[forum-prof] Capitalismo academico
Abraham Zakon
azakon2 at globo.com
Wed Jun 29 05:00:16 BRT 2011
*Pois é, Luiz Felipe.*
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*Quando se trata de avaliar a UFRJ, parece que esse forum consegue ser o
melhor ambiente de análise.*
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*As mudanças legais (Leis e Decretos e Diretrizes) ocorreram em cascatas
turbulentas nesses quase 40 anos de evolução Universidade do Brasil para
Universidade Federal do Rio de Janeiro.*
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*As pessoas são informadas por meio de avalanches ou trombadas normativas. *
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*Os novatos revelam-se ansiosos ou compulsivos em conquistar o mundo,
fundamentados na hipótese de "sangue novo = sangui bão" e os alunos da
graduação sofrem com as perdas de conteúdo de aulas laboratoriais ou
fundamentais.*
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*Pessoas que não sabem direito o que é ciência e tecnologia são defrontadas
com "nanociência e nanotecnologia", que é apenas um modismo, porque não
existe clareza suficiente sobre quem produz conhecimentos científicos e
tecnologicos capazes de serem úteis à Sociedade ou à Humanidade. *
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*Sobre isso (ciencia, tecnologia e engenharia), perdoe-me a falta de
modéstia, já escrevi vários artigos em veículos do nosso ambiente
educacional e ministrei, em 29 de março, uma aula magna noutra instituição
do nosso Estado do RJ, abordando o tema "Sustentabilidade e Engenharias".*
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*Um dos aspectos que destaco sempre em minhas aulas é a importância de um
profissional ouvir a todos. E um profissional da Química deve
procurar entrosar-se com os colegas da Física, Geociências e Biologia, além
de outras profissões. Um operador de fábrica deve sempre ser ouvido pelos
engenheiros químicos pois sabe o que acontece com os equipamentos. E assim
por diante.*
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*Pois é, em matéria de gestão, temos de ter um prefeito e sub-prefeitos para
as decanias, nomeados pelo Pró-Reitor de Patrimônio.*
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*Decanos deveriam ser apenas os titulares ou eméritos com longa experiência
educacional para tratarem apenas de questões educacionais. Mas nesse esquema
de vai para o trono ou não vai, e com a multiplicidade de problemas
condominiais sem verbas orçamentdárias isponíveis para manutenção de prédios
e estacionamentos, qual é o Titular ou Emérito que vai querer ser Decano*
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*Para o CONSUNI deveríamos voltar ao esquema da composição básica formada
por Diretores de Unidades, ao invés da quantidade enorme de representantes
eleitos de categorias de tudo quanto é lado da UFRJ. *
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*Ou seja, é necessário enxugar ou tirar as gorduras dessa "democracia" que
produz mais ilusões e entraves do que decisões de conteúdo e valor prático.*
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*A autonomia universitária deve contemplar e receber, inicialmente, os
recursos humanos e materiais para operar condignamente. E haja curso novo,
mudanças de sedes ou de campi, etc.*
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*O jeito de mudar isso tudo é discutirmos do jeito que fazemos e partir para
a elaboração de uma proposta consensual aqui no Forum, mesmo que pareça uma
loucura ou insensatez.*
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*Não consigo entender que autonomia nós podemos (ou devemos ter) se nem
temos ou discutimos um modelo ou projeto de universidade para a nossa
UB-UFRJ. *
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*O nosso colega recém-enfartado, que avacalhou com nossas pretensões de
autonomia, e que não conseguiu demonstrar para nós os resultados positivos
das suas reformas educacionais (eu só enxergo o caos em que fomos
arrastados) pode descansar bem longe da gente. Para ele e seus seguidores ou
simpatizantes, prefiro aquelas expressões bem conhecidas: "vade retro",
"xô", "sai fora, coisa ruim" e "hanse". *
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*Para nós, desejo que possamos discernir o que ocorreu, o que está
acontecendo dentro e fora da UFRJ, e delinear um novo modelo de gestão e
parar de criticar ou xingar quem está no meio do turbilhão, pois talvez nós
sejamos os nossos próprios adversários.*
**
*Abraham Zakon*
*Escola de Química - UFRJ*
**
* *
*
*
Em 28 de junho de 2011 21:19, Luiz Felipe Coelho <coelho at if.ufrj.br>escreveu:
> Amigo Abraham
>
> Concordo inteiramente quanto à degradação de nossas relações internas!
> Pensando num provérbio, em casa onde falta pão todo o mundo briga e ninguém
> tem razão...
>
> Quando se critica, a crítica deve ser feita de forma que não demonize o
> adversário.
>
> A UFRJ está torta e muitas das pessoas que a dirigem só conhecem a própria
> UFRJ, então muito de seu comportamento administrativo e de sua visão do que
> deveria ser uma universidade é compreensível.
>
> É equivocadérrimo, mas é compreensível. O Aloísio é um ótimo exemplo, ele
> viveu a vida inteira profissional na UB e na FEA/UFRJ, onde a antiga FEA
> tinha muito pouca pesquisa e pós-graduação (estas ficavam no IEI e no
> COPPEAD), então seu referencial pessoal é uma unidade e uma universidade
> totalmente erradas na estrutura.
>
> Dentro da crise da universidade brasileira a UFRJ consegue assim ter a sua
> crise própria de ser inviável estruturalmente e de separar ensino e pesquisa
> (o famoso binômio do Humboldt).
>
> A fusão IEI/Economia foi um exemplo de que há muitas pessoas lá, inclusive
> acredito que o próprio Aloísio, que desejam mudar mas a outra metade da FEA
> (a FACC) ainda não fundiu com o COPPEAD. (A COPPE e Politécnica também ainda
> não se fundiram, embora exista a cooperação de algumas áreas.)
>
> Em suma há distorções para onde olhemos na universidade brasileira e a UFRJ
> consegue ser pior que a média. Há jeito de romper esses nós górdios mas como
> fazer isso na UFRJ se a Reitoria nem ao menos administra os prédios e os
> estacionamentos?
>
> Abraços, Felipe
>
>
>
> At 07:23 22/6/2011, you wrote:
>
> Ola', Felipe.
>
> Estou escrevendo num teclado nao-adaptado para o Portugues.
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>
> Nao me incomodo com participacao de decanos e reitores no Forum-prof.
>
> Quem faz ou fala o que nao deve, ouve o que nao quer.
>
> Infelizmente, ha' quem exagere nos comentarios e a regra acima tambem fica
> valendo.
>
> E' possivel criticar ideias e despersonalizar a discussao/
>
> Porem, a maioria dos grandes "criticos" prefere esculhambar a imagem das
> outras pessoas para mostrar como sao "inteligentes". E varios colegas
> nossos que tem grande valor intelecutal ou academico agem para "matar" quem
> esta no poder ou quem lhes desagrada.
>
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>
>
> Paralelamente, ha quem considere criticas como ofensas pessoais... e isso
> foi muito bem expresso por Antonio Carlos Jobim numa entrevista concedida
> para a revista VEJA ha' uns 20 anos.
>
> -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
>
> A questao da gestao depende de hierarquia.
>
> Quando inventaram em nome da "democracia" que pessoas diferentes tem
> direitos iguais para tudo, baguncaram as instituicoes e a economia mundial.
>
> Um colega da Engenharia Eletrica contou-me sobre um livro intitulado,
> creio, "economia bandida", que e' um fenomeno mundial, resultante da eclosao
> de grupos que assumem literalmente o poder de alguns espacos sociais.
>
> O corolario disso e' a famosa omissao ou submissao total das pessoas por
> medo ou preguica de protestar ou defender os procedimentos corretos ou a
> honestidade e o respeito social ou `as leis.
> ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
>
>
> Assim, nossos quadros de avisos, ao inves de serem academicos, sao
> invadidos por anuncios de chopadas, festas e outros eventos ou qualquer
> coisa incompativel.
>
> Essa zorra total ocorre na universidade quando os ocupantes dos cargos e
> funcoes sao novatos, inexperientes e pensam que podem tudo porque foram
> "democraticamente eleitos".
>
> Isso precisa mudar e espera-se ou deseja-se que seja de modo correto ou
> nao-agressivo...
>
> ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
>
> Voce mencionou a questao das secretarias.
>
> Num departamento em que houve a multiplicacao de doutores em 40 DE - ao
> contrario dos tempos em que a maioria dos professores atuava em tempo
> parcial e nao se falava de greves funcionais ou de categorias como esta
> ocorrendo agora - fica muito dificil atender a todos, cuidar de quadros de
> avisos, etc. E o que se nota sao docentes afixando suas notas, e uma
> descentralizacao generalizada.
>
> Antigamente, Voce tinha um servente para levar oficios e memorandos com o
> livro do protocolo para os outros departamentos ou para fazer um cafezinho.
> Hoje, sao a(o)s secretaria(o)s que cuidam disso e de uma pilha crescente de
> processos de alunos pedindo "inclusao/exclusao/substituicao" de
> "notas/disciplinas ..."
>
> E ha' os novos alunos arrogantes (jovens ou problematicos) que tratam os
> funcionarios como se fossem suas empregadas domesticas...
>
> ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
>
>
> No cenario atual de "vai para o trono ou nao vai", estamos propensos a
> enfrentar mini-Hitlers, mini-Stalins e similares em pequena escala, porque a
> estabilidade monetaria na UFRJ acabou quando os orcamentos anuais foram
> micronizados e os docentes passaram a disputar verbas proprias e individuais
> da FINEP, CNPq, FAPERJ, Petrobras, ou a buscar avidamente servicos de
> consultoria por custos baixos e que aviltam o conjunto academico.
>
> Qualquer consultor privado cobra caro seus servicos, mas, quando se trata
> da universidade, as pessoas pensam que pelo fato de sermos servidores
> publicos temos de cobrar precos irrisorios...
>
> E o que e' pior: os funcionarios - mesmo com titulos de graduacao, mestrado
> e doutorado - na area do MEC - nao recebem salarios compativeis ou
> valorizados como os do MCT, CNPq, etc.
> ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
>
>
> Sobre os seminarios sugeridos, penso que um evento voltado para a questao
> da gestao academica possibilita incluir a questao da estabilidade monetaria
> internacional e brasileira.
>
> O contario seria irrelevante para nossa estabilidade monetaria academica.
>
> E o que e' lamentavel e' perceber que se propoe um seminario para lembrar
> um grande nome do passado, quando a discussao coletiva dos nossos problemas
> e' urgente para que possa estabelecer um conjunto de metas e regras
> aceitaveis ou viaveis.
>
> Fica a impressao que as pessoas querem fazer algo so' para ingles ver.
>
> Enquanto a UFRJ anda a passos de tartaruga enquanto o mundo fora dela
> evolui velozmente.
>
> Abraham Zakon
> Escola de Quimica
>
>
>
>
>
> Em 22 de junho de 2011 03:32, Luiz Felipe Coelho <coelho at if.ufrj.br>
> escreveu:
> Oi Abraham
>
> Estou meio ausente do forum-prof, mas pelo visto houve uma tempestade
> quando se descobriu os e-mails trocados em 10 e emm 11/3, três meses atrás.
> No entanto tudo é perfeitamente compreensível. O Ribas manda frequentemente
> mails sobre temas de Direito para um número enorme de e-mails e esse foi um
> deles. Quando eu vi a resposta do Aloísio respondi com aquela proposta de um
> outro seminário.
> Nem gosto tanto assim de economia mas a estabilidade monetária, quando
> acaba, é o combustível para Hitlers, Stalins e guerras mundiais.Esse tema me
> preocupa pois hoje não temos estabilidade alguma.
>
> Abraços, Felipe
>
> PS: Quanto aos murais é uma bagunça, às vezes colam propagandas turísticas
> imensas em todos os quadros! Eu me auto-nomeei arrumador de quadros do meu
> andar, aí tiro todas e só deixo uma, num quadro só para atividades
> comerciais (aluguel de quartos, venda de livros, aulas de francês, etc).
> Outra coisa horrível são avisos velhos, de eventos que já aconteceram. Devia
> haver um funcionário fazendo essa limpeza, mas não há. Uma única pessoa, com
> bom senso, poderia dar uma passada em todo o CT e CCMN fazendo isso.
> Do ponto de vista de um "arrumador de quadros de avisos" me espanto menos
> com a existência de lixo comercial (incluo neste lixo os avisos de festas
> com títulos engraçadinhos) do que com a não divulgação de eventos
> acadêmicos. Aparentemente está abaixo da dignidade da maioria das
> secretárias colocar avisos de seminários, exames de qualificação, defesas de
> tese, congressos internos...
>
>
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