[forum-prof] Re: RES: RES: [ABEDi] Re: Nitroglicerina pura!
jribas at rdc.puc-rio.br
jribas at rdc.puc-rio.br
Sun Jul 4 10:55:27 BRT 2004
>Prof. José Carlos Temos de lutar bravamente como vcs. estão fazendo na
UCP mesmo que seja uma utopia nesse mundo com as consequências
devastadoras do neoliberalismo no sentido de valorizarmos a universidade
como espaço de transformação social e de formação de um profissional
comprometido com a mudança e da carreira do magistério como seu
instrumento. Temos lutar casa por casa (é uma batalha de de Stalingrado)
para que retomemos ao perfil do ensino dos anos80 - professor voltado
para a pesquisa e o ensino Ribas
Concordo, Prof.
> Aliás, esta história de Desembargador é algo que me deixa extremamente
> desconfortável e prefiro nem tocar no assunto. Já tive uma amarga
> experiência quando detectei um que não leciona e recebe em uma IES ( não
> citarei o nome e não é da UCP ).
>
> Não entendo o que é "dar nome"... Quem dá nome na Academia são
> acadêmicos. Temos que diferenciar esta coisa de que juiz é mais
> inteligente que advogado e que professor é aquele que não deu para nada
> na vida.
>
> Sou professor, por orgulho. Mas, como o Sr. disse, sou OBRIGADO a
> advogar, para poder me manter. Se pudesse, ficava 24hs na Faculdade.
>
> Quanto à pesquisa, eu, por exemplo, além de nada receber (tenho 16h),
> sequer tenho um espaço para reunir-me com meus estudantes. Mas, diante
> da atual situação da UCP, acredito que conseguirei fazer pesquisa com
> espaço.
>
> São muitos desabafos, Prof. Ribas... São muitos desencontros.
>
> Sinceramente, espero que minha dissertação - estou trabalhando nela,
> neste exato momento - possa contribuir para entendermos esta história de
> juízes e outros "poderosos" no Ensino Jurídico, assim como a forte
> influência positivista trazida para nossos cursos.
>
> No mais, ainda bem que temos o Sr. para nos espelharmos, assim como
> tantos outros professorea que tive a honra de conviver, como Leonardo
> Greco, Juliana Magalhães, Margarida Lacombe, Waleska Marcy, Hilda
> Bentes, Hugo Lovisolo, Juzrez Tavares, Mauro Dias e tantos outros de
> enorme importância para a Academia.
>
>
> José Carlos de Araújo Almeida Filho
> Professor de TGP e Direito Processual Civil
> Coordenador Acadêmico da Pós-Graduação em Processo
> Faculdade de Direito da UCP
> http://www.direito.ucp.br
>
>
> -----Mensagem original-----
> De: jribas at rdc.puc-rio.br [mailto:jribas at rdc.puc-rio.br]
> Enviada em: domingo, 4 de julho de 2004 09:45
> Para: almeidaf at compuland.com.br
> Cc: ABEDi at yahoogrupos.com.br; jribas at rdc.puc-rio.br;
> jneue at superig.com.br; ricardofalbo at uol.com.br; margarida at ugf.br;
> flagea2003 at yahoo.com.br; leletepassos at yahoo.com.br;
> jose_carlos at sr4.ufrj.br; anarosa at direito.ufrj.br; anarossa at bol.com.br;
> angelo.vargas at uol.com.br; marcel at pobox.com; rmsantos at alternex.com.br;
> lagprimeiro at uol.com.br; margaridacamargo at terra.com.br;
> leitepereira at msm.com.br; tandi at domair.com.br; saraiva at cepel.br;
> teixeiramendes at globo.com; teixeramendes at globo.com;
> daniela at prt1.mpt.gov.br; prof.andrelins at infolink.br;
> andrea.vaz at uol.com.br; alcino at ccje.ufrj.br; mairafernandes at cacofnd.org;
> marcusvinicius at yahoo.com.br; forum-prof at listas.if.ufrj.br;
> grecoleo at terra.com.br
> Assunto: Re: RES: [ABEDi] Re: Nitroglicerina pura!
>
>
>>Prezado Prof. José Carlos - O próprio CNPq ao considerar o regime de
> trabalho para efeitos de bolsa basta ter 30 horas. Foi mais um fator que
> desagrega a valorização do magistério. Vc. perguntará qual a diferença
> de um juiz 40 horas no magistério para um professor que acaba por
> acumular outros empregos para sobreviver. Quem acumula emprego de
> professor, sabe que a universidade é o seu espaço e onde estiver lutará
> por ele dentro dos padrões de ensino e pesquisa. E um juiz de 40 horas,
> a universidade não é o seu principal econômico. Não há uma vinculação
> com seu destino. Fora que são duas carreiras distintas. O resultado é
> que nós não estamos agregando os jovens doutores como professores
> estamos tendo com o juiz de 40 horas, um horista de luxo. Por que nas
> federais, um 40 horas não pode, com razão dar mais que oitos horas (essa
> é a nossa regra). Pois,
> entende-se o que resto da carga horária irá para pesquisa, ou
> administração,etc. Fora o problema que nas federais o regime de 40 é
> exceção pois temos dois DE e 20 horas. Assim, acaba naturalmente o de 40
> horas sendo um de 20 ganhando com 40 horas. Agora Desembargador com DE,
> ai, fomos longe demais, vc. não acha? Ribas
>
>
>
>
> Prof. Ribas,
>> nas particulares o quadro é pior.
>> Temos professores com DE, contudo, sem tempo para pesquisa. Por que
>> não lançarmos 40h aos docentes e criarmos espaço para a ´pesquisa?
>> Admito que não interessa, nem mesmo ao Governo, termos PENSADORES DO
>> DIREITO. O desejo, que visualizo, a cada dia, é OPERADORES DO DIREITO.
>> Assim, somos cirurgiões, a invadir as mentes, lobotomizar, sem pensar.
>>
>> Professor de TGP e Direito Processual Civil
>> Coordenador da Pós-Graduação
>> Faculdade de Direito da UCP
>> http://www.direito.ucp.br
>> -----Mensagem original-----
>> De: jribas at jur.puc-rio.br [mailto:jribas at jur.puc-rio.br]
>> Enviada em: domingo, 4 de julho de 2004 09:00
>> Para: jribas at rdc.puc-rio.br
>> Cc: jneue at superig.com.br; ricardofalbo at uol.com.br; margarida at ugf.br;
>> flagea2003 at yahoo.com.br; leletepassos at yahoo.com.br;
>> jose_carlos at sr4.ufrj.br; anarosa at direito.ufrj.br; anarossa at bol.com.br;
>> jribas at jur.puc-rio.br; angelo.vargas at uol.com.br; marcel at pobox.com;
>> rmsantos at alternex.com.br; lagprimeiro at uol.com.br;
>> margaridacamargo at terra.com.br;
>> leitepereira at msm.com.br; tandi at domair.com.br; saraiva at cepel.br;
>> teixeiramendes at globo.com; teixeramendes at globo.com;
>> daniela at prt1.mpt.gov.br; prof.andrelins at infolink.br;
>> andrea.vaz at uol.com.br; alcino at ccje.ufrj.br;
>> mairafernandes at cacofnd.org; marcusvinicius at yahoo.com.br;
>> forum-prof at listas.if.ufrj.br; grecoleo at terra.com.br
>> Assunto: [ABEDi] Re: Nitroglicerina pura!
>> Prioridade: Alta
>>
>>
>> >Para os ABedianos, para que não fiquemos no silência a respeito do
>> ensino
>> juridico no Brasil no tocante a sua qualidade tanto nas particulares
>> quanto nas públicas. Vamos, cada vez, mais consolidando o perfil de
>> uma volta de ensino jurídico entregue a não professores e a
>> desvalorização do titulo de doutor Repito a UFF, por exemplo,
>> considera como válido o título do Museu Social Argentino.Esse é o
>> quadro devastdor de que temos pela frente. No Rio nos anos 80, não
>> tinhamos doutores algumas
>> universidades particulares e uma universidade pública não federal
>> criou a sua política de livre docência (que no último caso no
>> depoimento abaixo nem a sua sub-reioria de pesquisa aceita). A UFRJ em
>> pleno 2004 aceita a livre docência (que nem a Uni-rio aceitou num caso
>> de Direito). O depoimento abaixo mostra como é daninho e trágico a
>> adoção de regime de 40 horas que acaba por fortalecer um ensino de
>> Direito sem pesquia. Leiam, reflitam e vamos reagir (alíás onde está o
>> Conpedi, a area de Direito da Capes que sabem o que está ocorrendo mas
>> ficam silentes?):
>>
>>
>> Quando famigerado Collor soube do romance entre a ministra da
>> Fazenda
>> > com o Bernardo Cabral afirmou é "nitroglicerina pura".
>> Infelizmente,
>> na Faculdade de Direito, estamos diante da "nitroglicerina pura".
>> Agora estou mais convicto de que nunca para o fato de manter o
>> sistema de 20 horas ou DE das universidades públicas. No "forum de
>> professores' da UFRJ alguns defendem a necessidade da categoria
>> "horista" dentro de um novo regime docente na Reforma Universitária.
>> Horista seria apostar no temerário e para o direito seria a morte
>> definitiva de qualquer tentativa de criarmos uma política de
>> pesquisa. Repito que o certo é a valorização crescente do DE. O
>> regime de 40 horas adotado para atrair doutores para Faculdade de
>> Direito foi um erro. Temos de reconhecer isto! Atraimos docentes mas
>> nesses dois meses, a exceção de professores que são professores, nada
>> somamos. Vou ser bem sincero atraimos o público alvo de sempre juízes
>> ou outros operadores do Direito vinculados ao Estado. Eles jamais
>> estarão envolvidos com pesquisa. Estamos na eminência no
>> Departamento de Teoria do Direito de incorporar mais um juiz de 40
>> horas! Para que? Outro problema por mais que se tem alertado a
>> Reitoria o concurso o último da Faculdade de Direito não poderia ter
>> sido feito com o Edital como estava. Em qualquer concurso, soube por
>> exemplo de um último concurso na USP de Relações Internacionais, se
>> desenha o perfil do candidato quer ser selecionado, é pesquisa ou
>> ensino... O edital para a Faculdade de Direito está demonstrando esse
>> resultado salvo a honrosa e rarissimas exceções de alguns
>> docentes aprovados para o concurso. Volto repetir que nós na UFRJ
>> temos de discutir essa situação aberta na Faculdade de Direito, no
>> tempo de Carlos Lessa, aliás, o Consuni não queria aprovar as 40 horas
>> (com razão!). O erro foi do perfil do edital e as bancas (que a
>> Reitoria não pode ou quis anular, o Caco era da posição de que iriamos
>> atrasar mais o concurso). E o resultado está ai! O
>> Departamento de Teoria do Direito terá mais um juiz de 40 horas (eu
>> não quero nem discutir o perfil desse privilegiado!). Outro problema é
>> a livre docência aprovada na reunião do Consuni do dia 24 passado. A
>> comunidade acadêmica está com toda razão discutindo se haverá ou não
>> greve, mas, a resolução do Consuni é o nosso futuro. Por que a
>> comunidade acadêmica não reage contra? No caso do Direito, é
>> devastador a consequência. Veja a posição da Uni-rio, um docente de
>> Direito desta IES trouxe o título de livre docência obtido (eu
>> participei da banca) para ser promovido a adjunto. A Uni-Rio negou com
>> razão. O que faz a UFRJ em pleno 2004 aceita! A livre docência
>> "voltou" no Direito porque, principalmente, no Rio não havia
>> doutores. Então ela teria efeito mais interno para poder alavancar as
>> > pós-graduações. É o que ocorreu também com uma universidade
>> pública
>> não federal do Rio (nesse caso nem a sua Sub-Reiotria de Pesquisa
>> aceita o título de livre docência!). Em sintese são as famosas
>> exceções que, como o caso das 40 horas,
>> > abre,tragicamente, para outras situações. Amanhã na reunião de
>> Congregação veremos se temos firmeza de enfrentar essas situações.
>> Gostaria de saber por que o Caco ainda não se pronunciou e também
>> através de e-mails a posição de cada um dos chefes de departamento da
>> faculdade de direito. Não podemos continuar ficando silentes
>> ainda mais com outra nitroglicerina pura que é o caso dos
>> Desembargadores com DE (por que o Chefe de Depto de Direito Público o
>> lotou se era
>> > manifestamente ilegal, por que esses desembargadores foram
>> orientados em protocalar os seus termos de posse e não foram de
>> pronto advertidos que a ordem do Sub-reitor de pessoal da UFRJ era
>> manifestamente ilegal?). Não podemos ficar apenas na constatação de
>> que é nitroglicerina pura. Pois, ela vai explodir nos que acreditam
>> para o fato da unversidade, em especial, o curso de Direito, estar
>> vinculado a pesquisa e ensino Ribas
>>
>>
>>
>>
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