[forum-prof] Capitalismo academico

Luiz Felipe Coelho coelho at if.ufrj.br
Tue Jun 28 21:19:47 BRT 2011


Amigo Abraham

Concordo inteiramente quanto à degradação de 
nossas relações internas! Pensando num provérbio, 
em casa onde falta pão todo o mundo briga e ninguém tem razão...

Quando se critica, a crítica deve ser feita de 
forma que não demonize o adversário. A UFRJ está 
torta e muitas das pessoas que a dirigem só 
conhecem a própria UFRJ, então muito de seu 
comportamento administrativo e de sua visão do 
que deveria ser uma universidade é compreensível. 
É equivocadérrimo, mas é compreensível. O Aloísio 
é um ótimo exemplo, ele viveu a vida inteira 
profissional na UB e na FEA/UFRJ, onde a antiga 
FEA tinha muito pouca pesquisa e pós-graduação 
(estas ficavam no IEI e no COPPEAD), então seu 
referencial pessoal é uma unidade e uma 
universidade totalmente erradas na estrutura. 
Dentro da crise da universidade brasileira a UFRJ 
consegue assim ter a sua crise própria de ser 
inviável estruturalmente e de separar ensino e 
pesquisa (o famoso binômio do Humboldt). A fusão 
IEI/Economia foi um exemplo de que há muitas 
pessoas lá, inclusive acredito que o próprio 
Aloísio, que desejam mudar mas a outra metade da 
FEA (a FACC) ainda não fundiu com o COPPEAD. (A 
COPPE e Politécnica também ainda não se fundiram, 
embora exista a cooperação de algumas áreas.)

Em suma há distorções para onde olhemos na 
universidade brasileira e a UFRJ consegue ser 
pior que a média. Há jeito de romper esses nós 
górdios mas como fazer isso na UFRJ se a Reitoria 
nem ao menos administra os prédios e os estacionamentos?

Abraços, Felipe


At 07:23 22/6/2011, you wrote:
>Ola', Felipe.
>
>Estou escrevendo num teclado nao-adaptado para o Portugues.
>------------------------------------------------------------------------------------------------------ 
>
>Nao me incomodo com participacao de decanos e reitores no Forum-prof.
>
>Quem faz ou fala o que nao deve, ouve o que nao quer.
>
>Infelizmente, ha' quem exagere nos comentarios e 
>a regra acima tambem fica valendo.
>
>E' possivel criticar ideias e despersonalizar a discussao/
>
>Porem, a maioria dos grandes "criticos" prefere 
>esculhambar a imagem das outras pessoas para 
>mostrar como sao "inteligentes".  E varios 
>colegas nossos que tem grande valor intelecutal 
>ou academico agem para "matar" quem esta no poder ou quem lhes desagrada.
>
>----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
>
>
>Paralelamente, ha quem considere criticas como 
>ofensas pessoais... e isso foi muito bem 
>expresso por Antonio Carlos Jobim numa 
>entrevista concedida para a revista VEJA ha' uns 20 anos.
>
>----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
>
>A questao da gestao depende de hierarquia.
>
>Quando inventaram em nome da "democracia" que 
>pessoas diferentes tem direitos iguais para 
>tudo, baguncaram as instituicoes e a economia mundial.
>
>Um colega da Engenharia Eletrica contou-me sobre 
>um livro intitulado, creio, "economia bandida", 
>que e' um fenomeno mundial, resultante da 
>eclosao de grupos que assumem literalmente o poder de alguns espacos sociais.
>
>O corolario disso e' a famosa omissao ou 
>submissao total das pessoas por medo ou preguica 
>de protestar ou defender os procedimentos 
>corretos ou a honestidade e o respeito social ou `as leis.
>---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
>
>
>Assim, nossos quadros de avisos, ao inves de 
>serem academicos, sao invadidos por anuncios de 
>chopadas, festas e outros eventos ou qualquer coisa incompativel.
>
>Essa zorra total ocorre na universidade quando 
>os ocupantes dos cargos e funcoes sao novatos, 
>inexperientes e pensam que podem tudo porque foram "democraticamente eleitos".
>
>Isso precisa mudar e espera-se ou deseja-se que 
>seja de modo correto ou nao-agressivo...
>---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
>
>Voce mencionou a questao das secretarias.
>
>Num departamento em que houve a multiplicacao de 
>doutores em 40 DE - ao contrario dos tempos em 
>que a maioria dos professores atuava em tempo 
>parcial e nao se falava de greves funcionais ou 
>de categorias como esta ocorrendo agora - fica 
>muito dificil atender a todos, cuidar de quadros 
>de avisos, etc. E o que se nota sao docentes 
>afixando suas notas, e uma descentralizacao generalizada.
>
>Antigamente, Voce tinha um servente para levar 
>oficios e memorandos com o livro do protocolo 
>para os outros departamentos ou para fazer um 
>cafezinho. Hoje, sao a(o)s secretaria(o)s que 
>cuidam disso e de uma pilha crescente de 
>processos de alunos pedindo 
>"inclusao/exclusao/substituicao" de "notas/disciplinas ..."
>
>E ha' os novos alunos arrogantes (jovens ou 
>problematicos) que tratam os funcionarios como 
>se fossem suas empregadas domesticas...
>
>---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
>
>
>No cenario atual de "vai para o trono ou nao 
>vai", estamos propensos a enfrentar 
>mini-Hitlers, mini-Stalins e similares em 
>pequena escala, porque a estabilidade monetaria 
>na UFRJ acabou quando os orcamentos anuais foram 
>micronizados e os docentes passaram a disputar 
>verbas proprias e individuais da FINEP, CNPq, 
>FAPERJ, Petrobras, ou a buscar avidamente 
>servicos de consultoria por custos baixos e que aviltam o conjunto academico.
>
>Qualquer consultor privado cobra caro seus 
>servicos, mas, quando se trata da universidade, 
>as pessoas pensam que pelo fato de sermos 
>servidores publicos temos de cobrar precos irrisorios...
>
>E o que e' pior: os funcionarios - mesmo com 
>titulos de graduacao, mestrado e doutorado - na 
>area do MEC - nao recebem salarios compativeis 
>ou valorizados como os do MCT, CNPq, etc.
>------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 
>
>
>Sobre os seminarios sugeridos, penso que um 
>evento voltado para a questao da gestao 
>academica possibilita incluir a questao da 
>estabilidade monetaria internacional e brasileira.
>
>O contario seria irrelevante para nossa estabilidade monetaria academica.
>
>E o que e' lamentavel e' perceber que se propoe 
>um seminario para lembrar um grande nome do 
>passado, quando a discussao coletiva dos nossos 
>problemas e' urgente para que possa estabelecer 
>um conjunto de metas e regras aceitaveis ou viaveis.
>
>Fica a impressao que as pessoas querem fazer algo so' para ingles ver.
>
>Enquanto a UFRJ anda a passos de tartaruga 
>enquanto o mundo fora dela evolui velozmente.
>
>Abraham Zakon
>Escola de Quimica
>
>
>
>
>
>Em 22 de junho de 2011 03:32, Luiz Felipe Coelho 
><<mailto:coelho at if.ufrj.br>coelho at if.ufrj.br> escreveu:
>Oi Abraham
>
>Estou meio ausente do forum-prof, mas pelo visto 
>houve uma tempestade quando se descobriu os 
>e-mails trocados em 10 e emm 11/3, três meses 
>atrás. No entanto tudo é perfeitamente 
>compreensível. O Ribas manda frequentemente 
>mails sobre temas de Direito para um número 
>enorme de e-mails e esse foi um deles. Quando eu 
>vi a resposta do Aloísio respondi com aquela proposta de um outro seminário.
>Nem gosto tanto assim de economia mas a 
>estabilidade monetária, quando acaba, é o 
>combustível para Hitlers, Stalins e guerras 
>mundiais.Esse tema me preocupa pois hoje  não temos estabilidade alguma.
>
>Abraços, Felipe
>
>PS: Quanto aos murais é uma bagunça, às vezes 
>colam propagandas turísticas imensas em todos os 
>quadros! Eu me auto-nomeei arrumador de quadros 
>do meu andar, aí tiro todas e só deixo uma, num 
>quadro só para atividades comerciais (aluguel de 
>quartos, venda de livros, aulas de francês, 
>etc). Outra coisa horrível são avisos velhos, de 
>eventos que já aconteceram. Devia haver um 
>funcionário fazendo essa limpeza, mas não há. 
>Uma única pessoa, com bom senso, poderia dar uma 
>passada em todo o CT e CCMN fazendo isso.
>Do ponto de vista de um "arrumador de quadros de 
>avisos" me espanto menos com a existência de 
>lixo comercial (incluo neste lixo os avisos de 
>festas com títulos engraçadinhos) do que com a 
>não divulgação de eventos acadêmicos. 
>Aparentemente está abaixo da dignidade da 
>maioria das secretárias colocar avisos de 
>seminários, exames de qualificação, defesas de tese, congressos internos...
>
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