[forum-prof] Juntando as variaveis de novo
Prof. Luiz Eduardo
luizeduardo at pharma.ufrj.br
Fri Jul 9 19:33:23 BRT 2004
Existem variáveis que não podem ser desprezadas, ignoradas, banidas.
Ou vamos trocar uma verdade maquiada por uma verdade amputada.
L.E.
Gazeta do Povo, 04/04/2004.
Marcelo Oliveira
Presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social
( www.anfip.org.br ).
OS FAVORES DA PREVIDENCIA
>A população brasileira já ouviu várias vezes - principalmente dos anos 90
>para cá, época de empobrecimento do nosso país - discursos, sempre
>contestados, de que há um grande "rombo" na Previdência Social e que esse
>"rombo" é responsável por inúmeros problemas na nossa sociedade, como o
>impedimento de crescimento econômico, de o salário mínimo possuir um valor
>digno e de conceder reajuste decente para os aposentados e pensionistas do
>Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o INSS.
>
>Pois bem! Apesar desses discursos enganosos, pronunciados por autoridades
>que passam pelos governos, novamente e como inúmeras vezes já foi feito, o
>governo esteve prestes a tomar medidas para retirar o dinheiro da
>Previdência Social pública e utilizar em outro fim: as instituições de
>ensino superior.
>
>O Ministério da Educação pretende isentar essas instituições de pagar
>impostos e contribuições federais em troca de 25% de suas vagas. Uma
>medida provisória sobre o assunto deve ser editada nos próximos dias, mas
>- em momento de lucidez - o governo retirou as contribuições do INSS da
>lista de isenções. No projeto original, essas instituições particulares
>focariam isentas, também, de pagar as contribuições destinadas à
>Previdência Social pública.
>
>O governo pretende destinar as vagas a estudantes carentes, a negros, a
>indígenas, a ex-presidiários e a portadores de necessidades especiais. A
>atitude é louvável mas, por que será que antes de pensar em isentar essas
>instituições de pagar as contribuições à Previdência Social, o governo não
>cuida de fazer com que as atuais faculdades e universidades consideradas
>"filantrópicas" cumpram as normas em vigor? Pela legislação, as
>"filantrópicas" são - ou deveriam ser - obrigadas a conceder 20% de suas
>vagas para alunos carentes. Muitas não cumprem essa norma e, mesmo assim,
>continuam isentas de pagar contribuições para o INSS. Para se ter uma
>idéia, as empresas consideradas não "filantrópicas" - a grande maioria -
>pagam 20% do valor de suas folhas de salários para a Previdência Social.
>As filantrópicas não pagam nada!
>
>Por causa dessa tal "filantropia", o INSS deixou de arrecadar R$.2,18
>bilhões em 2003. Esse "favor" legal corresponde a R$.8,4 milhões de
>aposentadorias no valor de um salário mínimo.
>
>O objetivo do governo, volto a repetir, é louvável: beneficiar os
>excluídos da sociedade. Mas se o governo fizesse um levantamento talvez
>descobrisse que os 20% das vagas das atuais "filantrópicas" seriam
>suficientes para abrigar não apenas os alunos carentes - conforme manda a
>lei - mas também boa parte dos negros, dos indígenas, dos ex-presidiários
>e dos portadores de necessidade especiais.
>
>Nos discursos de autoridades, a Previdência Social é possuidora de
>"rombos" catastróficos mas, ironicamente, se torna rica na hora de
>privilegiar alguns segmentos abastados da sociedade, concedendo vários
>"favores", em forma de isenções de contribuições.
>
>A Previdência Social arca, mensalmente, com o pagamento de benefícios a
>mais de 21 milhões de aposentados e pensionistas do INSS. Indiretamente,
>75 milhões de pessoas são beneficiadas pelo sistema, conforme pesquisa do
>Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses benefícios
>são responsáveis pela injeção de mais de R$.100 bilhões, por ano, na
>economia. São valores utilizados no comércio pelos aposentados e
>pensionistas e que geram empregos e produção nas empresas. Não seria
>justo, novamente, conceder "favores" como os recursos da Previdência
>Social, colocando em risco a arrecadação de todo o sistema e,
>conseqüentemente, o sustento de milhões de cidadãos.
>
>Os brasileiros estão cansados de discursos de que a Previdência está
>quebrada. O que se deseja é o crescimento econômico, que só será alcançado
>com uma administração competente de nosso país e com a implementação de
>medidas para reforçar nossa economia interna e proporcionar o bem-estar de
>toda a nossa sociedade, e não apenas de determinados segmentos.
>
>Marcelo Oliveira é Presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais
>da Previdência Social ( www.anfip.org.br ). Gazeta do Povo, 04/04/2004.
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