[forum-prof] Quem não ouve quem?

José Miguel Bendrao Saldanha zemig at ufrj.br
Wed Jul 21 01:29:30 BRT 2004


Professora Lilia,

A sua observação foi proveitosa, pois verifiquei que há de fato erros (mas
não muitos, como disse) nas tabelas, que podem confundir as pessoas, apesar
de serem fáceis de identificar e corrigir. Nas tabelas relativas ao
Magistério Superior, regimes de DE e 40 horas (páginas 11 e 12), os títulos
"Proposta de 14 de julho" e "Proposta do setor das IFES" e os subtítulos
respectivos foram impressos trocados, em relação aos corpos das colunas
correpondentes. Fora isso, os valores impressos - remunerações e reajustes -
estão corretos. Como a "Proposta de 14 de julho" tem quatro colunas e a
"Proposta do setor das IFES" tem três colunas, os títulos das subcolunas
ficaram sem sentido. O erro deve ter sido cometido numa das transcrições
efetuadas, que foram muitas, desde as planilhas usadas para o cálculo até a
arte final do jornal. E houve, é claro, erro de revisão, de minha
responsabilidade. Vamos verificar qual é a melhor maneira de comunicar o
erro e as tabelas corretas aos leitores do jornal, o mais rapidamente
possível. Lamento o  transtorno e agradeço a observação.

Apesar do erro dos títulos (ou das colunas), é possível consultar os
valores corretos. Por exemplo, os dois valores iguais a 5.818,45 que a
senhora citou para o Adjunto 1 doutor DE referem-se à proposta de abril e à
proposta do setor das IFES. Lembremos que nesta proposta do setor, todos os
valores são maiores ou iguais do que os valores correspondentes da proposta
de abril. Já na proposta de 14 de julho, isto é, na nova proposta do
governo, a remuneração total para esta classe/nível/titulação/regime é igual
a 5.377,20 para ativos e a 4.778,56 para aposentados e pensionistas, valores
bem menores do que os anteriores, o que é coerente com a menor quantidade de
recursos utilizada e toda a argumentação nos textos das demais matérias do
jornal.

Esclarecidos os equívocos (espero), vamos à questão do orçamento. O
"adicional" recebido pelos professores da UFRJ - e outros em condições
semelhantes - não implica qualquer impacto orçamentário, pois permanece o
mesmo, antes ou depois do reajuste. Isto é, já está orçado. O que interessa,
para calcular o "impacto orçamentário", isto é, o acréscimo à despesa da
União, é a DIFERENÇA entre a remunerações anterior e posterior ao reajuste e
este é idêntico, em todas as propostas sob estudo (de abril, de 14 de julho,
do Setor, do Sinasefe). Usando o seu exemplo:

Professor Adjunto 1 doutor DE ativo da Universidade Federal de São Carlos:
    remuneração atual = 4.250,67
    remuneração na proposta de 14 de julho = 4.658,33
    impacto = 4.658,33 - 4.250,67 = 407,66, ou seja, o valor exato da nova
gratificação.

Professor Adjunto 1 doutor DE ativo da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (que ganha 26,05% graças a uma ação judicial da Adufrj-SSind):
    remuneração atual = 4.969,54
    remuneração na proposta de 14 de julho = 5.377,20
    impacto = 5.377,20 - 4.969,54 = 407,66, ou seja, o mesmo valor exato da
nova gratificação, como não podia deixar de ser.

Em outras palavras, os 26,05% não incidem sobre a GED nem sobre a nova
gratificação.

Portanto, repito, não há como concluir pela necessidade de qualquer recurso
"extra" com base nestas diferenciações, e não é aí que está a explicação
para as discrepâncias entre os valores calculados por nós e os informados
pelo governo. Para achar o impacto total, é só multiplicar o acréscimo
proposto para cada regime/titulação pela quantidade de professores que estão
nessa situação e depois somar tudo. Bastante simples, como eu já disse.

[O cálculo dos impactos fica bem mais complicado - mas de forma alguma
impossível - no caso da incorporação da GAE e/ou da GED ou de reajustes
lineares, porque nestes casos há acréscimos nos valores pagos a título de
adicionais de periculosidade, insalubridade, tempo de serviço, algumas - mas
não todas - as ações judiciais etc. Durante o processo de negociação que
acompanhou a greve de 2001, por exemplo, tivemos de fazer esses cálculos e
as incertezas eram maiores, porque o próprio governo não sabia ao certo as
implicações de todas as ações judiciais.]

Por fim, gostaria de agradecer a sua declaração de que considera sério o
nosso trabalho e comentar a sua observação de que "nós não ouvimos os nossos
pares". Suponho que "nós" sejamos a diretoria da Adufrj-SSind e do Andes-SN,
que pertencemos ao mesmo campo político. Não concordo que isso ocorra.
Talvez a senhora quisesse dizer "nós ouvimos uns pares e não ouvimos
outros". Também não concordo. Há, de fato, concepções diversas sobre a
universidade, sobre o sindicato e sobre a sociedade, e às vezes certos
pontos de vista ou estratégias de ação são inconciliáveis, mas isso não
implica surdez seletiva, ao menos da nossa parte. Não foi essa a
demonstração que demos, por exemplo, na última AG da Adufrj-SSind, onde a
surdez da mesa só existiu, propositalmente, para os insultos, agressões,
comportamentos desrespeitosos e até xulos xingamentos, vindos de alguns dos
"vossos" apoiadores. Não somos "nós" que costumamos propor deliberar sem
fazer avaliações, ou votar pela internet, ou impedir os aposentados de
votarem, por exemplo. E sempre, sem exceção, implementamos as deliberações
tomadas pelas AGs. Quem não ouve quem, professora Lilia?

Saudações universitárias,
José Miguel Bendrao Saldanha
da Diretoria da Adufrj-SSind.


----- Original Message ----- 
From: <lilia at ov.ufrj.br>
To: "José Miguel Bendrao Saldanha" <zemig at ufrj.br>
Cc: <FORum-prof at listas.if.ufrj.br>
Sent: Tuesday, July 20, 2004 9:51 PM
Subject: Re: Quem está tentando embromar quem?


> Professor Jose Miguel, sejamos didaticos:
>
> 1) nao me referi sobre profs da ufrj em particular (acredito eu em momento
> algum, na questao salarial). Estou preocupada com as Universidades
Federais e o
> ensino em geral.
>
> 2) reafirmo tudo que ja disse, senao vejamos, pegando um exemplo aleatorio
>
>  professor adjunto DE com doutorado, ativo, e tomando como salario
>
> basico + GAE + GED maxima + vant. pec.
>
> salario atual: 4250,67
> proposta de abril: 5100,28
> proposta julho: 4658,33
>
> AGORA  VEJAMOS O QUE ESTA' NO JORNAL DA ADUFRJ NA PAGINA 11 , PARA ESSE
> PROFESSOR  (considerando, como diz o cabecalho: "COM 26,05% DO PLANO
VERAO")
>
> proposta de abril: 5818,45
> proposta julho: 5818,45
>
> (ALIAS ESSA TABELA ME PARECE ERRADA, mas nao muito). Ou seja cade o
orcamento
> para pagar os 5818,45 (da tabela da ADUFRJ) menos os 4658,33
> (do orcamento "disponivel" pelo governo) ?????????????????? aonde esta
> discutido isso????????????????????????
>
> o que o senhor conclui disso? espero que exatamente o que ja falei antes.
>
> de resto, nao acho que o trabalho dos(as) senhores(as) nao seja serio.
Apenas
> acho que no momento os senhores estao equivocados de nao ouvir seus pares
.
>
> saudacoes universitarias       Lilia.
>
> PS - nao vejo problema algum de nos tratarmos uns aos outros, como colegas
que
> somos, de voce.
>





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