[forum-prof]=?ISO-8859-1?Q?_percal=E7os_da_carr?=eira e a irresponsabilidade social da UFRJ:=?ISO-8859-1?Q?_o_caso_do_chin=EAs_?==?ISO-8859-1?Q?e_das_l=EDnguas_de_p?=obre

Ismael da Silva Soares ismael at ind.ufrj.br
Mon Jan 8 15:13:47 BRST 2007


Prezado Luiz Felipe  -  08.janeiro.2007

1.  A discussão é sadia.

2.  Papers e livros são avaliados pelos referees das revistas e editoras.

3.  As aulas são avaliadas apenas quantitativamente e não qualitativamente.  
Os fatores são muitos.  Antes do SIGA havia um tipo de avaliação que hoje 
não existe mais, e mesmo assim poucos alunos respondiam.  A avaliação das 
aulas só é feita atualmente para professores em estagio probatório.

4.  Um exemplo é de um professor do Básico que quando eu era coordenador, 
uma turma inteira (ou quase) pediu trancamento da disciplina.  Isso há um 
pouco mais de 10 anos (fui coordenador da Eng. Produção de 1994/96).  Para 
minha surpresa há coisa de 2 ou 3 anos na mesma disciplina ocorreu o mesmo 
problema.  Em 1994/96 soube em reunião CT/CCMN que o professor era 
problemático, ia fazendo estrago por onde passava.  Talvez seja um excelente 
pesquisador e professor de pós, mas péssimo professor de graduação.

5.  A universidade é feita pela diversidade dos professores, mas querem que 
todo professor seja "coração", "cérebro", "pulmão", etc.  O importante é o 
somatório dos "órgãos".

6.  Desculpe-me, Felipe, mas foram 6 anos de CEG "brigando" pelo ensino de 
graduação, mas este continua em segundo plano.  Só dão valor na hora de 
dizer que houve aumento de vagas e outros pontos para uso externo.

7.  Com 64 anos e 44 anos comprovados de serviço, na UFRJ faço 17 anos em 
junho, às vezes dá vontade de me aposentar de fato, mas aí sou escolhido 
novamente para paraninfo, recebo um email de aluno dizendo "professor, 
obrigado pelas suas palavras, estava precisando naquele momento, o senhor 
faz a diferença, etc, etc...".  Então continuo, pois o pior "é o silêncio" 
daqueles que defendem um outro ponto de  vista que o da CAPES e do MEC.

Um abraço do amigo

Ismael

On Fri,  5 Jan 2007 23:13:56 -0200, coelho wrote
> Prezados Luis, Ismael e demais colegas
> 
> Duas coisas me deixaram um pouco preocupado nos últimos mails: (a) a 
> discussão sobre a relevância relativa de capítulos de livros versus 
> artigos em revista com parecerista e (b) a dicotomia de professor de 
> graduação e de professor de pesquisa e pós.
> 
> No primeiro ponto vejo que há capítulos e capítulos, assim como há 
> livros e livros, há uma imensa diversidade de qualidade e não há 
> como medí-la objetivamente de forma rápida. No caso de artigos em 
> periódicos há também essa diversidade mas há critérios para medí-la, 
> assim como há também uma enorme discussão sobre esses critérios.
> 
> Vejo dois casos em relação a livros e capítulos de livro. Se são de
> conhecimento mais avançado são correlacionados a artigos já 
> publicados por seu autor, então isso já está medido, igualzinho a 
> trabalhos apresentados em congresso. Se os livros são de divulgação 
> ou de ensino básico, escritos por esse mesmo pesquisador, eles devem 
> ser avaliado subjetivamente. Nossa colega Lilia, por exemplo,
>  escreveu um livro excelente de divulgação sobre as estrelas, para 
> leigos. Só que essa avaliação subjetiva toma tempo e a implementação 
> dessa lei atropelou o calendário, não havia tempo para examinar 
> detalhadamente essas centenas de pedidos. Essa mudança na carreira 
> teve méritos mas teve e terá diversos problemas.
> 
> No segundo ponto, a questão é que o professor ideal deve estar na trilogia
> ensino-pesquisa-extensão, com atividades de administração. Um 
> professor que fique só em uma ou duas dessas quatro áreas certamente 
> não é o ideal, embora tenha que haver uma análise caso a caso e de 
> forma o mais tranquila possível, para evitar jogar grupos de 
> professores contra outros, o que é muito ruim. No IF, por exemplo, 
> se um professor não faz pesquisa (há poucos assim, mas há) ele 
> normalmente compensa tendo carga maior de ensino, de administração 
> ou de extensão. Esse professor pode ser utilíssimo para o IF e para 
> a sociedade!
> 
> Normalmente temos na UFRJ a trilogia ensino-pesquisa-administração,
>  só alguns poucos fazem extensão, como no Projeto Sucesso Escolar, 
> da Decania do CCMN, ou nos cursos para professores de ensino médio 
> que diversas unidades dão. E ensino quer dizer também ser orientador 
> acadêmico, concordo com você Ismael, orientação é muito importante. 
> No IF todos os professores são orientadores, porque em outras 
> unidades isso não é assim e sobrecarrega algumas poucas pessoas, ou 
> talvez zero pessoas?
> 
> Mas na maioria dos cursos simplesmente o coordenador dá OK para 
> todos os pedidos de inscrição de alunos, e às vezes são muitos 
> milhares! Porque essa tarefa não é compartilhada por todos os 
> professores é um mistério para mim. Se todos os alunos fazem pedidos 
> perfeitos, totalmente compatíveis com sua capacidade e interesse,
>  porque há tanta evasão, reprovação e transferência de curso? 
> Juntasse a isso que a PR1 não cumpre a resolução do CEG que diz que 
> a DRE vai enviar semestralmente às COAA's a lista de alunos com problemas
> sérios, para que estas possam acompanhar estes alunos e ajudá-los se
> possível.
> 
> Saindo dessas questões internas da UFRJ, da nossa desorganização do 
> dia a dia, acabei de ler no Globo que a PUC vai fazer um curso de 
> chinês. Uma professora chinesa que não é da Letras vai coordenar 
> esse curso, me parceu ser a única que fala chinês, os outros devem 
> ser horistas. Nós certamente temos professores chineses, no IF 
> tínhamos um professor casado com uma bibliotecária, ambos chineses. 
> Agora estão aposentados mas trabalharam quase trinta anos na UFRJ. 
> Porque nunca fizemos o mesmo que a PUC e procuramos identificar 
> esses e outros professores falantes nativos de chinês?
> 
> É uma vergonha para a nossa instituição ensinar uma dezena de 
> línguas - uma delas, o hebraico moderno, falado só por cerca de 4 
> milhões de israelenses - e não ensinar mandarim, falado por mais de 
> um bilhão de pessoas. Tudo bem que a imigração judaica deu uma 
> enorme contribuição ao Brasil e ao Rio em especial, mas esses 
> imigrantes falavam iídishe ou sefardita, não hebraico. E se é para a 
> UFRJ ensinar as línguas dos diversos componentes do povo brasileiro -
>  alemães, italianos, japoneses, árabes, judeus, espanhóis - e as 
> línguas dos povos das potências - o inglês, o francês e o russo -
>  que tal ensinar (ou ter núcleos de pesquisa) em alguma língua 
> africana, como o yoruba, e alguma língua indígena, como o tupi? Ou 
> será que negros e índios não tem importância na formação do Brasil?
> 
> Ahhh, não precisa, a Candido Mendes, que é particular já tem faz 
> muitos anos um Centro de Estudos Afro-Asiáticos, nós que somos uma 
> universidade pública podemos nos dedicar às línguas dos países 
> desenvolvidos. Índio e negro é coisa de pobre. Talvez eu me preocupe 
> com o chinês à toa, daqui a pouco a UFRJ vai se preocupar com ter um 
> núcleo de chinês, afinal os chineses estão ficando ricos.
> 
> Abraços, Felipe
> -------------
> Prezado Luis Paulo - 04.janeiro.2007
> 
> 1.  Como sempre admiro seus emails.  A criação do nível de associado 
> não valorizou o professor de graduação, então podemos dizer que foi 
> criado o nível de pesquisador-associado e não de professor-
> associado.  Cada vez mais fico desiludido com as decisões de cima 
> para baixo.
> 
> 2.  De que vale elaborar livros para nossos alunos de graduação, se podemos
> fazer "papers" que darão origem a patentes por outros países.
> 
> 3.  A razão de ser das universidades nasceu do ensino de graduação, são
> moças e rapazes que nos chegam ainda adolescentes e fazemos o máximo 
> para torná-los profissionais que transformarão o Brasil num país 
> mais justo.
> 
> 4.  Enquanto conselheiro do CEG, durante 6 anos, defendi entre 
> outros pontos a valorização de ( i )  orientação acadêmica e ( ii )
>  patentes, mas isso não vale muito para a progressão para 
> "pesquisador-associado".
> 
> Um abraço amigo do amigo
> 
> Ismael
> 
> Ismael da Silva Soares - UFRJ/POLI/Depto.Eng.Industrial
> 
> On Thu, 4 Jan 2007 13:06:50 -0300, Luis Paulo Vieira Braga wrote
> 
> [Ocultar Texto Citado]
> > Vida e morte de um recurso Severino
> >
> >         Vale o chavão, o importante não é chegar, mas a caminhada. No 
> > afã da aprovação açodada das normas internas para progressão ao nível 
> > de associado, recorri contra a decisão do Conselho de Coordenação do 
> > CCMN de 18/09/2006, que não incluiu no perfil de atuação desejado do 
> > Grupo II – Produção Intelectual – o item livro.   O recurso foi 
> > encaminhado no dia 25/09/2006 diretamente ao gabinete do Reitor 
> > porque o CCMN já havia aprovado as normas e as mesmas seriam 
> > ratificadas pelo CONSUNI.         A Comissão de Legislação e Normas 
> > (CLN) do CONSUNI entendeu que o Conselho de Coordenação do CCMN 
> > deveria se manifestar a respeito e no dia 28/09/2006 encaminhou o 
> > processo para o Centro. Essencialmente a manifestação do Centro, em 
> > 25/10/2006,
> >  consistiu em descrever que os procedimentos adotados respeitaram as 
> > decisões das Congregações de Unidades e que o item livro por estar 
> > elencado no perfil adicional poderia até valer mais que um artigo
> 
> internacional.
> 
> [Ocultar Texto Citado]
> >         A CLN do CONSUNI se declarou satisfeita com as explicações 
> > dadas, ressaltando que foram decisões democraticamente tomadas e que 
> > não feriam a legislação pertinente. Ressaltou, entretanto, que dado 
> > que a pontuação do item livro hipoteticamente poderia ou não ser 
> > valorizada, recomendou que o item livro fosse avaliado positivamente 
> > nos moldes da manifestação expressa no parecer do Centro e que, no 
> > futuro, o Centro considerasse a possibilidade de inclui-lo no  perfil 
> > desejado do Grupo II. O parecer data de 9/11/2006. Em 23/11/2006 o 
> > CONSUNI aprova o parecer da CLN excluindo as duas últimas 
> > recomendações.         De lá para cá muita água rolou, um grupo de 
> > professores do CCMN, que se julgaram prejudicados pelas pontuações 
> > atribuídas pelas bancas, recorreram, e ganharam o direito à 
> > progressão. Um dos dirigentes de Unidade do Centro admitiu,
> >  publicamente, que os critérios estavam restritos demais. E, agora,
> >  de posse da pontuação da banca que avaliou os candidatos de meu 
> > departamento no IM, constato que um professor recebeu 63,33 pontos no 
> > item artigos internacionais ! Enquanto que no item livro nenhum dos 
> > candidatos recebeu mais do que 3,33 pontos.  Exatamente a tendência 
> > que eu pressentia, e que foi hipoteticamente negada na manifestação 
> > do Centro, e cabalmente desmentida pelos fatos.         Decisões, 
> > hipoteticamente, tomadas, democraticamente, não estão isentas de 
> > tendenciosidade, inconsistência ou erro. Senão não haveria 
> > necessidade da lógica, nem do experimento, o que parece ter faltado 
> > no caso. Finalmente, mas não menos importante, é a crítica ao 
> > corporativismo de quarteirão que se pratica na UFRJ, que relega a 
> > segundo plano princípios e estratégias. Este pensamento pequeno está 
> > reduzindo o país e suas instituições maiores a uma feira de Caruarú.
> >
> > Prof. Luis Paulo
> > DME
> > C.P. 68530
> > 21945-970 Rio de Janeiro, RJ
> >
> > outros e-mails
> > braga at dme.ufrj.br
> > lpbraga at gbl.com.br
> >
> 
> ----------------------------------------------------------------
> This message was sent using IMP, the Internet Messaging Program.
> 
> _______________________________________________
> forum-prof mailing list
> forum-prof at listas.if.ufrj.br
> http://webmail.if.ufrj.br/mailman/listinfo/forum-prof


--
Departamento de Engenharia Industrial/UFRJ




More information about the Forum-Prof mailing list