[forum-prof] RES: A UFRJ e o paralelismo com o edifício Avenida Central

Luiz Felipe Coelho coelho at if.ufrj.br
Fri May 6 19:38:52 BRT 2011


Oi Zakon, Luiz Eduardo e todos

Há muitas comissões em todos os âmbitos mas o 
pior é que muitos professores, por não terem 
apoio administrativo e técnico 
eficiente/suficiente, fazem atividades 
administrativas e técnicas. Isto inclue não 
apenas os chefes de departamento, os diretores, 
os decanos, a equipe da Reitoria e os membros dos 
colegiados e comissões superiores, mas (a) os 
membros das COAA, (b) os coordenadores dos 
cursos, (c) os coordenadores de disciplinas com 
mais de uma turma (essas são comuns no Básico mas 
a função é ignorada pelo SIGA), (d) os 
coordenadores da Jornada de IC, (e) os 
responsáveis pelos LIG, (f) os chefes de 
laboratórios e de projetos de pesquisa, (g) os 
assessores diversos, (g) os dirigentes de seções 
da Reitoria, (h) a Prefeitura, (i) etc.

Paralelamente, como não há uma estrutura 
administrativa clara, há duplicação de esforços, 
perda da memória do que foi feito e conflito de 
competências, sem falar numa profunda 
desconfiança quanto à legitimidade de qualquer 
norma interna ou externa à UFRJ. Há uma enorme 
boa vontade em fazer coisas mas há muita 
descoordenação. Aí, se ficamos imersos no dia a 
dia de micro problemas e de acordos de 
cavalheiros extremamente complexos, não conseguimos pensar os grandes.

Um exemplo de problema grande é a arquitetura dos 
prédios e o urbanismo da cidade universitária. 
Alguns prédios do porte do edifício Avenida 
Central, com 30 a 40 andares, seriam o suficiente 
para conter toda a UFRJ e poderiam estar vizinhos 
o suficiente para haver um grande prédio 
administrativo e de convivência, incluindo uma 
biblioteca central, restaurantes, comércio e 
centro de convenções. A UFRJ precisa adensar e 
ter prédios legitimamente universitários. 
Deveríamos fazer como foi feito nos anos 30 e 
chamar grandes arquitetos para apresentar 
projetos. Como estamos a arquitetura e o 
urbanismo impedem não apenas a convivência entre 
as unidades mas até dentro das unidades, pois 
unidades espalhadas em prédios com cem mil metros 
quadrados, divididas em blocos distantes uns dos 
outros ou divididas em andares desconectados são intrinsicamente desunidas.

Outro exemplo é a gestão do patrimônio. É 
essencial termos centros de pesquisa da 
Petrobras, da Eletrobras, da CPRM e futuramente 
de outras empresas, mas me impressiona que 
cobremos aluguéis irrisórios por uma área nobre 
para centros de pesquisa (junto dos laboratórios 
da universidade, junto do aeroporto, das linhas 
vermelha e amarela, da avenida Brasil, a poucos 
minutos da Rio-São Paulo, da Rio-Petrópolis e da 
ponte Rio-Niterói.). Pode ter mudado mas alguns 
anos atrás esse pagamento era de alguns milhões 
ao ano por uma área imensa, menos de 1 real ao 
mês por metro quadrado. O Canecão pagava o 
aluguel de cerca de 6 mil reais por 5 mil metros 
quadrados, o que era ofensivo, mas duvido que os 
centros de pesquisa paguem mais que isso. Eles 
TEM que estar aqui mas precisam pagar um aluguel 
razoável, pelo menos 10 ou 20 reais por metro 
quadrado, pois duvido que alguém alugue qualquer 
lugar por menos que isso no Rio de Janeiro.

O Banco do Brasil que concentra a nossa folha de 
pagamento de cerca de 1 bilhão de reais não paga 
nada à universidade por esse privilégio, ele 
deveria pagar no mínimo 1%. Temos que loicitar a 
folha de pagamento e colocá-la no banco que pague 
melhor retorno à UFRJ, providenciado um 
atendimento de qualidade aos professores e 
funcionários. Novamente é essencial ter 
funcionários de alto nível e bem pagos fazendo a 
gestão de nosso patrimônio imobiliário e de 
nossos contratos, da mesma forma que esses 
funcionários são necessários para os nossos 
contratos de manutenção de elevadores. Gostaria 
de ter esperanças, mas o que vejo é uma 
universidade sem gestão e onde a prática em geral 
é montar  comissões com docentes para fazer o 
trabalho técnico... O que podemos fazer é tentar 
buscar o consenso da necessidade de mudança.

Abraços
Felipe




.
At 23:08 5/5/2011, Abraham Zakon wrote:
>Felipe.
>
>Mais uma vez, uma análise muito bem colocada.
>
>Acrescento, apenas, uma indagação.
>
>Quantas comissões existem na UFRJ que executam tarefas que deveriam ser
>atribuições de funcionários, chefes, diretores e funcionários?
>
>São centenas de comissões por decania?
>
>AZ
>
>-----Mensagem original-----
>De: forum-prof-bounces at if.ufrj.br [mailto:forum-prof-bounces at if.ufrj.br] Em
>nome de Luiz Felipe Coelho
>Enviada em: quinta-feira, 5 de maio de 2011 16:26
>Para: forum-prof at listas.if.ufrj.br
>Assunto: [forum-prof] A UFRJ e o paralelismo com o edifício Avenida Central
>
>Prezados colegas
>
>Acabo de ler um artigo no Globo de hoje sobre os
>50 anos do edifício Avenida Central. Doze mil pessoas trabalham no prédio e
>cerca de 160 mil pessoas passam por lá diariamente. Na recente consulta
>eleitoral da UFRJ mencionou-se termos
>3500 professores e 9000 funcionários, ou seja, o número total é similar aos
>12 mil do Av. Central.
>Temos 48 mil alunos, incluindo os dos polos do CEDERJ, o que é um número
>muito menor que o dos visitantes do Av. Central. Os números de usuários do
>Avenida Central são assim menores que os números respectivos da UFRJ (o site
>do Edifício fala em só 140 mil visitantes diários).
>
>Em seus 37 andares há 1061 salas. O  edifício tem
>18 elevadores, dos quais 15 são para 20 passageiros. Esses números são
>também similares aos da UFRJ (6 elevadores no CT, 6 na EBA, outros tantos no
>HU), só que lá os elevadores funcionam.
>Há um sistema pioneiro anti-incêndio e há 12 escadas rolantes (não temos nem
>um nem outro).
>Para manter tudo isso o orçamento mensal do condomínio (iluminação,
>segurança, 18 elevadores, escadas rolantes, limpeza, etc) é de 1,6 milhões
>por mês (19 milhões por ano).
>
>Duvido que com um orçamento que é um décimo do da UFRJ haja lá lixo e
>equipamento inservível nos corredores, goteiras, ratos e elevadores parados
>e com funcionamento precário. Aqui no bloco A do CT só 1 dos 4 elevadores
>sociais funciona, e neste que funciona a ascensorista tem ordem de deixar
>entrar menos que os 16 previstos. No prédio da FAU (dou aula lá) a situação
>é menos dramática, mas só 3 dos 6  elevadores funcionam.
>No prédio do CCS (onde também dou aula) o problema crônico dos elevadores da
>UFRJ é resolvido não tendo elevadores, só escadas tradicionais, as
>não-rolantes...
>
>Essa é a diferença de ter gestão ou não ter.
>Na  UFRJ a administração dos prédios é
>terceirizada pela Reitoria para as decanias e unidades, que não tem recursos
>para tal, aí ocorre isso, elevadores enguiçados ou funcionando
>precariamente. No Avenida Central o síndico que deixasse esse caos de
>elevadores ou seria deposto ou ouviria críticas ferozes na assembléia do
>condomínio. Aqui administrações sucessivas culpam o neoliberalismo, a falta
>de verbas, a tradição de caos da UFRJ, a lei das licitações públicas, o TCU,
>o Governo Federal, etc, etc, culpam qualquer um menos a elas mesmas. É a
>mesma questão da luta pelo metrô no Fundão (há uma estação ao lado do
>Avenida Central) e dos estacionamentos da UFRJ, cada um pertencendo não à
>UFRJ mas a uma unidade ou a um centro. Precisamos ter uma administração na
>UFRJ desde as grandes questões da universidade no século XXI até as muito
>pequenas, como engarrafamentos, estacionamentos e elevadores enguiçados
>eternamente. Precisamos cobrar nos colegiados superiores que, se a Reitoria
>delegar funções, delegue as verbas para cumprí-las.
>
>Abraços, Felipe Coelho
>--
>PS:Da página do Edifício Avenida Central:
>"Construído a partir de 1958 e inaugurado em 22 de maio de 1961, o edifício
>­ de 110 metros de altura, inspirado nos arranha-céus dos Estados Unidos e
>Chicago ­ já foi considerado o mais moderno do mundo e o mais alto do
>Brasil. São 34 andares, 18 elevadores, 12 escadas rolantes, 6 usinas de ar
>condicionado e um heliponto. Por mês, o consumo de água atinge os 20 milhões
>de litros, suficientes para abastecer uma cidade de
>25 mil habitantes. Os números revelam a grandiosidade da obra que possui
>1.061 salas de escritório e 194 lojas e que ganhou fôlego extraordinário, em
>1981, com a inauguração da estação do metrô do Largo da Carioca. Diariamente
>­ exceto aos domingos ­ cerca 140 mil pessoas circulam em suas áreas. Com
>tranqüilidade e segurança garantida 24 horas, por câmeras e 80 seguranças.
>Além da equipe da Brigada de Incêndio. "
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