[forum-prof] Re: Sacerdotes, príncipes e mercadores

lilia at ov.ufrj.br lilia at ov.ufrj.br
Mon Jan 3 22:04:10 BRST 2005


Caros, estou aqui tentando terminar as firulas de um artigo e ainda nao dei as
notas finais, mas vou tentar responder, nao com a arte da qual Luis Paulo e'
capaz de extrair seus argumentos, mas do modo direto que me e' possivel no
momento, uma parte que me incomoda no discurso (destacada abaixo)...

Citando Luis Paulo Vieira Braga <lpbraga at im.ufrj.br>:
> Sacerdotes, príncipes e mercadores
(...)
> A nível operacional a relação desta agência passa a ser prioritariamente com
> os pesquisadores, contornando assim as instâncias internas das universidades
> federais - verdadeiros dinossauros autárquicos. O contraste entre os recursos
> e o ambiente que os seletos pesquisadores passaram a usufruir e o conjunto 
> maior de professores voltados para a graduação , isto é, aqueles 
> prioritariamente encarregados da formação profissional, aumenta a cada dia. 
> Enquanto que  alunos e professores de pós-graduação dispõem de laboratórios,
> bibliotecas exclusivas, salas de aula especiais, os seus congêneres na 
> graduação - principalmente nos cursos básicos, têm condições muito piores. 
> Sintoma desta chaga, foi a criação da GED, que funcionou como uma motivação 
> ou compensação por uma atividade tão insalubre...

A chaga a qual LP se refere tem de fato alguns aspectos que merecem a
adjetivacao. Entretanto dicordo absolutamente do sintoma apontado.
Definitivamente a GED levou muito pesquisador "seleto" para as "pobres" salas de
aula da graduacao. Ou seja, pode se contar a historia sempre sob um prisma que
distorce a complexidade e eventuais pontos positivos.

> 	Qualquer debate sobre a restruturação da universidade que omita este 
> conflito  estará destinado a ser meramente mais um "round" do mesmo, sem dar
> início ao processo para sua solução. Enquanto o trinômio pesquisa, ensino e 
> extensão for mais um slogan do que uma meta, continuaremos a assistir os 
> deploráveis embates que vêm sendo parcialmente relatados neste forum. Não nos
> iludamos sobre a nobreza de muitos dos seus protagonistas . Ainda que 
> combalido, o patrimônio humano e material das IFES é um objetivo estratégico
> ambicionado pelas mesmas forças que delapidaram o capital nacional, e as 
> vozes da sociedade que muitos mediunicamente dizem ser capazes de ouvir, são
> as mesmas que habitualmente ouvimos nos palanques demagógicos.	

Decididamente o trinômio pesquisa, ensino e extensão serve para a instituicao
como um todo e nao para o individuo professor e desse modo nao ha porque
critica-lo considerando os fins ultimos de uma universidade.  De qq forma tambem
nesse casohouve um crescimento das atividades de extensao entre 'pesquisadores
seletos',ao menos na minha area . 

Estive recentemente em um congresso de ensino em
astronomia onde havia representantes gabaritadissimos em pesquisa, fazendo
trabalho serissimo junto aa escola, ao professor (do fim do mundo) e ao publico
em geral (nao ha porque isso ser diferente em outras areas)

(Nao vejo nada de deploravel em nossos 'embates" e ainda bem que eles existem.
Sinal que estamos vivos e em comunicacao, mesmo q de forma imperfeita)

(nao vejo nobreza alguma em nenhum de nos e em nehum discurso ... apenas gente
querendo trabalhar em prol de uma sociedade, sem o qual nao haveria a mesma)

abraco    Lilia.





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