[forum-prof] Algumas propostas para a UFRJ...
Luiz Felipe Coelho
coelho at if.ufrj.br
Tue Jan 4 18:31:38 BRST 2005
Oi Lucia
O teu ponto sobre Linguística é super interessante, estar na FL e no MN,
mas é mais comum do que parece.
Conheci recentemente um grupo chamado Programa Avançado de Neurociências,
com pesquisadores da Biofísica, da Letras (Linguística), da COPPE
(Engenharia Biomédica) e de outras unidades. Hoje estudos linguísticos
podem estar associados a estudos da fisiologia do cérebro assim como do
reconhecimento de padrões auditivos e inteligência artificial.
A Geografia tem contato com os 6 centros da UFRJ: um lado social (o
dominante aqui na UFRJ, com contatos com a História e a Sociologia, do
CFCH), um lado biológico (com contatos com a Ecologia, do CCS, um lado
urbano (contatos com Arquitetura/CLA e com Urbanismo/CCJE) e um lado
físico-tecnológico (contatos com a Geologia, a Engenharia Civil, a
Engenharia de Transportes, a Física, a Química, a Estatística e a
Computação, do CCMN e do CT). Ela está no IGeo/CCMN, como se o lado
físico-tecnológico dominasse, mas no Vestibular está no grupo 5, de artes e
ciências sociais e humanas, o que talvez esteja mais de acordo. Os
professores que conheço da área social da Geografia se sentem meio
prisioneiros no IGeo, vítimas do lado cartográfico e físico da Geografia, e
prefeririam estar no IFCS. No entanto qualquer que seja o centro os outros
três lados seriam também prejudicados. Deveria haver o Instituto de
Geografia, com vários departamentos e que poderia estar ou no CCMN ou no
CFCH. Essa é uma questão muito antiga, quando fiz vestibular a Geografia
fez parte do unificado da área humana e social, o COMSART, e depois foi
para o das áreas exatas, o COMCITEC.
O Ensino de Ciências está na Educação/ CFCH, no NUTES e no IB/CCS, no IF,
no IM, no IQ e no NCE/CCMN, alguns deles só com pesquisa. Há várias
pós-graduações, existentes ou projetadas.
A Bioquímica está no IQ, no novíssimo IBq (ex-Bioquímica do ICB) e na EQ.
A situação da Linguística é parecida portanto com a desses quatro casos.
Nossa estrutura não vai sofrer a revolução que precisa, mas poderíamos
avançar para a criação de áreas interdisciplinares, cada uma com uma
pós-graduação e um status institucional, mas com o professor podendo ser de
duas ou mais. Por exemplo, professores na FAU ou no IPPUR vendo os aspectos
geográficos do Urbanismo ou na Geografia vendo os aspectos urbanísticos da
Geografia, teriam que estar juntos tanto na área de Urbanismo quanto na de
Geografia, teriam dupla nacionalidade...
Como operacionalizar isso é que é difícil, mas para mim eu eliminaria os
departamentos e ficaria com as áreas, que em muitos casos coincidiriam com
os departamentos, mas em outros não. A diferença é que um professor poderia
ser de duas áreas quando hoje só pode ser de um departamento. Cada área
teria em princípio um curso de graduação e/ou um programa de PG, e o
colegiado da área seria equivalente ao atual Corpo Deliberativo. Isso sou
eu pensando em voz alta, gostaria de ouvir opiniões.
Abraços, Felipe
At 05:47 PM 12/30/04 -0200, Lucia Q. wrote:
>Caro Felipe,
>O que não faz sentido no CLA é linguística, que está longe de ser letras,
>ou outra área qualquer a não ser a antropologia ou as ciências da
>cognição, que não temos na UFRJ. Hoje acha-se dividida (graças à gloriosa
>revolução e ao autoritarismo que imperou na UFRJ) em 2 partes, 1 na Letras
>e 1 no MN, na Antropologia Social. A linguística, que tem potencial de ser
>um curso 7 e de se ocupar do seu campo de estudos, fica enxugando gelo na
>Letras, prestando serviço aos cursos de Letras (tal como a matemática faz
>p/ outros cursos), que não se interessam em sua maioria pelas questões da
>linguística.
>As outras áreas de Letras vêem a linguística como uma disciplina ancilar
>de português, que não entendem e não querem entender. (Podemos continuar
>dando apoio a essas áreas, mas como disciplinas optativas, já que o aluno
>e o professor de letras, via de regra, não aceitam o modelo da linguística
>para as lingua(gem)s humanas. Preferem manter um "latim genérico"e um
>"grego genérico'" no currículo, com 2 anos obrigatórios, que supostamente
>dariam aos alunos um modelo para pensarem línguas. Ou seja, gostam do
>modelo medieval de línguas).
>Isso, em um país com mais de 200 línguas indígenas que não 'cabem no
>modelo latino" e muitíssimas línguas européias e asiáticas faladas como
>língua materna. É um descalabro!
>Enquanto tentamos em vão "desemburrar" alunos de letras, estrageiros do
>SIL, Novas tribos, CEU, CIMI e sei lá que mais estão ativos nas tribos
>brasileiras convertendo índios! E o governo brasileiro dá graças a deus
>por termos um país com uma só língua e uma só cultura. É de chorar.
>Bom, como desabafo de fim de ano chega. Bom 2005 para todos nós.
>Lucia Q.
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