[forum-prof] esquizofrenia elitista x fabrica de PhDs

Prof. Luiz Eduardo luizeduardo at pharma.ufrj.br
Sat Jan 8 15:18:15 BRST 2005


Lilia,

Você tem razão.
Não é o número de doutores o problema.
Estudar é sempre bom.
Fica mais inteligente é sempre bom.
Se pudermos ter milhares de doutores a mais, isso não pode ser visto como 
negativo.
(a menos que o dinheiro investido nisso esteja sendo retirado de um lugar 
mais carente).

O problema que vejo não é o número.
Mas sim essa máquina fabricadora de comunicações cientificas, de teses e de 
doutores, a partir de materia prima ruim.
E não dá pra fazer purê de tomate de primeira linha a partir de tomate de 
baixa qualidade, de tomate em estado avançadissimo de maturação, de tomate 
já mofando.

Eu vejo muito aluno, mas muito mesmo, saindo com doutorado, aqui nas minhas 
vizinhanças, e que não têm nível intelectual sequer pra obter um diploma de 
graduação.

Esse é que é o problema.
E o problema volta outra vez ao início: a prioridade é o ensino médio.
Nada deveria estar em discussão, na mesa, na frente do ensino do primeiro grau.

L.E.


At 20:02 6/1/2005, you wrote:
>esta ja' ai'  a nossa midia (e com a "aprovacao" dos academicos e de 
>certas ADs,
>fazendo o papel historico da desvalorizacao da "excelencia 
>academico-numerica") ....
>
>por que nao pensamos em densidade de doutores em relacao aa area do pais?
>ou as areas se restringem pontualmente ao "eixo" sudeste maravilha ou 
>nordeste?
>
>novamente é  o caso de questionar se nao sao os projetos individuais os 
>capazes
>de criar novos grupos (onde nao havia nada) e novas mentalidades .
>
>Mario Schenberg nao conseguiu, aa epoca que solicitou, convencer o gov que
>estados solidos teria um futuro brilhante ... frustrou-se ... mas vejam sua
>trajetoria.
>
>sao muitas as dificuldades de se comecar do "nada", mas certamente 
>resultara em
>historias bem mais interessantes e contextualizadas aa realidade do pais.
>
>certamente as densidades locais de esquizofrenia elitista sao altas...
>
>l.
>
>++++++++++++++
>6/1/2005
>Fonte:
>
>Jornal do Brasil
>
>Elite sem emprego
>
>
>Os planos do governo para até 2010 dobrar o número de doutores formados 
>esbarram
>num problema que vem preocupando representantes da comunidade científica: 
>evitar
>que a enxurrada de cientistas saídos dos programas de pós-graduação 
>engrossem a
>fila de desempregados brasileiros ou, no mínimo, acabem confinados à 
>dependência
>das poucas e disputadíssimas bolsas concedidas pelas agências de fomento.
>
>O Brasil está preparado para absorver tanta gente? - perguntam-se cientistas
>atentos às crescentes dificuldades que jovens e recém-doutores têm de 
>encontrar
>vaga no mercado de trabalho. No fim do primeiro ano de mandato do presidente
>Lula, o JB questionou professores, estudantes, governo e a Sociedade 
>Brasileira
>para o Progresso da Ciência (SBPC) sobre o tema. Não ouviu números 
>precisos. Mas
>sobraram histórias de gente que dedicou anos de estudo no mestrado e no
>doutorado e não achou emprego compatível com a formação. O problema 
>persiste, e
>não está somente no setor público.
>
>Especialistas afirmam que um dos nós está na pouca capacidade do setor 
>produtivo
>nacional de criar a chamada inovação, palavra repetida por nove entre 10 
>grandes
>empresários no Brasil, mas efetivamente pouco implementada. A comunidade
>científica reclama, por exemplo, que os jovens cientistas brasileiros
>dificilmente são chamados a contribuir para a inovação científica e 
>tecnológica
>nas empresas.
>
>Em outras palavras: para os cientistas, é boa a idéia do governo de estimular
>áreas como engenharia, ciências e computação. Mas falta combinar com a outra
>ponta da história: o empresariado. Sem estes, dizem estudiosos, a conta não
>fecha. O problema, porém, não está no aumento do número de pessoas com
>treinamento acadêmico qualificado, mas na ausência de cultura de incentivo à
>pesquisa e inovação no mundo empresarial. Do total de brasileiros formandos na
>década de 90, por exemplo, 68,8% dos doutores e 34,5% dos mestres foram 
>para as
>universidades. Enquanto isso, as empresas absorveram 21,1% dos mestres e 
>apenas
>5,9% dos doutores.
>
>
>
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