[forum-prof] Algumas propostas para a UFRJ...

Prof. Luiz Eduardo luizeduardo at pharma.ufrj.br
Tue Jan 4 03:19:50 BRST 2005


Linguistica, hoje, é disciplina central para qualquer carreira academica.
Deveria ser obrigatória na Engenharia.
Na área de ciencias biomédicas, não termos nadinha de linguística, é 
brincadeira.

Mas também é brincadeira estarmos com alunos que não têm nenhum interesse 
por teatro, cinema, política, literatura, música, dança ou estudos 
culturais.  E´, para mim, frustrante dar aulas para profissionais de saúde, 
quase já formados, que nem sequer, em sua grande maioria, nem sequer 
assistem o Jornal Nacional.  Qualquer contextualização do consumo de 
remédio ou comida, com o cenário cultural, considerando o simbólico (que 
vem pelas palavras), é olimpicamente ignorada pelo alunado.

Minha esperança é que agora, com as cotas, entrem alunos muito mais 
interessados em realmente aprender e progredir, alunos com potencialidades 
para uma formação cultural que não dependa, exclusivamente, do que for dado 
em aula pra ser copiado e decorado pra prova.

Otimista eu.
Tá vendo ?

Periga na FND a situação não ser tão grave.
Aliás... a molecada lá me parece estar aprendendo como um advogado pode se 
dar bem.
Isso não faz parte ?

Luiz Eduardo




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At 15:16 3/1/2005, you wrote:
>Cara Maria Silvia e demais colegas,
>
>O assunto surgiu de uma observação do Felipe: "Acho que o Consuni e a 
>Reitoria devem lançar um processo de Estatuinte da UFRJ, aproveitando as 
>discussões da Reforma Universitária, a crise da FND, o problema
>do número excessivo de professores substitutos no CLA (atualmente quase 
>50% [...]"
>Aproveitei para mencionar o problema da linguística que me preocupa há 
>muito tempo. É um problema invisível, se nós da linguística não o 
>mencionarmos. Quer dizer, não há apenas o problema de 50% de substitutos 
>no CLA, mas também o da área da linguística...
>
>Concordo com você qdo diz "O inverso é que não se aplica, ou seja, 
>considerar a Lingüística como base prioritária da grade curricular do 
>curso. Seria o mesmo que tomar a Pedagogia como pilar da avaliação do 
>ensino" [veja abaixo].
>
>Claro que a linguística é a base teórica (mas não curricular) de quem quer 
>refletir sobre língua, qualquer língua humana, inclusive latim e grego. 
>Não há nenhum aspecto de línguas que não interesse à linguística e se 
>algum fenômeno "morfológico e/ou semântico" existe em alguma língua e que 
>as teorias não dão conta de explicar, estendem-se as teorias.  É assim que 
>as teorias se desenvolvem na linguística. Mas não creio que deva constar 
>do curso de letras como 4 disciplinas introdutórias aos vários cursos. 
>Deveriam vir mais adiante, talvez no meio do curso - depois de um ciclo 
>básico de 2 anos - pq os alunos não estão conseguindo seguir as abstrações 
>próprias da linguística. O resultado é pior do que não ter nenhuma 
>linguística. O mesmo se passa com fonoaudiologia para quem oferecemos mais 
>cursos do que para letras (7 disciplinas obrigatórias).
>
>O fato de v. citar Bakhtin, um autor do início da século passado 
>interessado em literatura e com alguns interessantes insights sobre a fala 
>em interação, em relação à linguística bem mostra como sua (dela) 
>"imerção'" na área de letras tem contribuído para misturar modelos e 
>escamotear as questões que ocupam os linguistas. Em outras palavras, o que 
>reinvidico é um espaço acadêmico próprio para a linguística. Não quero ter 
>que defender um espaço que a linguística já ocupa no primeiro mundo desde 
>as primeiras décadas do século passado. No mais estamos de acordo.
>
>Um abraço da colega
>Lucia Q.
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