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<body bgcolor="#ffffff" text="#000000">
Abraham<br>
<br>
É verdade que há substitutos nas disciplinas dos cursos noturnos mas a
maioria delas no IF é dada por doutores. Neste semestre dei aula para
as licenciaturas noturnas da Física e da Biologia. A questão de ter ou
não ter doutorado não tem muita relevância hoje na UFRJ, pois a maioria
tem doutorado mas claro que não era assim nos anos 60. No meu
departamento (com 30 professores) só temos dois professores sem
doutorado e ambos são muito respeitados, pois além das aulas fazem
tarefas administrativas importantes no ensino (COAA e coordenação de
Física I). Quatro outros professores de meu departamento (com
doutorado) coordenam cursos de graduação e um destes quatro é também
diretor de graduação. <br>
<br>
Há a questão preocupante do que fazer com um professor que seja um mau
profissional e a resposta burocrática é que ele não pode ser um mau
profissional pois passou num concurso público... Esse para mim é que o
problema, o que fazer com um professor ou um funcionário que trabalha
pouco e/ou mal? Se um professor se recusa a dar aula numa disciplina do
curso noturno (doutor ou não, Quadro Permanente ou substituto) o que
acontece? A resposta é que nada acontece. Se ele tem poucas atividades
de pesquisa a carga didática dele é aumentada (há um indicador para
isso) mas isto pode ser terrível, pois ele pode ser também um professor
desestimulado e desestimulante. <br>
<br>
Sem ser tão dramático, há professores que resolvem mudar ementas e
livros-texto, com as melhores intenções em geral, mas o que fazer?
Agora mesmo na minha disciplina da licenciatura noturna da Física
(equivale a Física III) dei a ementa e segui o livro-texto, mas
descobri que dois antecessores não fizeram isso. O resultado é que o
professor da disciplina subsequente neste semestre (ele também é de
meu departamento) teve que dar a disciplina dele com a ementa da minha,
quando ela deveria ter sido um aprofundamento dos conceitos. (Um
detalhe: uma outra professora dessa disciplina, de outro departamento,
certamente cumpriu a ementa, como eu. Um professor temporário deu aula
também e cumpriu a ementa. Esse professor temporário, um aluno de
doutorado de outro departamento, é ótimo e dedicado. Os dois
professores que cumpriram só parte das ementas, gerando problemas para
a disciplina subsequente, eram do Quadro Permanente de outros
departamentos.)<br>
<br>
Se um funcionário não cumpre as suas atividades o que acontece? Nada
muito diferente do que acontece com os professores. Temos quatro
funcionários na secretaria de graduação do IF para atender ao curso
noturno e temos no máximo um de cada vez. Temos quatro ou cinco
bibliotecários (antes so tínhamos um) e a justificativa foi o curso
noturno, mas de noite só há um agente administrativo.(As bibliotecas
estão subordinadas ao SiBI.) Temos também muitos bons funcionários,
como esse agente administrativo, mas nada acontece com quem não quiser
cumprir o seu regime de trabalho, isso é a norma da UFRJ. Em princípio
diretores, decanos e reitores poderiam mudar isso (relógio de ponto
para funcionários, pauta online para os professores) mas ninguém quer
dar o primeiro passo. Até transferir um funcionário, cujas funções eram
visivelmente desnecessárias, de uma unidade para outra, ou transferir
(a pedido!!!) professores de um departamento para outro (com a
concordância de todos os departamentos envolvidos!!!), em amvos casos
com apoio da direção do IF, viraram novelas com duração de 12 meses.
Falo por experiência própria.<br>
<br>
Desculpem esse mail imenso.<br>
<br>
7/25/2012 6:25 PM, Abraham Zakon wrote:
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<div class="WordSection1">
<p class="MsoNormal"><b><span
style="font-size: 11pt; font-family: "Calibri","sans-serif"; color: rgb(31, 73, 125);">Felipe.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b><span
style="font-size: 11pt; font-family: "Calibri","sans-serif"; color: rgb(31, 73, 125);"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b><span
style="font-size: 11pt; font-family: "Calibri","sans-serif"; color: rgb(31, 73, 125);">A
melhora análise sobre as pessoas, incluindo os pré-PhDeuses e vários
outros PhDeuses acadêmicos – foi feita na revista ÉPOCA cuja cópia da
capa remeto em anexo. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b><span
style="font-size: 11pt; font-family: "Calibri","sans-serif"; color: rgb(31, 73, 125);"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b><span
style="font-size: 11pt; font-family: "Calibri","sans-serif"; color: rgb(31, 73, 125);">O
erro brasileiro foi pretender copiar o modelo americano de ensino
superior de créditos e requisitos (a partir de 1965), que é válido para
a pós-graduação. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b><span
style="font-size: 11pt; font-family: "Calibri","sans-serif"; color: rgb(31, 73, 125);"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b><span
style="font-size: 11pt; font-family: "Calibri","sans-serif"; color: rgb(31, 73, 125);">Um
colega do Instituto de Química comentou comigo na 2ª feira p.p. que há
quem queira eliminar do cenário da reforma universitária de 1968 (é
conhecida assim).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b><span
style="font-size: 11pt; font-family: "Calibri","sans-serif"; color: rgb(31, 73, 125);"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b><span
style="font-size: 11pt; font-family: "Calibri","sans-serif"; color: rgb(31, 73, 125);">Criaram
cursos noturnos e a gente desconhece os novatos temporários, assim como
não conhecemos direito os substitutos (vários deles, hoje, adjuntos), e
outros já PhDeuses que começaram a publicar livros sem experiência
didática suficiente e com baixo número de exemplares... só para inflar
currículos e impressionar os ingênuos e os publiqueiros adjacentes.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b><span
style="font-size: 11pt; font-family: "Calibri","sans-serif"; color: rgb(31, 73, 125);"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b><span
style="font-size: 11pt; font-family: "Calibri","sans-serif"; color: rgb(31, 73, 125);">AZ<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b><span
style="font-size: 11pt; font-family: "Calibri","sans-serif"; color: rgb(31, 73, 125);"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><span
style="font-size: 11pt; font-family: "Calibri","sans-serif"; color: rgb(31, 73, 125);"><o:p> </o:p></span></p>
<div>
<div
style="border-style: solid none none; border-color: rgb(181, 196, 223) -moz-use-text-color -moz-use-text-color; border-width: 1pt medium medium; padding: 3pt 0cm 0cm;">
<p class="MsoNormal"><b><span
style="font-size: 10pt; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: windowtext;">De:</span></b><span
style="font-size: 10pt; font-family: "Tahoma","sans-serif"; color: windowtext;">
<a class="moz-txt-link-abbreviated" href="mailto:forum-prof-bounces@if.ufrj.br">forum-prof-bounces@if.ufrj.br</a> [<a class="moz-txt-link-freetext" href="mailto:forum-prof-bounces@if.ufrj.br">mailto:forum-prof-bounces@if.ufrj.br</a>] <b>Em
nome de </b>Felipe Coelho<br>
<b>Enviada em:</b> quarta-feira, 25 de julho de 2012 17:22<br>
<b>Para:</b> Luiz Eduardo<br>
<b>Cc:</b> <a class="moz-txt-link-abbreviated" href="mailto:educa-tutorial@yahoogrupos.com.br">educa-tutorial@yahoogrupos.com.br</a>;
<a class="moz-txt-link-abbreviated" href="mailto:forum-prof@listas.if.ufrj.br">forum-prof@listas.if.ufrj.br</a><br>
<b>Assunto:</b> Re: [forum-prof] de reitores, mortes, leis e medos<o:p></o:p></span></p>
</div>
</div>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Precisamos, como os alunos assistindo uma aula,
ter um ambiente na universidade onde possamos dizer qualquer coisa. Mas
o problema maior nem é a censura ou a auto-censura, é não termos
espaços reais, virtuais, televisivos ou impressos para podermos dizer
algo. <br>
<br>
Até a arquitetura dos prédios e a sua distribuição espacial nega esses
espaços. No meu micro-cosmo (o departamento de Física Nuclear) temos
uma sala de café, que é um espaço de convivência, uma sala de
reuniões/seminários e um banheiro. Os outros três departamentos do IF
tem outras salas de café, outras salas de reunião e outros banheiros.
Nem no nível da "unidade" IF temos um espaço de convivência único,
assim há pessoas de outros departamentos que mal vejo embora saiba que
estão aqui todos os dias. Há interação em pesquisa entre vários
departamentos do IF, há disciplinas dadas por professores de vários
departamentos do IF, há várias comissões multi-departamentais, mas
ainda é pouco. Em outras unidades pode ser pior ainda, os departamentos
e os laboratórios de uma unidade podem distar centenas de metros uns
dos outros. A UFRJ é quase toda assim, não temos "o prédio da
Biblioteca da UFRJ", "o prédio dos refeitórios e restaurantes" ou "o
prédio da administração central". Até na hora de almoçar há quase cem
opções na ilha do Fundão (sem trocadilhos).<br>
<br>
Esse isolamento favorece os preconceitos mútuos, frequentemente
existente desde cursos de graduação, que não favorecem o convívio
universitário. Alguns dias atrás um colega do IF (que trabalha na área
de Física Biológica) e eu (que frequentementemente dou aula na
Biologia) tentávamos convencer um aluno de doutorado de Física teórica
de que a Biologia, a Química, a Geologia, a História, a Sociologia,
etc todas eram ciências, cada uma com seus métodos próprios, que
diferem entre si e com os métodos da Física. Esse aluno parecia estar
chocado por uma colega sua de doutorado ter migrado para a Física
Biológica. Insistimos com o aluno que o fato dos métodos de outras
ciências diferirem dos da Física não as fazia inferiores, mas não acho
que o convencemos.Há preconceitos mútuos entre as ciências básicas, os
conhecimentos aplicados, as linguagens e as artes. Há preconceitos de
cada unidade em relação ao restante da UFRJ. (É bastante frequente em
reformas curriculares se retirarem disciplinas ministradas por outras
unidades.) Há até preconceitos contra os pesquisadores e contra os que
não são pesquisadores. <br>
<br>
O isolamento desde que as pessoas entram como calouros na UFRJ leva a
isso, a pessoas são levadas - por total desconhecimento - a dizer como
o Caetano: "Narciso acha feio tudo o que não é espelho". Na verdade
somos todos muito similares: um engenheiro, um físico, um designer, um
farmacêutico, um geólogo, um químico, um matemático, um estatístico, um
metereólogo, um astrônomo, um cientista de computação, um licenciado de
física ou de biologia ou de química, um biofísico...Bem, pelo menos é o
que acho pois já dei aula em todos esses cursos. Tenho certeza que os
outros cursos onde não dei aula são parecidos também, as pessoas tem as
mesmas motivações em todos. A UFRJ (e a universidade brasileira) tem
que desmanchar essa teia de preconceitos mas como fazer isso se nem nos
encontramos nos corredores, nos congressos ou nas salas de aula??? Já
um otimista pensaria "Estamos tão ruins em integração que só podemos
melhorar!."<br>
<br>
Abraços<br>
<br>
<br>
On 7/24/2012 4:11 PM, Luiz Eduardo wrote: <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">At 15:47 24/07/2012 -0300, you wrote:<br>
<br>
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Lília e demais colegas <br>
Depois de ficar sem olhar o e-mail desde o dia 19 (problemas no
servidor do IF, problrmas no NCE que misteriosamente desliga a conexão
da UFRJ à Internet e problemas meus) também fiquei chocado pela falta
de tato da reitoria atual. O "arraiá" tinha que ter sido adiado!!! No
dia 17 recebera um mail do Aluísio divulgando duas disciplinas que
daria na pós, uma dela sobre diversos autores que estudaram o Brasil. A
lista de autores estava boa mas sugeri adicionar o Câmara Cascudo e o
Capistrano de Abreu. Isso foi no dia 19. Infelizmente não pude ir no
enterro,pois só de tarde consegui entrar no servidor de mails e ler o
mail que dizia a hora.<br>
Enfim, é isso, a única certeza é sempre a morte. Agora até a ADUFRJ que
se opôs sistematicamente ao Aluísio o está elogiando: "um democrata",
"um socialista", "um lutador contra a intervenção" , etc, etc. (Na
verdade não houve intervenção, só a aplicação da LDB, mas essa não era
a opinião quer da ADUFRJ quer do Aluísio e outros decanos.). Mas agora
a ANDES não considera mais que a LDB é uma afronta que o Congresso fez
a ela, hoje a ANDES até aplaude as 8 horas mínimas de aula dos docentes
das IFES que a LDB prescreve. Aumentar a carga horária para 12 horas é
bobagem mas dizer que isso viola a LDB é bastante discutível (se 8 é o
mínimo, a violação seria se o governo permitisse menos de 8). Só que de
repente a LDB virou progressista aos olhos da ANDES. Igual ao Aluísio
aos olhos da ADUFRJ.<br>
Abraços,<br>
Felipe<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><br>
<br>
<br>
<br>
<br>
<b><span style="color: navy;">Sequer as leis físicas do universo...<br>
parecem muito coerentes.<br>
<br>
<br>
Se erramos quando falamos de pedras...<br>
imagine quando falamos de pessoas.<br>
<br>
<br>
Elas são sempre piores do que pensamos.<br>
Mas como diria o Cristo no "Auto da Compadecida",<br>
não fazemos por maldade.<br>
<br>
Fazemos apenas porque temos medo.<br>
Muito medo.<br>
<br>
O PAPEL PRIMEIRO DE UM REITOR...<br>
é nos propiciar a garantia de que podemos pensar, expressar nossos
pensamentos e trabalhar...<br>
SEM MEDOS.<br>
<br>
Cadê esse Reitor ?<br>
<br>
L.E.<br>
<br>
<br>
<br>
</span></b>============================<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
</div>
</blockquote>
<br>
</body>
</html>