[forum-prof] tudo muito bom,
alexandr at ov.ufrj.br
alexandr at ov.ufrj.br
Tue Jan 9 13:10:53 BRST 2007
Ola colegas,
(concordo com Ismael totalmente)
acho uma temeridade se dizer que a universidade era ruim assim como a Lilia
esta´ dizendo. Antes do sistema de creditos a UFRJ tinha cursos excelentes,
tanto de Fisica quanto de Engenharia, pois fui da Engenharia nesta
epoca (minha turma era a turma de 1968, comecei na Engenharia e acabei
na Fisica).
Nesta epoca o diretor da Fisica era o Leite Lopes, o que ja assegurava, de uma
certa forma, a qualidade do Curso). A massificacao do Ensino ocorreu depois.
Nao sei de onde vem esta ideia da Lilia de que a Universidade era ruim assim
antes. Pode ser que este sistema de creditos tenha algumas vantagens PARA A
EPOCA ATUAL. Lembro do Vestibular para a Engenharia. Entravamos para a EE-UFRJ
ja´ sabendo diferenciar , integrar, etc., hoje em dia os alunos entram para
aprender limites ainda. Tinhamos excelentes professores por ex. de Geometria
Descritiva (Rangel), de Calculo (Raimundo de Oliveira), Estatistica ("Pardal",
nao me lembro do nome dele), toda a equipe de desenho tecnico, enfim e tantos
outros professores. Dizer da ma´ qualidade destes cursos e´ uma ofensa a estes
professores excelentes, muitos dos quais ja´ falecidos. Alem disto, a selecao
do vestibular era muito mais rigorosa.
Enfim ....,
creio que há um grande equivoco pela a parte de minha colega de Departamento,
Alexandre Lyra
Observatorio do Valongo
(raramente escrevo para esta lista)
Quoting Ismael da Silva Soares <ismael at ind.ufrj.br>:
> Prezada Lilia
> Sou formado em Eng. Metalúrgica, turma de 1965. Naquela época a maioria dos
> professores eram horistas, e ministravam aula tanto na UFRJ (Escola Nacional
> de Engenharia), como na PUC e na UFF (UFF-Volta Redonda). A UERJ (UEG)
> formou a 1a. turma em 1965, não tinha Metalurgia.
> Desculpe-me mas os cursos eram muito bons e os professores excelentes.
> Existia Engenharia no Brasil, a vontade de substituir produtos e peças
> importadas. A nacionalização atingiu um alto índice nos anos 70.
> Sei disso porque até 1990 trabalhei em empresas, embora durante 12 anos
> tenha sido professor horista na PUC.
> Ismael Soares - POLI/Depto.Eng.Industrial
>
> On Mon, 8 Jan 2007 12:27:18 -0200, lilia wrote
>> tudo muito bem ... nada como verdades parciais
>> para manter acesa a "intelectualidade" ... mas soh uma questaozinha
>>
>> ALGUEM SE LEMBRA COMO A UNIVERSIDADE ERA RUIM?
>>
>> COMO OS CURSOS ERAM FRAQUESIMOS?
>>
>> AO MENOS EM CIENCIAS EXATAS O SALTO FOI NAO DESPREZIVEL ...
>>
>> eh bem verdade que eu acho que os educadores precisam ser educados,
>> que com a retirada da GED voltou a debandagem
>> dos "publicadores" das salas de graduacao ...
>> que ateh o LP tem razao em uma serie de criticas ...
>>
>> porem nao se pode fugir da realidade do passado mediocre... l
>>
>> Quoting Luis Paulo Vieira Braga <lpbraga at im.ufrj.br>:
>>
>> > Meus Colegas Publicadores e Cientistas Maquinas,
>> >
>> > O enquadramento definitivo da política científica brasileira ao
>> > sistema ocidental se deu precisamente no governo FHC. O colapso do
>> > projeto estatista nacionalista com as privatizaçoes não poderia
>> > deixar de ser acompanhado pelas respectivas adaptações na vida
>> > científica e cultural do país. O célebre documento de refundação da
>> > CAPES pelo prof. Baeta não deixa dúvidas - O sistema de pós-graduação
>> > não se destina mais a formar professores, mas pesquisadores. A
>> > pesquisa não deve ser mais voltada para a produção de tecnologia
>> > nacional, mas vincular-se aos temas internacionais de pesquisa. A
>> > fechadura é dupla, na primeira volta desqualifica a docência, na
>> > segunda volta tranca sua mente. O estrato formado pelos dirigentes
>> > das estatais, seus empregados, técnicos e pessoal de nível superior
>> > foi sendo aos poucos diluído. Das estatais que sobraram, como a
>> > PETROBRAS, procede-se sua refundação, transformando-as em
>> > multinacionais. Daqueles que viveram a febre da tecnolgia nacional,
>> > uns fora
>> > m cooptados, outros ainda subsistem em nichos, nas IFES, nas Forças
>> > Armadas, no setor público. As novas gerações de docentes (ainda uso o
>> > termo) não viveram nada disto e, obviamente, almejam o sucesso em
>> > suas carreiras, o que só é possível se girarem a chave duas vezes. A
>> > falsa polêmica sobre a obsolescência do ANDES passa por aí também. Só
>> > faz sentido um sindicato nacional enquanto se falar de um modelo
>> > unitario de IFE, como é atualmente. Porém, se vingar o modelo de
>> > organização social, que estava embutido na reforma universitária (da
>> > Fundação Orion) , e que não foi adiante, aí a proposta de sindicatos
>> > independentes vai se tornar inevitável. Ocorre que a bandeira pelo
>> > desmonte do ANDES passou a ser um objetivo na estratégia da
>> > implantação da reforma universitária, e não uma consequência dela. As
>> > mudanças sociais e econômicas se fazem devido aos interesses e à
>> > força dos envolvidos. As dificuldades na implantação da reforma
>> > universitária limitaram o seu alcance ao apoio aos empresários de
>> > ensino e à oferta de vagas (de discutível qualidade) para a margem
>> > das famílias cujos filhos não conseguiam entrar e se manter em um
>> > curso superior. No sistema produtivo pré-globalização, a criação da
>> > pós-graduação e do incentivo à pesquisa visava a formação de quadros
>> > para atuar nas indústrias nacionais. No quadro atual de
>> > reprimarização da economia nacional, de assimilação e imbricamento do
>> > sistema produtivo nacional às corporações internacionais, a demanda
>> > colocada pela sociedade para as universidades é por pessoal apenas
>> > qualificado para operar e adaptar sistemas que são concebidos em
>> > escala mundial. Para as mentes mais exigentes e inquietas a
>> > alternativa seriam os grandes centros internacionais de pesquisa e
>> > seus satélites(formais ou informais) implantados na periferia. A
>> > adesão ou a rejeição a um projeto nem sempre é um ato de vontade,
>> > muitas vezes é luta pela sobrevivência. Outros aderem de corpo e
>> > alma, e há os que resistem, por anacronismo, ou até por convicção de
>> > que a nova ordem não será tão benéfica assim. Já se foram oito anos
>> > de governo FHC, e quatro anos de governo LULA. Os porcentuais do
>> > orçamento destinados ao MEC se mantem os mesmos, aqueles destinados
>> > ao MCT, apesar do crescimento, são irrisórios. A ciência brasileira,
>> > a despeito de sucessos aqui e acolá, patina atrás de países asiáticos
>> > como Coréia, China e até Índia (que há vinte anos estavam atrás do
>> > Brasil). O número de patentes registradas é ridículo, o pagamento de
>> > royalties por licenças cresceu exponencialmente e se tornou tão
>> > importante quanto a remessa de lucros. E, apesar do Bolsa Escola,
>> > depois tornado Bolsa Família, apesar de todas as ONG´s, de todos os
>> > planos financeiros continuamos com quase 50% de pobres, com problemas
>> > serios na área da segurança, do crescimento
>> > e devendo mais de um trilhão de reais... Portanto, parece que jogamos
>> > a água, a criança e a bacia fora.
>> >
>> > Há sociedades que nunca despertam, têm uma existência medíocre, ou
>> > subordinada, até que desaparecerem na história. O futuro do Brasil
>> > não está marcado por nenhuma profecia que lhe assegure um destino
>> > auspicioso. Pelo contrário, as oportunidades perdidas foram tantas
>> > que pode-se temer pelo inverso. Suas duas grandes forças no século
>> > passado - a burguesia nacional e o proletariado, deixaram-se,
>> > respectivamente, cooptar por um projeto exógeno, e por uma burocracia
>> > sindical conformista. O Brasil do século XXI, por outro lado, é muito
>> > mais entrópico, fragmentado, e anárquico. A situação da universidade
>> > é um reflexo disto, nem se sabe direito a qual senhor estamos
>> > servindo e porquê. Nos próximos anos a necessária reordenação dos
>> > projetos político-partidários poderá trazer um direcionamento
>> > alternativo às opções existentes, ou não...
>> >
>> > On Sat, 06 Jan 2007 17:06:47 -0300, Prof. Luiz Eduardo wrote
>> >> Meus Colegas Cientistas e suas Maquinas Publicadoras
>> >>
>> >> Em 1974, a UNICAMP contratava recem-graduados, sem concurso, e de
>> >> imediato já os enviava para fazer mestrado e doutorado em Davies, na
>> >> Califórnia.
>> >>
>> >> Em 1975, recem-graduado na engenharia de alimentos da UNICAMP, fui o
>> >> primeiro colocado na seleção do Mestrado.
>> >>
>> >> Isso não tem mérito nenhum.
>> >>
>> >> Eu sabia muito bem que tipo de decoreba aqueles "cientistas" iriam
>> >> perguntar na prova escrita.
>> >> Com certeza iriam mandar colocar no papel o Ciclo de Krebs, ou da
>> >> Pentose-Fosfato, e seus compostos intermediários, todos, pela ordem.
>> >> Ok, eles não pediram isso.
>> >> Mas pediram todas as enzimas envolvidas no processo (pela ordem).
>> >> Eu tinha decorado tudo isso e muito mais.
>> >> Sei muito bem respeitar as regras do jogo.
>> >> Enquanto estiver jogando.
>> >> Enquanto estiver em idade de jogar.
>> >> Até me tornar um adulto professor.
>> >> Agora... sinto muito, mas agora o jogo acabou.
>> >> Eu tenho apenas esta vida.
>> >> Não posso jogá-la no lixo, submetê-la às ordens dos mortos-vivos.
>> >>
>> >> Eu vejo o que meus colegas-cientistas publicam.
>> >> Aquilo não pode ser jogado no lixo.
>> >> Aquilo é pior que lixo hospitalar.
>> >> Aquilo é pior que pilhas e baterias usadas.
>> >> Aquilo não pode ser despejado em qualquer lata de lixo.
>> >> Falemos sério.
>> >>
>> >> Minha tese de mestrado era pra ser no que se publicava na época:
>> >> mistura de farinhas para recombinar os aminoácidos essenciais,
>> >> otimizando o valor biológico, compensando a falta de lisina do milho
>> >> e a carencia de metionina da soja, fazendo uma farinha mista pros
>> >> pobres comerem.
>> >> A universidade, como vemos, já defendeu porcarias mais sofisticadas
>> >> que o Bolsa-Família.
>> >>
>> >> Fiz muitos experimentos.
>> >> E mesmo publiquei muitas dessas porcarias, enquanto humilde e
>> >> subalterno APRENDIZ.
>> >> Desidratei polpa de goiaba, em secadores de tambor aquecido, tudo
>> >> misturado com muita soja.
>> >> Botei rato pra comer.
>> >> Pesei rato, medi rato, humilhei ratos e poderia ser hoje um campeão
>> >> de alpinismo lattesiano.
>> >>
>> >> Na boiada já fui boi, mas um dia me montei.
>> >> Não vou ficar fazendo isso que leio nas revistas: contando, com
>> >> barômetros ou não, quantos coliformes fecais, ou quantas microgramas
>> >> de mercúrio existem nos mariscos pescados em Saquarema.
>> >> Não vou ficar colecionando publicações desse tipo.
>> >> Isso não é ciencia.
>> >> Isso é vulgar burocracia de laboratório.
>> >> Isso pode ser feito por qualquer alunos de nível médio.
>> >> Isso é trabalho de rotina nos miseráveis laboratórios oficiais de
>> >> saúde pública.
>> >> Isso não é ciencia.
>> >> Nada disso é ciencia.
>> >>
>> >> Mas é isso que eu vejo meus colegas cientistas publicando
>> >> inutilmente, banalmente, burocraticamente, mariavaicomasoutrasmente.
>> >>
>> >> Das farinhas mistas, dos produtos de soja salvadores da fome e da
>> >> miséria, passando pela contagem de contaminantes e micróbios, agora
>> >> entraram nessa charlatanice de alimentos funcionais.
>> >>
>> >> Um desqualificado e imoral cientista da Unicamp aparece no Jornal
>> >> Nacional, da TV Globo, anunciando a Tabela de Composição de
>> >> Alimentos Brasileiros, a grande contribuição unicampiana para a
>> >> nutrição brasileira. E dá o exemplo da feijoada. Diz que a tabela da
>> >> USDA não informa quanto tem de proteína no sarapatel, no cururu, no
>> >> vatapá, no pão de queijo, no calango, no angu do Gomes e na feijoada.
>> >>
>> >> Se eu fosse dono da UNICAMP eu botava o cara na rua no dia seguinte,
>> >> por justa causa, porque um imbecil desses só pode prejudicar a
>> >> imagem da instituição junto ao público.
>> >>
>> >> Falemos sério: cada feijoada tem uma composição diferente.
>> >> Aliás, cada concha, da mesma feijoada, tem um percentual proteico
>> >> totalmente diferente, porque um pega carne seca, outro pega muito
>> >> caldo, outro opta pela orelhinha do porco...
>> >> como é que um publicador daqueles me publica uma porcaria dessas em
>> >> público ?
>> >>
>> >> Mas tudo isso não é exclusivo das ciências de alimentos.
>> >> Na Nutrição a gente assiste a mesma coisa, com esse negócio de pesar
>> >> e medir gente, de tirar sangue de crianças famintas, em filas de
>> >> hospitais públicos, pra saber se no sangue tem vitamina A e ferro
>> >> suficientes... pra nem falar nas teses e publicações sugerindo que
>> >> os pobres comam bifes de casca de abacaxi e sopa de casca de ovo...
>> >> enquanto o cientista come o abacaxi e o ovo.
>> >>
>> >> Foi desse ambiente aí que eu vim.
>> >> Foi nesse ambiente científico aí que me formei.
>> >> Estava deixando pra publicar sobre isso mais pra frente, quando
>> >> estivesse menos ocupado com a agenda de professor.
>> >>
>> >> Parece, porém, que vou ter que escrever sobre isso logo-logo.
>> >>
>> >> Não vai ser bom pra universidade.
>> >> Não vai ser bom pra ciencia.
>> >> Não vai ser bom pra nenhum de nós.
>> >>
>> >> A gente podia deixar esse pessoal em paz, publicando essas bobagens,
>> >> se eles ficassem na deles.
>> >> Até aí... ainda dava pra tolerar.
>> >>
>> >> Mas quando eles estão tentando e conseguindo impor hegemonicamente
>> >> essa vertente obscena da ciência, sinto muito, vamos ter que
>> >> iluminar e discutir os fatos.
>> >>
>> >> L.E.
>> >
>> >
>> >
>>
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