[forum-prof] Furtos e cursos noturnos
Luiz Felipe de Souza Coelho
coelho at if.ufrj.br
Wed Jul 14 22:31:58 BRT 2004
Prezados colegas
No JB hoje sairam dois artigos sobre um furto de equipamento médico e um laptop
de um médico. O furto aconteceu dentro do HU da UFRJ. Embora quase certamente o
ladrão seja alguém de dentro (funcionário, aluno, professor, paciente ou
visita), segundo a própria vítima suspeita, ou seja nada tem a ver com o fato
da UFRJ estar perto de favelas, o caso é usado para mais uma vez fazer
propaganda anti-UFRJ. "O campus está sujo, o hospital tem camisinhas e seringas
pelo chão, não há policiamento armado, etc." Os carros de vigilância que vejo
passar de noite e aos fins de semana e o quartel da PM junto ao campus devem
ser alucinações.
Pelo visto a UFRJ incomoda muito a concorrência ou então os jornalistas não tem
notícia para colocar em seus jornais e TVs, para transformar um roubo ou um
banheiro em mau estado numa crise genérica dentro de um campus que como a
notícia reconhece tem milhões de metros quadrados. Um dia é a TV Globo, o outro
dia é o JB! O curso noturno em particular incomoda a concorrência pelo seu
sucesso, mas o fato é que nunca houve roubos nos cursos noturnos. Há furtos e
roubos no diurno, mas isto ocorre em qualquer ponto da cidade. É certamente
mais tranquilo pegar o ônibus às 8 da noite lá (frequentemente faço isso, num
ponto cheio de alunos e alguns professores e funcionários) do que andar no
calçadão de Copacabana ou na Lapa na mesma hora.
Posso estar sendo paranóico, mas será que essas notícias e reportagens anti-
UFRJ têm algo a ver com a proximidade da abertura das inscrições para o
Vestibular no dia 17 de agosto?
Atenciosamente, Felipe Coelho (IF)
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1) Médico roubado oferece recompensa
As paredes do hospital universitário revelam as regras do jogo no local:
cartazes espalhados pelos corredores oferecem R$ 1 mil ''para qualquer
informação que leve à prisão do ladrão ou à recuperação dos objetos furtados do
quarto dos residentes, no quinto andar do hospital, na segunda-feira, dia 5 de
julho''.
Quem paga é o médico infectologista Bernardo Gaia, 27 anos, dono da mochila
desaparecida com todos os seus pertences: palm top, livros, estetoscópio e R$
400. Bernardo endereçou à imprensa um e-mail que denuncia o descaso no
hospital.
- Meu palm tinha informações sobre meus pacientes. Sem dúvida eles foram os
mais lesados com o roubo. Serei obrigado a utilizar o estetoscópio que nos é
fornecido nas enfermarias, de qualidade muito inferior, e não poderei mais
examinar seus olhos e ouvidos, já que não tenho mais os dispositivos - diz,
revoltado.
Ao procurar o chefe da segurança e o vice-diretor do hospital, Silvio Martins,
Bernardo foi aconselhado a retirar os cartazes, pois corria o risco de ser
raptado devido ao montante de dinheiro oferecido. Preocupado, o médico afirma
que está deixando mais cedo o campus, o que prejudica mais uma vez o
atendimento aos pacientes. Bernardo desconfia que agentes internos tenham sido
responsáveis pelo furto. Ele registrou queixa na 37ª DP (Ilha), mas não
acredita que irá reaver seus pertences.
2) Abandono ameaça hospital da UFRJ
Dois andares e prédio anexo, na Ilha do Fundão, estão vazios e entregues à ação
de bandidos
Maria Ganem
Leonardo Rozário
Insegurança no campus: nos andares abandonados, há seringas e camisinhas
espalhadas pelo chão
Uma área equivalente aos bairros de Ipanema e Copacabana, vizinha ao Complexo
da Maré, vigiada por 68 homens desarmados. Assim é o campus universitário da
UFRJ, na Ilha do Fundão. Zona propícia a furtos, assaltos, seqüestros relâmpago
e crimes sexuais.
A rotina de medo enfrentada por estudantes, professores e funcionários agrava-
se nos prédios abertos dia e noite, como o do Hospital Universitário Clementino
Fraga Filho, segundo maior do gênero no país, e principal do Rio na área de
transplantes.
Colado a um edifício totalmente abandonado, conhecido como Perna seca, o
hospital sofre pela falta de segurança. Dos 13 andares, dois estão desativados
e exibem preservativos e seringas pelo chão. Quando escurece, médicos evitam
circular pelos corredores, por medo.
- O clima de insegurança é total. Celulares de pacientes são roubados, somem
também objetos pessoais. O armário da sala dos professores foi arrombado e na
semana passada levaram minha carteira, que estava na minha bolsa na sala dos
residentes - reclama a médica infectologista Paula Gama, 26 anos, que já foi
ameaçada por um homem bêbado, pai de um paciente, dentro do hospital. Outros
casos de violência estão relatados no livro de plantão dos médicos. Num deles,
um residente foi ameaçado por um policial federal armado, irmão de um paciente
em estado terminal.
A médica Ana Maria Félix, de 43 anos, conta que não se separa de sua bolsa
enquanto trabalha.
- Não podemos confiar na segurança do hospital. Quase todos os médicos já foram
lesados. A primeira vez que fui furtada foi em 1986, quando ainda era
residente. Desde então, nada mudou.
- Estamos pondo em prática um projeto emergencial da Comissão de Segurança, que
prevê o controle de acesso ao campus, ações preventivas de vigilância,
modernização da comunicação e iluminação dos campi e pontos de ônibus. Mas é
preciso ter em vista que os problemas da universidade são semelhantes aos do
Rio, e a UFRJ não pode isoladamente proporcionar total segurança a seus
estudantes - informa o novo prefeito da cidade universitária, professor Hélio
de Mattos, empossado há dez dias.
Na última semana foram instaladas 800 lâmpadas nas principais vias da
universidade. Seis veículos, 64 rádios e 20 telefones foram comprados mas ainda
não estão sendo usados. Dentro de 30 dias, três guaritas devem ser instaladas
nas saídas para a Linha Amarela, Linha Vermelha e na saída de trás do hospital
pediátrico. Segundo Hélio, o hospital tem autonomia para contratar empresas
terceirizadas que cuidem da segurança.
A unidade médica realiza 1.200 consultas e 1.300 exames por dia. De noite,
equipes médicas e 460 pacientes permanecem no hospital. Pelas quatro portarias
de acesso, controladas por roletas há um ano, e cujas câmeras não funcionam, 6
mil pessoas circulam diariamente.
- Não podemos garantir a segurança de ninguém aqui dentro. Trabalhamos com 10
profissionais que se revezam para cobrir uma área de 98 mil metros quadrados. O
ideal seria contarmos com, no mínimo, 36 homens, dois por andar e três em cada
portaria. O hospital precisa de uma política de segurança diferenciada - diz o
coordenador dos serviços gerais, José Caetano Ribeiro, responsável pela parte
administrativa do prédio.
Em comunicado oficial, a direção informou que o hospital não é uma ''entidade
de cultura policialesca, pelo que não pretende revistar médicos, funcionários e
visitantes''. Disse ainda que, felizmente, não há registros de crimes graves
dentro da unidade, e são realizados ali transplantes sem problemas durante a
madrugada. Sobre os roubos, informou que será aberta uma sindicância para
averiguar a responsabilidade nos diferentes casos.
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