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Sun May 8 19:12:39 BRT 2011
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Toni Reis <tonidavid at avalon.sul.com.br>
Data: 8 de maio de 2011 13:06
Assunto: Casal Gay vai para o Cartório, registrar união estável -
Toni Reis e David Harrad vão usufruir da decisão do Supremo Tribunal
Federal
Para: abgltafiliadas at yahoogrupos.com.br
Casal Gay vai para o Cartório, registrar união estável
Toni Reis e David Harrad vão usufruir da decisão do STF que reconheceu
a união estável entre pessoas do mesmo sexo
Local: 6º Tabelionato - Malucelli, Rua Comendador Araújo, 143 –
Centro, Curitiba, Paraná - Brasil
Horário do registro: 14 horas, segunda-feira, 9 de maio de 2011
Comemoração: 18h30, 9 de maio, Central Gourmet, Rua Monsenhor Celso,
329 - Praça Carlos Gomes, ao lado do Banco do Brasil e Gazeta do
Povo.
Toni Reis e David Harrad, que moram em Curitiba, vivem juntos há 21
anos. Hoje farão uma Declaração de União Estável em cartório,
usufruindo da decisão do Supremo Tribunal Federal que determinou que a
união entre pessoas do mesmo sexo deve ser reconhecida como entidade
familiar.
Apesar do presidente do STF, Cezar Peluso, afirmar publicamente que o
efeito da decisão era imediato e que não seria necessário aguardar a
publicação do acórdão, o que foi reforçado pela Associação de Notários
e Registradores (Anoreg), o casal precisou passar por quatro cartórios
de Curitiba antes de encontrar um que aceitasse registrar sua união
estável. O casal agradece os esforços dos advogados Dr. Dálio Zippin,
Dra. Silene Hirata e Dra. Ana Carla Matos que ajudaram na busca pelo
cartório.
Antes da decisão do STF as uniões entre pessoas do mesmo sexo somente
poderiam ser reconhecidos por meio de contrato entre “sócios”, como se
se tratasse de um negócio comercial. Agora a união passou a ser
reconhecida como entidade familiar, em pé de igualdade com os casais
heterossexuais que vivem em união estável.
Toni Reis disse, “Não terá véu e nem grinalda, apenas cravos, e duas
pessoas do mesmo sexo que se amam e querem cidadania plena. O Supremo
Tribunal Federal garantiu. Agora nossa cidadania está mais completa
(vide abaixo). Não haverá festa, nem padre, nem pastor. Até porque se
trata de direitos civis e não de uma questão religiosa. Não queremos
fazer afronta a ninguém. Com a decisão do STF nós ganhamos e ninguém
perdeu. A nossa família agora é reconhecida.”
O casal já passou por diversas dificuldades em razão da falta de
reconhecimento oficial de sua união. Em 1996, David, que é inglês, foi
autuado pela Polícia Federal por estar em situação irregular e recebeu
o prazo de oito dias para sair do país. O caso se tornou público e
gerou muita polêmica. A mãe do Toni até se ofereceu a casar com o
David para que ele pudesse permanecer no Brasil com seu filho. No
final, isso não foi necessário e foi encontrada uma solução temporária
para o caso. Mesmo assim, David somente veio a conseguir o visto
permanente com base na união entre o casal nove anos mais tarde, em
2005.
Outra dificuldade enfrentada pelo casal é a adoção conjunta de filhos.
Em agosto deste ano vai completar seis anos que o casal deu entrada na
Vara da Infância de Curitiba, e ainda não conseguiu adotar. Em 2008, o
juiz deu sentença favorável, porém com restrições. O casal somente
poderia adotar meninas acima de dez anos de idade. Toni e David
recorreram e ganharam no Tribunal de Justiça do Paraná. Contudo, o
Ministério Público do Paraná recorreu alegando que entidades
familiares somente são constituídas por homem e mulher. O caso aguarda
a decisão do Superior Tribunal de Justiça. Toni e David esperam que
com a decisão do STF reconhecendo a união estável entre pessoas do
mesmo sexo como uma entidade familiar finalmente possam realizar o
sonho de adotar.
Informações
Toni Reis 41 9602 8906
Elton Targa, 2º tabelião substituto, Tabelionato Malucelli, 41 3323 5603
Silene Hirata, advogada do casal, 41 9699 8798
Informações adicionais sobre o julgamento do STF do dia 5 de maio:
STF julga por unanimidade a favor da união civil entre casais homoafetivos
Para a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis
e Transexuais – ABGLT - é uma vitória para a igualdade de direitos
“O amor que não ousa dizer seu nome” (Oscar Wilde), finalmente tem a
sua vez no Brasil. Nesta quinta-feira, 05 de maio de 2011, o Supremo
Tribunal Federal julgou a favor da união civil entre casais
homossexuais.
Em seus discursos, os/da ministros/as da corte se fundamentaram nos
preceitos fundamentais da Constituição, em especial a igualdade, a
liberdade, a dignidade da pessoa humana e a proteção à segurança
jurídica.
A decisão significa que agora no Brasil os casais do mesmo sexo têm os
mesmos direitos que os casais heterossexuais.
O julgamento foi acompanhado por autoridades do governo federal e suas
equipes, incluindo a Ministra Maria do Rosário, da Secretaria dos
Direitos Humanos da Presidência da República; o Ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo; o Advogado-Geral da União, Luís Inácio Lucena
Adams; o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel; bem como a
Senadora Marta Suplicy – defensora de longa data da causa LGBT; e o
Deputado Federal Jean Wyllys.
O julgamento do STF ocorreu em razão da Aguição de Descumprimento de
Preceito Fundamental (ADPF) nº 132/RJ e a Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) nº 4277. A primeira foi apresentada em
2008 pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro a fim de garantir que
funcionários estaduais do RJ que mantivessem relações homoafetivas
estáveis também pudessem ter os todos os benefícios de licença,
previdência e assistência decorrentes de união estável heterossexual.
A segunda foi interposta pela Procuradoria Geral da República em 2009
e requereu o “reconhecimento, no Brasil da união entre pessoas do
mesmo sexo, como entidade familiar, desde que atendidos os requisitos
exigidos para a constituição da união estável entre homem e mulher; e
(b) que os mesmos direitos e deveres dos companheiros nas uniões
estáveis estendem-se aos companheiros nas uniões entre pessoas do
mesmo sexo”.
Para Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT “a decisão do STF é uma
vitória para a democracia. Ninguém saiu perdendo com a decisão, nem os
opositores, mas um segmento significativo de brasileiros e brasileiras
ganhou o acesso à igualdade de direitos garantida pela Constituição
Federal e até então negada a casais do mesmo sexo. O STF deu um belo
exemplo para o Congresso Nacional, que não avança com a matéria desde
a primeira vez que foi apresentada em 1995, com o Projeto de Lei
1151/95, da então deputada e atual senadora Marta Suplicy. Essa é uma
mais uma vitória na batalha contra desigualdade. Continuaremos a
cobrar do Congresso Nacional a criminalização da homofobia e o
reconhecimento do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.”
Em nome da ABGLT, Reis estendeu agradecimentos ao Governador do Rio de
Janeiro, Sérgio Cabral e equipe, pela postura e iniciativa de entrar
no STF com a ADPF 132/RJ; à Dra. Deborah Duprat e à Procuradoria-Geral
da República, que apresentou a ADI 4277; ao Ministro Ayres Britto,
relator das duas ações, pelo parecer favorável; aos Amici Curiae que
deram sustentação durante a sessão do STF no dia 4 de maio; ao
Presidente Lula e à Presidenta Dilma e suas equipes, que se
posicionaram favoráveis ao reconhecimento da união civil entre pessoas
do mesmo sexo; aos/às ministro/as do Supremo Tribunal Federal que
deram seu julgamento favorável; ao movimento LGBT por seu desempenho
de longa data em prol dos direitos iguais; aos/às apoiadores/as da
causa LGBT; aos meios de comunicação pela cobertura dada ao julgamento
pelo STF e pela cobertura que têm dado aos casos de violência e
discriminação contra pessoas LGBT; e ao Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) pela iniciativa de contabilizar os
casais homossexuais no Censo de 2010, contribuindo de forma
fundamental com um dado concreto evidenciando a inegável existência de
pelo menos 60 mil casais do mesmo sexo no Brasil.
Aos amici curiae opositores: a Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil e a Associação Eduardo Banks, Reis afirmou que “não queremos
destruir a família de ninguém, queremos sim constituir uma família da
nossa forma”.
Para Maria Berenice Dias, presidenta da Comissão da Diversidade Sexual
do Conselho Federal da OAB, que atuou na condição de amicus curie do
Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, “é de enorme
significado o julgamento da ADI 4277 e da ADPF 132, pois o acolhimento
das demandas irá retirar da invisibilidade lésbicas, gays, bissexuais,
travestis e transexuais. O reconhecimento das uniões homoafetivas como
entidade familiar supre a perversa omissão do Legislativo que, por
puro preconceito, tem deixado fora do sistema jurídico a população
LGBT. O STF referendou a jurisprudência que vem se cristalizando em
todas as justiças, garantindo a proteção à segurança jurídica de forma
igual ao que já existia para os casais heterossexuais.”
Na opinião do advogado Roberto Gonçale, da Ordem dos Advogados -
seccional Rio de Janeiro, “o julgamento, na instância máxima da
Justiça brasileira, destas duas ações versando sobre temas dos
direitos e deveres decorrentes de relacionamentos entre pessoas do
mesmo sexo é um avanço extraordinário. Corresponde a uma necessidade
de parcela significativa da população brasileira, que tem orientação
sexual não heterossexual, pois é em decorrência da orientação sexual
que esta população se via impedida de exercer regularmente direitos e
deveres vivenciados por heterossexuais.”
A 2ª Marcha Nacional Contra a Homofobia terá sua conclusão em Brasília
nos dias 17 e 18 de maio, no Dia Internacional de Combate à Homofobia.
Em virtude da decisão histórica de hoje, a Marcha terminará com o 1º
abraço homoafetivo ao Supremo Tribunal Federal.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Toni Reis, presidente da ABGLT: 41 9602 8906
Irina Bacci, secretária-geral da ABGLT: 11 9259 8621 / 7625 2741 /
8672 8192 / 2613 8288
Carlos Magno, secretário de comunicação da ABGLT: 31 8817 1170 / 3277 6908
Maria Berenice Dias, ex-desembargadora do TJ/RS e especialista em
Direito Homoafetivo: 51 9155 5581 / 51 3019 0080
Roberto Gonçale, OAB-RJ : 21 2531 1326 / 2531 2804 / 9805 0734
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