasileiro é laico, poderia também ser servidor da população, e
> >> não
> >> seu espoliador maior, mas isto já é outra estória. O fato de ser laico
> >> não
> >> o
> >> credencia para ser contra o fenômeno religioso. A substituição do ensino
> >> de
> >> uma religião por alguém que tem fé nela, pelo ensino de um painel de
> >> religiões, como sugere o atual Secretário de Ensino do RJ, é pior do que
> >> a
> >> situação atual. É mais uma vez a tentativa de assimilação de um fenômeno
> >> cultural ao liberalismo. Como se a fé pudesse ser encontrada em um
> >> mercado
> >> de religiões.
> >> Certamente a sistemática atual pode ser melhorada, principalmente, com a
> >> maior participação dos pais e responsáveis dos alunos. Na
> >> impossibilidade
> >> de
> >> praticar a justiça social naquilo que é relevante, os nossos dirigentes
> >> preferem se voltar para ações que só aumentam a desilusão da população
> >> com
> >> a
> >> função do poder público.
> >>
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