<html>
<body>
<b>Linguistica, hoje, é disciplina central para qualquer carreira
academica.<br>
Deveria ser obrigatória na Engenharia.<br>
Na área de ciencias biomédicas, não termos nadinha de linguística, é
brincadeira.<br><br>
Mas também é brincadeira estarmos com alunos que não têm nenhum interesse
por teatro, cinema, política, literatura, música, dança ou estudos
culturais. E´, para mim, frustrante dar aulas para profissionais de
saúde, quase já formados, que nem sequer, em sua grande maioria, nem
sequer assistem o Jornal Nacional. Qualquer contextualização do
consumo de remédio ou comida, com o cenário cultural, considerando o
simbólico (que vem pelas palavras), é olimpicamente ignorada pelo
alunado.<br><br>
Minha esperança é que agora, com as cotas, entrem alunos muito mais
interessados em realmente aprender e progredir, alunos com
potencialidades para uma formação cultural que não dependa,
exclusivamente, do que for dado em aula pra ser copiado e decorado pra
prova.<br><br>
Otimista eu.<br>
Tá vendo ?<br><br>
Periga na FND a situação não ser tão grave.<br>
Aliás... a molecada lá me parece estar aprendendo como um advogado pode
se dar bem.<br>
Isso não faz parte ?<br><br>
Luiz Eduardo<br><br>
<br><br>
<br>
</b>===============================================<br><br>
At 15:16 3/1/2005, you wrote:<br>
<blockquote type=cite class=cite cite=""><font color="#000040">Cara Maria
Silvia e demais colegas,<br>
<br>
O assunto surgiu de uma observação do Felipe: "Acho que o Consuni e
a Reitoria devem lançar um processo de Estatuinte da UFRJ, aproveitando
as discussões da Reforma Universitária, a crise da FND, o problema <br>
do número excessivo de professores substitutos no CLA (atualmente quase
50% [...]"<br>
Aproveitei para mencionar o problema da linguística que me preocupa há
muito tempo. É um problema invisível, se nós da linguística não o
mencionarmos. Quer dizer, não há apenas o problema de 50% de substitutos
no CLA, mas também o da área da linguística... <br>
<br>
Concordo com você qdo diz "O inverso é que não se aplica, ou seja,
considerar a Lingüística como base prioritária da grade curricular do
curso. Seria o mesmo que tomar a Pedagogia como pilar da avaliação do
ensino" [veja abaixo]. <br>
<br>
Claro que a linguística é a base teórica (mas não curricular) de quem
quer refletir sobre língua, qualquer língua humana, inclusive latim e
grego. Não há nenhum aspecto de línguas que não interesse à linguística e
se algum fenômeno "morfológico e/ou semântico" existe em alguma
língua e que as teorias não dão conta de explicar, estendem-se as
teorias. É assim que as teorias se desenvolvem na linguística. Mas
não creio que deva constar do curso de letras como 4 disciplinas
introdutórias aos vários cursos. Deveriam vir mais adiante, talvez no
meio do curso - depois de um ciclo básico de 2 anos - pq os alunos não
estão conseguindo seguir as abstrações próprias da linguística. O
resultado é pior do que não ter nenhuma linguística. O mesmo se passa com
fonoaudiologia para quem oferecemos mais cursos do que para letras (7
disciplinas obrigatórias).<br>
<br>
O fato de v. citar Bakhtin, um autor do início da século passado
interessado em literatura e com alguns interessantes insights sobre a
fala em interação, em relação à linguística bem mostra como sua (dela)
"imerção'" na área de letras tem contribuído para misturar
modelos e escamotear as questões que ocupam os linguistas. Em outras
palavras, o que reinvidico é um espaço acadêmico próprio para a
linguística. Não quero ter que defender um espaço que a linguística já
ocupa no primeiro mundo desde as primeiras décadas do século passado. No
mais estamos de acordo.<br>
<br>
Um abraço da colega<br>
Lucia Q.</font></blockquote></body>
</html>