[forum-prof] A UFRJ e o paralelismo com o edifício Avenida Central

Luiz Felipe Coelho coelho at if.ufrj.br
Thu May 5 16:26:21 BRT 2011


Prezados colegas

Acabo de ler um artigo no Globo de hoje sobre os 
50 anos do edifício Avenida Central. Doze mil 
pessoas trabalham no prédio e cerca de 160 mil 
pessoas passam por lá diariamente. Na recente 
consulta eleitoral da UFRJ mencionou-se termos 
3500 professores e 9000 funcionários, ou seja, o 
número total é similar aos 12 mil do Av. Central. 
Temos 48 mil alunos, incluindo os dos polos do 
CEDERJ, o que é um número muito menor que o dos 
visitantes do Av. Central. Os números de usuários 
do Avenida Central são assim menores que os 
números respectivos da UFRJ (o site do Edifício 
fala em só 140 mil visitantes diários).

Em seus 37 andares há 1061 salas. O  edifício tem 
18 elevadores, dos quais 15 são para 20 
passageiros. Esses números são também similares 
aos da UFRJ (6 elevadores no CT, 6 na EBA, outros 
tantos no HU), só que lá os elevadores funcionam. 
Há um sistema pioneiro anti-incêndio e há 12 
escadas rolantes (não temos nem um nem outro). 
Para manter tudo isso o orçamento mensal do 
condomínio (iluminação, segurança, 18 elevadores, 
escadas rolantes, limpeza, etc) é de 1,6 milhões por mês (19 milhões por ano).

Duvido que com um orçamento que é um décimo do da 
UFRJ haja lá lixo e equipamento inservível nos 
corredores, goteiras, ratos e elevadores parados 
e com funcionamento precário. Aqui no bloco A do 
CT só 1 dos 4 elevadores sociais funciona, e 
neste que funciona a ascensorista tem ordem de 
deixar entrar menos que os 16 previstos. No 
prédio da FAU (dou aula lá) a situação é menos 
dramática, mas só 3 dos 6  elevadores funcionam. 
No prédio do CCS (onde também dou aula) o 
problema crônico dos elevadores da UFRJ é 
resolvido não tendo elevadores, só escadas tradicionais, as não-rolantes...

Essa é a diferença de ter gestão ou não ter. 
Na  UFRJ a administração dos prédios é 
terceirizada pela Reitoria para as decanias e 
unidades, que não tem recursos para tal, aí 
ocorre isso, elevadores enguiçados ou funcionando 
precariamente. No Avenida Central o síndico que 
deixasse esse caos de elevadores ou seria deposto 
ou ouviria críticas ferozes na assembléia do 
condomínio. Aqui administrações sucessivas culpam 
o neoliberalismo, a falta de verbas, a tradição 
de caos da UFRJ, a lei das licitações públicas, o 
TCU, o Governo Federal, etc, etc, culpam qualquer 
um menos a elas mesmas. É a mesma questão da luta 
pelo metrô no Fundão (há uma estação ao lado do 
Avenida Central) e dos estacionamentos da UFRJ, 
cada um pertencendo não à UFRJ mas a uma unidade 
ou a um centro. Precisamos ter uma administração 
na UFRJ desde as grandes questões da universidade 
no século XXI até as muito pequenas, como 
engarrafamentos, estacionamentos e elevadores 
enguiçados eternamente. Precisamos cobrar nos 
colegiados superiores que, se a Reitoria delegar 
funções, delegue as verbas para cumprí-las.

Abraços, Felipe Coelho
--
PS:Da página do Edifício Avenida Central:
"Construído a partir de 1958 e inaugurado em 22 
de maio de 1961, o edifício – de 110 metros de 
altura, inspirado nos arranha-céus dos Estados 
Unidos e Chicago – já foi considerado o mais 
moderno do mundo e o mais alto do Brasil. São 34 
andares, 18 elevadores, 12 escadas rolantes, 6 
usinas de ar condicionado e um heliponto. Por 
mês, o consumo de água atinge os 20 milhões de 
litros, suficientes para abastecer uma cidade de 
25 mil habitantes. Os números revelam a 
grandiosidade da obra que possui 1.061 salas de 
escritório e 194 lojas e que ganhou fôlego 
extraordinário, em 1981, com a inauguração da 
estação do metrô do Largo da Carioca. Diariamente 
– exceto aos domingos – cerca 140 mil pessoas 
circulam em suas áreas. Com tranqüilidade e 
segurança garantida 24 horas, por câmeras e 80 
seguranças. Além da equipe da Brigada de Incêndio. "





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