[forum-prof] Solicita críticas , revisão e apoio
Ismael da Silva Soares
ismael at ind.ufrj.br
Mon Jan 15 19:12:25 BRST 2007
Prezado Luis Paulo - 15.janeiro.2007
1. Como sempre, admiro suas mensagens, e principalmente esta pela sua
relevância, não que outras não fossem relevantes.
2. Não sei se algo precisa ser acrescentado, mas farei alguns comentários
que já escrevi ao forum-professores em outras ocasiões sobre o assunto.
2.1 - De fato, hoje existe uma carreira docente - Adjunto I a Adjunto IV (a
carreira começa no Adjunto. Auxiliar e Assistente já não mais existem) e
uma carreira de pesquisador-associado - Associado I a Associado IV.
2.2 - Lembro que defendo há anos que patentes trazem benefícios para o
Brasil, enquanto que papers podem até trazer prejuízos quando baseados nos
mesmos surgem patentes em outros países.
2.3 - Em algumas unidades existe a necessidade de professores
conferencistas, em percentuais que depende da unidade. Lembrando que a UFRJ
trabalha hoje com 500 professores substitutos. É importante os alunos terem
contato com pessoas de grande experiência profissional, que em algumas
profissôes só ocorre fora da universidade, pelos problemas que enfrentam e
pelos recursos que tem às mãos que não existem nas universidades.
Engenharia e Medicina estão neste caso.
2.4 - A sua colocação "Desta forma o recém contratado, não se sente membro
de uma organização, mas de um grupo, a quem deve sua lealdade" é para ser
estudada com bastante profundidade. Foi muito bem colocada.
2.5 - Os itens 4 e 5 sobre a formação de professores também gostei muito.
Lembro-me o Prof. Lessa, ainda como reitor, dizendo: "Temos que recuperar a
Engenharia Nacional."
2.6 - Certo professor informou-me há tempos que outro professor, da COPPE,
cujo nome ele não se lembrava, que dizia: "Nada mais global que resolver um
problema local".
2.7 - Os meus trabalhos visam melhorar o Ensino e o Curso de Engenharia de
Produção da UFRJ, assim como recuperação e acompanhamento de alunos. Minha
outra linha de pesquisa trata como recuperar e melhorar Pequenas e Médias
Empresas no Brasil, com ênfase no Rio de Janeiro, através principalmente do
Pensamento Sistêmico. Esta linha poderá até dar algum paper internacional.
Neste momento, em que tenho tempo para me aposentar, a carreira de
pesquisador associado já não me atrai. Faço aquilo que considero importante
para o melhoramento da UFRJ e do Brasil.
3. Amigo Luis Paulo, parabéns pela sua iniciativa.
Um abraço amigo do amigo
Ismael
On Fri, 12 Jan 2007 19:54:20 -0300, Luis Paulo Vieira Braga wrote
> Prezados,
>
> Ao longo dos últimos anos temos debatido no FORUM-PROF diversos
> assuntos que nos dizem respeito. Em vista da proximidade do 26o
> Congresso do ANDES-SN preparei um texto(abaixo) de resolução a ser
> apresentado à plenária do Congresso. Os textos para o caderno
> principal do Congresso devem ser encaminhados até o dia 17, e podem
> ser propostos pela seção sindical, ou por um grupo de
> sindicalizados. Como a Assembléia da ADUFRJ só vai ocorrer depois do
> dia 17, a alternativa de submeter o texto à assembléia local fica
> inviabilizado para inclui-lo no Caderno de Textos. (Há também o
> caderno anexo, mas eu acho que fica mais destacado no caderno
> principal).
>
> Caso vocês sejam sindicalizados e concordem com a iniciativa,
> preciso de seus nomes completos, assim como de comentários e
> revisões. Dado que o tempo é curto, solicito que aqueles que
> quiserem participar me enviem os dados e sugestões de alterações até
> o dia 15 ! Farei a revisão e divulgarei para vocês no dia 16, e
> mandarei a versão final no dia 17.
>
> Caso achem oportuno, podemos mandar o texto para outras entidades ou
> pessoas ou jornais.
>
> CONJUNTURA E MOVIMENTO DOCENTE
> Texto de Apoio Perspectivas da Carreira Docente
>
> Sindicalizado Luis Paulo Vieira Braga (ADUFRJ-SSIND)
>
> Perspectivas da Carreira Docente
>
> 1. Por ironia da história a desvalorização da carreira docente nas
> IFES teve início no Governo de um ex-professor universitário o
> Presidente Fernando Henrique. Ao excluir das carreiras de Estado, o
> professor das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) aí
> incluídos os Colégios de Aplicação e unidades isoladas como os
> CEFETs, o governo sinalizou mais uma vez para a sociedade que as
> funções relevantes para o Estado são aquelas relacionadas à
> arrecadação, fiscalização e repressão.
>
> 2. Como consequência desta marginalização, não se perdeu somente o
> nível salarial, mas o sentido da missão a cumprir, assim como as
> condições que a permeiam. As IFES espalhadas por todo o Brasil,
> embora sendo unidades autônomas e gestoras, constituem uma rede
> unitária de ensino, pesquisa e extensão. Tanto a nível dos
> dirigentes, como a nível dos docentes , um professor federal sente-
> se participando de algo maior que o seu grupo ou departamento. Um
> sentimento próximo do que um funcionário do Banco do Brasil ou da
> Petrobras partilha o de fazer parte de um grande projeto nacional
> que deve servir à sociedade como um todo.
>
> 3. A carreira de um professor tem início com a aprovação em um
> concurso público, instrumento republicano para a formação de quadros
> do Estado. O concurso público deve ser fator de integração nacional
> e lealdade à nação. Nos órgãos de elite do estado Receita Federal,
> Polícia Federal, assim como nas estatais ainda remanescentes, um
> fato que salta aos olhos é a diversidade de origem dos seus
> funcionários, assim como o orgulho de pertencer a uma grande
> organização. O regime atual dos concursos públicos nas IFES tem sido
> um instrumento para inserção de pessoas em grupos pré determinados,
> condicionados, exclusivamente, pelos interesses de pesquisa de seus
> líderes. Desta forma o recém contratado, não se sente membro de uma
> organização, mas de um grupo, a quem deve sua lealdade.
>
> 4. No projeto de reforma universitária do atual governo, governo
> Lula, em continuidade à política do governo anterior, está embutida
> a idéia de transformação da universidade em organização social, com
> plano próprio de carreira e remuneração. Paralelamente, e
> coerentemente, procede-se a mudança do perfil desejado para o
> docente menos focado na docência, e mais na produção científica e
> no empreendedorismo (busca de autofinanciamento).
>
> 5. Esta mudança de paradigma se deu ainda no governo anterior (FH).
> O sistema de pós-graduação não se destina mais a formar professores,
> mas pesquisadores. A pesquisa não deve ser mais voltada para a
> produção de tecnologia nacional, mas vincular-se aos temas
> internacionais de pesquisa. A fechadura é dupla, na primeira volta
> desqualifica a docência, na segunda volta tranca sua mente. No
> sistema produtivo pré-globalização, a criação da pós-graduação e do
> incentivo à pesquisa visava a formação de quadros para atuar nas
> indústrias nacionais. No quadro atual de reprimarização da economia
> nacional, de assimilação e imbricamento do sistema produtivo
> nacional às corporações internacionais, a demanda colocada pela
> sociedade para as universidades é por pessoal apenas qualificado
> para operar e adaptar sistemas que são concebidos em escala mundial.
> Para as mentes mais exigentes e inquietas a alternativa seriam os
> grandes centros internacionais de pesquisa e seus satélites(formais
> ou informais) implantados na periferia.
>
> 6. A adesão ou a rejeição a um projeto nem sempre é um ato de
> vontade, muitas vezes é luta pela sobrevivência. Outros aderem de
> corpo e alma, e há os que resistem, por anacronismo, ou até por
> convicção de que a nova ordem não será tão benéfica assim. Já se
> foram oito anos de governo FHC, e quatro anos de governo LULA. Os
> porcentuais do orçamento destinados ao MEC se mantem os mesmos,
> aqueles destinados ao MCT, apesar do crescimento, são irrisórios. A
> ciência brasileira, a despeito de sucessos aqui e acolá, patina
> atrás de países asiáticos como Coréia, China e até Índia (que há
> vinte anos estavam atrás do Brasil). O número de patentes
> registradas é ridículo, o pagamento de royalties por licenças
> cresceu exponencialmente e se tornou tão importante quanto a remessa
> de lucros para as empresas multinacionais aqui instaladas.
>
> 7.. A implantação do nível de associado na carreira docentes dos
> professores da IFES, apesar de não incluir as atribuições deste
> cargo, abre espaço para que se discuta de uma maneira mais ampla no
> que consiste a carreira de um professor universitário federal.
>
> 8. Tanto o plano de carreira consolidado no PUCRE (decreto
> 94.664/87) como o projeto de lei de carreira única do ANDES para o
> magistério superior
> (Proposta do ANDES-SN para a Universidade Brasileira) consagram uma
> única via para se progredir aos níveis de adjunto, associado e
> titular (pleno na terminologia do ANDES). A via dos projetos de
> pesquisa. Projetos de ensino sequer são contemplados, enquanto que
> projetos de extensão recebem pouca relevância.
>
> 9. Como bem sabemos, os critérios para progressão horizontal na
> carreira atual enfatizam a assim denominada produção científica,
> cujos paradigmas são fixado pelo CNPq e pela CAPES, que, por sua vez,
> seguem as diretrizes de agências internacionais. Se, por um lado, a
> vertente da pesquisa de padrão internacional é necessária em uma
> universidade moderna, ela não pode ser exclusiva em uma universidade
> de país em desenvolvimento e com tantas condições precárias e
> desigualdades regionais. Além do que, muitos temas não são de
> interesse global, não atraindo assim a simpatia dos editores de
> revistas de padrão internacional.
>
> 10. São inúmeros os docentes que sacrificam sua ascensão funcional
> em função de um projeto de ensino, de extensão ou mesmo de pesquisa
> que não se coaduna com o paradigma CNPq e CAPES. A pretensa
> liberdade de pesquisa torna- se cada vez mais remota, à medida que
> mesmo os temas de pesquisa são previamente priorizados, muitas vezes
> em função de necessidades desconhecidas de seus investigadores.
>
> TR 1 -
> Recomenda que o GT Carreira do ANDES realiza estudos sobre a
> sistemática atual de concursos públicos para docentes nas IFES.
> Recomenda que o GT Carreira do ANDES aprofunde o documento do
> sindicato sobre a carreira docente no tocante às condições para progressão.
> Recomenda que sejam realizados concursos regionais para um
> percentual de vagas (a ser definido) para as IFES como forma de se
> recuperar o caráter nacional da carreira docente de ensino superior
> federal e para reduzir os esquemas enviesados de seleção atualmente
praticados.
> Recomenda uma revisão do PUCRE em vista tanto da criação do nível de
> associado, como da sua atualização em vista dos desafios que as IFES
> enfrentam no momento atual, com a inserção da carreira de professor
> universitário federal no rol das carreiras de Estado.
>
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