[forum-prof] Antropologia Schnitzleriana (judeus segundo um judeu) x Clarice Lispector
lilia at astro.ufrj.br
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Fri May 27 15:33:06 BRT 2011
Schnitzler esta descrevendo o top da sociedade Vienense 'fin de siecle'
e as discussoes envolvem judeus e não judeus, todos muito civilizados,
ordeiros
e cultos (musicos, escritores, medicos, políticos ...)
Alias, foi gracas à tal civilização que foi possivel burocratizar o
exterminio.
Muitos dos comentários ácidos partem das proprias bocas judias (como é o
caso
daquele sobre a anedota).
O livro é simplesmente genial.
Em 27 de maio de 2011 14:46, Abraham Zakon <azakon2 at globo.com> escreveu:
> *A judia Clarice Lispector disse/escreveu: não existem problemas; existem
> pessoas.*
>
> * *
>
> *O que Você escreveu equivale ao famoso preconceito: preto de alma branca.
> *
>
> * *
>
> *Responda rapidinho: *
>
> * *
>
> *1º - por que a Rainha Elizabeth foi à Irlanda fazer as pazes?*
>
> * *
>
> *2º - por que sunitas e shiitas se odeiam e se matam e matam os que não
> forem islâmicos?*
>
> * *
>
> *Esses preconceitos – com motivos e roupagens diferentes – estão ocorrendo
> entre alunos de engenharia química e química industrial, sabias?*
>
> * *
>
> *Clarice foi mais perspicaz e viveu no Rio de Janeiro, antes da sua
> favelização desenfreada.*
>
> * *
>
> *Essas estórias antropológicas provavelmente ocorreram nos guetos europeus
> onde as pessoas não podiam interagir com a diversidade humana que Clarice e
> nós, aqui no Brasil, pudemos realizar.*
>
> * *
>
> *Espero que não destruam essa convivência com manifestações capciosas,
> pois as tragicomédias não são exclusividade de qualquer grupo humano.*
>
> * *
>
> *AZ*
>
>
>
>
>
>
>
>
>
> *De:* forum-prof-bounces at if.ufrj.br [mailto:forum-prof-bounces at if.ufrj.br]
> *Em nome de *lilia at astro.ufrj.br
> *Enviada em:* sexta-feira, 27 de maio de 2011 13:30
> *Para:* forum-prof
> *Assunto:* [forum-prof] Antropologia Schnitzleriana (judeus segundo um
> judeu)
>
>
>
> DOIS trechos de 'O Caminho para a Liberdade' - Arthur Schnitzler
>
> ===============
> (comentário de um personagem sobre uma anedota – anexo abaixo - judia)
>
> ...
> ‘’Ela [a anedota] abre a vista para a tragicomédia do judaísmo
> contemporâneo. Ela exprime a verdade eterna de que um judeu jamais respeita
> de verdade um outro. Jamais. Tão pouco quanto prisioneiros em território
> inimigo respeitam aos outros de verdade....
>
> Inveja, ódio, mesmo admiração, Às vezes, ao final das contas até amor, pode
> existir entre eles, mas respeito, jamais. Pois todas as relações
> sentimentais sucedem em uma atmosfera de intimidade, na qual o respeito é
> obrigado a morrer sufocado.’’
>
>
>
> +++++++++++++++++++++
>
> (a anedota citada )
>
>
>
> ... ‘’o judeu polonês ... está sentado com um desconhecido em um
> compartimento do trem,
>
> todo cheio de maneiras... Até chegar a conclusão ... de que ele também é
> judeu, ao que
>
> imediatamente estica as pernas sobre o banco da frente com um ‘ora pois’,
> de libertação.’’
>
> ...
>
> (outro trecho)
> ===============
> ...
> - E, aliás - acrescentou o velho doutor... resignado – o senhor...com
> certeza sabe que todos os judeus são parentes uns dos outros.
>
> Georg sorriu amavelmente. Na verdade ... ele estava enervado.
> Achava que não havia qualquer necessidade de também o velho doutor...
> lhe fazer um comunicação oficial de seu pertencimento ao judaísmo.
> Ele sabia disso muito bem, e não levava o médico a mal por isso.
>
> Aliás, não levava ninguém a mal por isso;
> mas por que é que eles começavam sempre a falar, eles mesmos, desse
> assunto?
>
> Para onde quer que ele fosse, encontrava apenas judeus
> que se envergonhavam de ser judeus,
> ou judeus que tinham orgulho de ser judeus,
> e tinham medo de que eles acreditassem que eles sentiam vergonha.
> ...
> ===============
>
>
>
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