[forum-prof] Vestibular

Luiz Felipe de Souza Coelho coelho at if.ufrj.br
Thu Jul 8 12:36:35 BRT 2004


Prezados colegas
(mandei esta mensagem para diversas listas, me perdoe caso receber mais de uma 
cópia)

Para mim a solução a médio prazo é a nota do ENEM substituir o Vestibular, com 
pesos diferentes para os diversos cursos. Isto já pressiona mais o segundo grau 
que a situação atual, onde apenas há a fiscalização se as escolas declaram 
terem cumprido as ementas... Com todo o privatismo, até os EUA tem uma solução 
melhor, lá os alunos fazem um "ENEM" privado e as notas que obtem determinam se 
entram ou não na universidade, lá não há Vestibular! 

O Ericsson Almendra (um dos representantes do CT no CEG) fez uma colocação meio 
termo entre essa proposta de só usar o ENEM (com a qual concordo) e a situação 
atual. A dele é ter uma exigência de nota mínima no ENEM (poderia diferir de 
curso a curso) mais provas específicas de cada grupo de cursos. Me parece 
razoável, menos radical, só que até isso destroi interesses adquiridos, o 
Vestibular da UFRJ movimenta milhões de reais, cadê a vontade de mudar? A 
proposta do professor Luiz Otávio, coordenador da Comissão do Vestibular, era 
ainda menos radical que a do Ericsson, mas perdeu com o voto dos alunos e de 
alguns professores que não querem mudar nada. Parece que faz diversas reuniões 
o CEG  debate sem concluir nada e que a Câmara de Vestibular do CEG tem tido 
problemas para se reunir, agora ficou muito em cima para mudanças radicais. 

A solução, no longo termo, é cada estado assumir o papel de emissão de diplomas 
de Segundo Grau: provas gerais ao fim de cada ano, com o diploma sendo 
concedido em função dessas notas. Esse é o caminho europeu, o monopólio 
governamental na emissão de diplomas. Isto sim pressionaria as escolas de 
Segundo Grau. No caso do Brasil, como somos uma federação e o segundo grau é 
atribuição dos estados parece razoável que cada estado aplique suas provas. 
Para garantir um mínimo de homogeneidade o MEC poderia coordenar esse processo 
de 26 exames estaduais. Isso seria muito mais fácil do que a situação atual, 
onde cada secretaria de educação estadual tem milhares de escolas a fiscalizar.
O resultado deta "fiscalização" nós sabemos, quando às vezes um terço de uma 
turma do CT ou do CCMN não sabe a área do círculo.

Abraços, Felipe (IF, um dos representantes do CCMN no CEG)


ópia Carlos Frederico Leao Rocha <fred at ie.ufrj.br>:

> Luiz Felipe, depois me dá um informe sobre o Edital de 
> Transferência. Vou cobrar também posição de nossa representante 
> (IE) no CEG. Mas gostaria mesmo de falar sobre seu comentário do 
> Vestibular. Sempre tive uma percepção parecida com a sua no que 
> se refere a importância para complementação da remuneração de 
> alguns grupos. Aliás, creio que o CEG deve questionar a não adoção 
> do ENEM como referência. Os dados apresentados pela Pró-reitoria 
> mostram que a maior exclusão social no vestibular é auto-exclusão. 
> Os alunos de escolas públicas nem se inscrevem. O que ocorreria 
> se o processo acesso fosse completamente feito a partir do ENEM? 
> Pense no caso de uma família de três filhos cuja renda gire entre 10 
> e 20 salários mínimos (portanto, não sujeita a isenção de taxas) e 
> que seu filho queira se inscrever em quatro ou cinco processos 
> vestibulares (UFF, UFRJ, UERJ, UNIRIO e PUC). As taxas podem 
> representar uma parcela substancial da renda familiar. Vamos 
> democratizar o acesso começando pela prova de acesso!!
> 
> 
> 
> On 8 Jul 2004 at 1:16, Luiz Felipe de Souza Coelho wrote:
> 
> > Prezados Bruno, Luciano, Lilia, Respicio, Carlos Frederico, Lucia,
> > Luiz, Ribas e demais colegas
> > 
> > Puxa, a lista animou! Todas as colocações feitas ajudam a entender
> ou
> > a UFRJ, ou a ADUFRJ, ou nossa carreira. 
> > 
> > Tenho estado um pouco ausente por 4 razões (e vou ficar ainda mais).
> 
> > 
> > A primeira é que fui eleito representantedo CCMN no CEG, hoje foi a
> > primeira reunião. Foi rediscutido o problema da transferência de
> > alunos, levantado pelo Carlos Frederico, mas a votação foi contra a
> > proposta do IM, levada pelo Miguel Jonathan. Depois faço um informe
> > melhor. Houve também uma proposta boa de edital para o próximo
> > vestibular, levada pelo coordenador do Vestibular. Infelizmente os
> > três alunos votaram contra, junto com 4 professores, e só 6
> > professores votaram a favor (1 se absteve). Ela reduzia o número de
> > dias de prova, as provas seriam menores e mais concentuais e a
> > exigência de nota diferente de zero em cada prova não-específica
> > passaria para a soma das notas dessas provas não-específicas. Só
> para
> > localizar a questão, a razão de ser dessas provas é a pressão que
> elas
> > fazem sobre o segundo grau mas isto só em prin´cípio porque na
> prática
> > o segundo grau hoje está igual ou pior do que 20 anos atrás, quando
> so
> > havia as provas específicas. Claro que um monte de gente ganha
> > dinheiro preparando, tomando conta e corrigindo provas e que o
> > Vestibular é pago, mas não! Um aluno veio dizer que estas provas são
> > fundamentais para uma formação humanista e que um médico, pelo fato
> de
> > estudar geografia, irá seformar em Medicina Social e não em
> > Cardiologia. Alguém tem que fiscalizar se o dioploma de Segundo Grau
> > que escolas privadas e públicas emitem vale alguma coisa, mas isso
> > certamente não é papel da universidade, que mal se fiscaliza a si
> > proprias. Um terceiro ponto da pauta era o caso de um aluno que
> passou
> > no vestibular da Economia mas só cursou disciplinas da Comunicação,
> > durante 7 semestres! O caso dele só foi detetado pelo SIGA. Nós
> > decidimos por grande maioria que a transferência deveria ser aceita,
> > mas que deve ser aberto um inquérito chamando dirigentes das 2
> > unidades.
> > 
> > A segunda razão da minha ausência é que estou mantendo atualizado um
> > boletim de eventos acadêmicos do Rio de Janeiro, com ênfase na UFRJ.
> > Esse boletim está na página do CCMN www.ccmn.ufrj.br, na parte
> > central, e está aberto para a divulgação de qualquer evento que me
> > mandem, da Paleontologia à Filosofia da Arte. A terceira razão é que
> > sábado morreu a maior poeta de língua portuguesa, Sophia Andresen,
> aos
> > 84 anos, e estou organizando uma página com a ajuda inestimável das
> > professoras Carlota e Gilda, da Faculdade de Letras. A quarta razão
> é
> > comum  a todos, o final de meu curso.
> > 
> > Abraços e dois poemas da Sophia (que foi uma voz que durante décadas
> > se opoz à ditadura do Salazar, além de escrever muitos poemas
> > fantásticos sobre diversos temas), Felipe
> > ---------------------------------- O Rei da Ítaca 
> > 
> > A civilização em que estamos é tão errada que
> > Nela o pensamento se desligou da mão.
> > 
> > Ulisses rei da Ítaca carpinteirou seu barco
> > E gabava-se também de saber conduzir
> > Num campo a direito o sulco do arado.
> > 
> > O Nome das coisas (1977) 
> > ------------------------
> > Tradução de Kleist 
> > 
> > Dizem que no outro mundo o sol é mais brilhante
> > E brilha sobre campos mais floridos
> > Mas os olhos que vêem essas maravilhas
> > São olhos apodrecidos.
> > 
> > Livro Sexto (1962) 
> > _______________________________________________
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