[forum-prof] A análise da UFRJ está sendo feita neste Forum-prof
Abraham Zakon
azakon2 at globo.com
Fri May 6 20:25:38 BRT 2011
Luis Felipe e demais colegas.
Não sei se Você possui cópias de todos as mensagens analíticas que emitiu
além dos registros de outras mensagens que nós expusemos ao longo dos
últimos anos sobre a UFRJ.
Nenhum candidato à recente consulta eleitoral foi capaz de "olhar para trás
e para os lados" e apresentar propostas em cima de algum diagnóstico da
nossa universidade.
A sucessão de debates eleitoreiros que nos envolveu foi fraca e envolveu até
mensagens caluniosas ou injuriosas totalmente desnecessárias.
Sugiro que Você reúna seus melhores escritos e as contribuições de alguns
colegas para que possamos formalizar um texto diagnóstico capaz de resultar
em propostas concretas para que essa universidade cresça sem o espectro da
especulação imobiliária assolando nossos destinos.
Parece-me que foram abordados aspectos educacionais, operacionais e
administrativos que possibilitariam a qualquer docente ou funcionário e
membros do MEC refletir sobre os caminhos que, pelo menos, a UFRJ poderia
trilhar.
Parece-me muito claro que navegamos ao sabor dos ventos e tempestades, com
uma tripulação mais atônita do que decidida a empenhar-se para escolher um
rumo certo.
Sem algum tipo de consenso, que é o se delineia em nossas discussões, o
desgaste interno será crescente.
Uma primeira opção seria publicar a coleção de textos (devidamente
organizada) em arquivo "pdf" e a segunda seria no modo impresso.
Está muito claro que precisamos de edificações adequadas para o ensino e uma
estrutura qualificada, numerosa e atuante de funcionários, com salários
valorizados em função das sua diplomação assim como ocorre com os docentes.
Abraços.
Abraham Zakon
-----Mensagem original-----
De: Luiz Felipe Coelho [mailto:coelho at if.ufrj.br]
Enviada em: sexta-feira, 6 de maio de 2011 19:39
Para: Abraham Zakon; forum-prof at listas.if.ufrj.br
Assunto: Re: [forum-prof] RES: A UFRJ e o paralelismo com o edifício Avenida
Central
Oi Zakon, Luiz Eduardo e todos
Há muitas comissões em todos os âmbitos mas o pior é que muitos professores,
por não terem apoio administrativo e técnico eficiente/suficiente, fazem
atividades administrativas e técnicas. Isto inclue não apenas os chefes de
departamento, os diretores, os decanos, a equipe da Reitoria e os membros
dos colegiados e comissões superiores, mas (a) os membros das COAA, (b) os
coordenadores dos cursos, (c) os coordenadores de disciplinas com mais de
uma turma (essas são comuns no Básico mas a função é ignorada pelo SIGA),
(d) os coordenadores da Jornada de IC, (e) os responsáveis pelos LIG, (f) os
chefes de laboratórios e de projetos de pesquisa, (g) os assessores
diversos, (g) os dirigentes de seções da Reitoria, (h) a Prefeitura, (i)
etc.
Paralelamente, como não há uma estrutura administrativa clara, há duplicação
de esforços, perda da memória do que foi feito e conflito de competências,
sem falar numa profunda desconfiança quanto à legitimidade de qualquer norma
interna ou externa à UFRJ. Há uma enorme boa vontade em fazer coisas mas há
muita descoordenação. Aí, se ficamos imersos no dia a dia de micro problemas
e de acordos de cavalheiros extremamente complexos, não conseguimos pensar
os grandes.
Um exemplo de problema grande é a arquitetura dos prédios e o urbanismo da
cidade universitária.
Alguns prédios do porte do edifício Avenida Central, com 30 a 40 andares,
seriam o suficiente para conter toda a UFRJ e poderiam estar vizinhos o
suficiente para haver um grande prédio administrativo e de convivência,
incluindo uma biblioteca central, restaurantes, comércio e centro de
convenções. A UFRJ precisa adensar e ter prédios legitimamente
universitários.
Deveríamos fazer como foi feito nos anos 30 e chamar grandes arquitetos para
apresentar projetos. Como estamos a arquitetura e o urbanismo impedem não
apenas a convivência entre as unidades mas até dentro das unidades, pois
unidades espalhadas em prédios com cem mil metros quadrados, divididas em
blocos distantes uns dos outros ou divididas em andares desconectados são
intrinsicamente desunidas.
Outro exemplo é a gestão do patrimônio. É essencial termos centros de
pesquisa da Petrobras, da Eletrobras, da CPRM e futuramente de outras
empresas, mas me impressiona que cobremos aluguéis irrisórios por uma área
nobre para centros de pesquisa (junto dos laboratórios da universidade,
junto do aeroporto, das linhas vermelha e amarela, da avenida Brasil, a
poucos minutos da Rio-São Paulo, da Rio-Petrópolis e da ponte Rio-Niterói.).
Pode ter mudado mas alguns anos atrás esse pagamento era de alguns milhões
ao ano por uma área imensa, menos de 1 real ao mês por metro quadrado. O
Canecão pagava o aluguel de cerca de 6 mil reais por 5 mil metros quadrados,
o que era ofensivo, mas duvido que os centros de pesquisa paguem mais que
isso. Eles TEM que estar aqui mas precisam pagar um aluguel razoável, pelo
menos 10 ou 20 reais por metro quadrado, pois duvido que alguém alugue
qualquer lugar por menos que isso no Rio de Janeiro.
O Banco do Brasil que concentra a nossa folha de pagamento de cerca de 1
bilhão de reais não paga nada à universidade por esse privilégio, ele
deveria pagar no mínimo 1%. Temos que loicitar a folha de pagamento e
colocá-la no banco que pague melhor retorno à UFRJ, providenciado um
atendimento de qualidade aos professores e funcionários. Novamente é
essencial ter funcionários de alto nível e bem pagos fazendo a gestão de
nosso patrimônio imobiliário e de nossos contratos, da mesma forma que esses
funcionários são necessários para os nossos contratos de manutenção de
elevadores. Gostaria de ter esperanças, mas o que vejo é uma universidade
sem gestão e onde a prática em geral é montar comissões com docentes para
fazer o trabalho técnico... O que podemos fazer é tentar buscar o consenso
da necessidade de mudança.
Abraços
Felipe
.
At 23:08 5/5/2011, Abraham Zakon wrote:
>Felipe.
>
>Mais uma vez, uma análise muito bem colocada.
>
>Acrescento, apenas, uma indagação.
>
>Quantas comissões existem na UFRJ que executam tarefas que deveriam ser
>atribuições de funcionários, chefes, diretores e funcionários?
>
>São centenas de comissões por decania?
>
>AZ
>
>-----Mensagem original-----
>De: forum-prof-bounces at if.ufrj.br
>[mailto:forum-prof-bounces at if.ufrj.br] Em nome de Luiz Felipe Coelho
>Enviada em: quinta-feira, 5 de maio de 2011 16:26
>Para: forum-prof at listas.if.ufrj.br
>Assunto: [forum-prof] A UFRJ e o paralelismo com o edifício Avenida
>Central
>
>Prezados colegas
>
>Acabo de ler um artigo no Globo de hoje sobre os
>50 anos do edifício Avenida Central. Doze mil pessoas trabalham no
>prédio e cerca de 160 mil pessoas passam por lá diariamente. Na recente
>consulta eleitoral da UFRJ mencionou-se termos
>3500 professores e 9000 funcionários, ou seja, o número total é similar
>aos
>12 mil do Av. Central.
>Temos 48 mil alunos, incluindo os dos polos do CEDERJ, o que é um
>número muito menor que o dos visitantes do Av. Central. Os números de
>usuários do Avenida Central são assim menores que os números
>respectivos da UFRJ (o site do Edifício fala em só 140 mil visitantes
diários).
>
>Em seus 37 andares há 1061 salas. O edifício tem
>18 elevadores, dos quais 15 são para 20 passageiros. Esses números são
>também similares aos da UFRJ (6 elevadores no CT, 6 na EBA, outros
>tantos no HU), só que lá os elevadores funcionam.
>Há um sistema pioneiro anti-incêndio e há 12 escadas rolantes (não
>temos nem um nem outro).
>Para manter tudo isso o orçamento mensal do condomínio (iluminação,
>segurança, 18 elevadores, escadas rolantes, limpeza, etc) é de 1,6
>milhões por mês (19 milhões por ano).
>
>Duvido que com um orçamento que é um décimo do da UFRJ haja lá lixo e
>equipamento inservível nos corredores, goteiras, ratos e elevadores
>parados e com funcionamento precário. Aqui no bloco A do CT só 1 dos 4
>elevadores sociais funciona, e neste que funciona a ascensorista tem
>ordem de deixar entrar menos que os 16 previstos. No prédio da FAU (dou
>aula lá) a situação é menos dramática, mas só 3 dos 6 elevadores
funcionam.
>No prédio do CCS (onde também dou aula) o problema crônico dos
>elevadores da UFRJ é resolvido não tendo elevadores, só escadas
>tradicionais, as não-rolantes...
>
>Essa é a diferença de ter gestão ou não ter.
>Na UFRJ a administração dos prédios é
>terceirizada pela Reitoria para as decanias e unidades, que não tem
>recursos para tal, aí ocorre isso, elevadores enguiçados ou funcionando
>precariamente. No Avenida Central o síndico que deixasse esse caos de
>elevadores ou seria deposto ou ouviria críticas ferozes na assembléia
>do condomínio. Aqui administrações sucessivas culpam o neoliberalismo,
>a falta de verbas, a tradição de caos da UFRJ, a lei das licitações
>públicas, o TCU, o Governo Federal, etc, etc, culpam qualquer um menos
>a elas mesmas. É a mesma questão da luta pelo metrô no Fundão (há uma
>estação ao lado do Avenida Central) e dos estacionamentos da UFRJ, cada
>um pertencendo não à UFRJ mas a uma unidade ou a um centro. Precisamos
>ter uma administração na UFRJ desde as grandes questões da universidade
>no século XXI até as muito pequenas, como engarrafamentos,
>estacionamentos e elevadores enguiçados eternamente. Precisamos cobrar
>nos colegiados superiores que, se a Reitoria delegar funções, delegue as
verbas para cumprí-las.
>
>Abraços, Felipe Coelho
>--
>PS:Da página do Edifício Avenida Central:
>"Construído a partir de 1958 e inaugurado em 22 de maio de 1961, o
>edifício de 110 metros de altura, inspirado nos arranha-céus dos
>Estados Unidos e Chicago já foi considerado o mais moderno do mundo e
>o mais alto do Brasil. São 34 andares, 18 elevadores, 12 escadas
>rolantes, 6 usinas de ar condicionado e um heliponto. Por mês, o
>consumo de água atinge os 20 milhões de litros, suficientes para
>abastecer uma cidade de
>25 mil habitantes. Os números revelam a grandiosidade da obra que
>possui
>1.061 salas de escritório e 194 lojas e que ganhou fôlego
>extraordinário, em 1981, com a inauguração da estação do metrô do Largo
>da Carioca. Diariamente exceto aos domingos cerca 140 mil pessoas
>circulam em suas áreas. Com tranqüilidade e segurança garantida 24 horas,
por câmeras e 80 seguranças.
>Além da equipe da Brigada de Incêndio. "
>
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