[forum-prof] A Nova universidade - o que deve ser a universidade do XXI!
JOSE RIBAS VIEIRA
jribas at puc-rio.br
Mon Jun 13 18:20:28 BRT 2011
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Inovar a inovação
Harvard e MIT investem em laboratórios multidisciplinares e apontam novos
caminhos para a universidade do século 21
Fotos Divulgação/Harvard Business School
As reformas no local onde será inaugurado o I-Lab, em Harvard
GILBERTO DIMENSTEIN
COLUNISTA DA FOLHA
Em um prédio abandonado em Boston, nos EUA, onde funcionava uma emissora
de televisão, está surgindo um laboratório que propõe reinventar a maneira
como a universidade produz inovação.
Essa é uma das apostas de Harvard para continuar em primeiro lugar no
ranking das melhores do mundo, atraindo ainda mais pessoas com espírito
empreendedor.
Batizado de I-Lab (Innovation Lab, laboratório de inovação), a ser
inaugurado no próximo semestre, esse centro quer quebrar os muros que
separam as várias faculdades, misturando num mesmo espaço de colaboração
alunos, professores e pesquisadores, apoiados por empresários e
executivos.
"Vão ficar juntos engenheiros, médicos, advogados, designers e arquitetos,
cada um desenvolvendo seu projeto -que pode ser desde criar um novo
aplicativo para celular como uma campanha para combater a malária da
África", conta o diretor do I-Lab, Gordon Jones.
"Estamos fazendo um esforço interdisciplinar para gerar melhores
empreendedores", diz Jones, também professor na Escola de Negócios de
Harvard.
A mensagem por trás desse novo laboratório é a de que os currículos
universitários devem abrir espaço para o cruzamento das diversas áreas de
conhecimento.
O recém nomeado pró-reitor acadêmico de Harvard é alguém cuja biografia
resume esse movimento. Alan Garber formou-se em medicina e economia, e
usou ambas as áreas para ensinar como melhorar a saúde pública.
"Um dos principais elementos da excelência acadêmica no século 21 é a
qualidade de programas inter e multidisciplinares", diz Garber.
A visão do pró-reitor é reforçada por sua experiência em Stanford, na
Califórnia. Lá, foi um dos pioneiros na criação de núcleos que unem
pesquisadores de diferentes áreas. Foi o que ajudou a transformar o
Silicon Valley no centro planetário de experimentações e desenvolvimento
de produtos de tecnologia da informação. Google e Yahoo, por exemplo.
Também com passagem por Stanford, Gordon Jones, o diretor do I-Lab,
acredita que ser empreendedor é ter a disposição de experimentar e lidar
com o erro. "Vamos ser avaliados pelo número de inovações que vamos
gerar."
MIT TAMBÉM
Um dos grandes exemplos dos bons resultados trazidos por tal diversidade
de formações trabalhando em um espaço comum está em outro prédio, bem
próximo do I-Lab, onde pesquisadores se propõem a revolucionar as
investigações sobre o câncer.
Em parceria com várias instituições, inclusive Harvard, funciona no MIT
(Instituto de Tecnologia de Massachussets) o centro David H. Koch,
inaugurado neste ano.
O projeto colocou no mesmo prédio vários cientistas da química e da
biologia e misturou-os com oncologistas, psicólogos, psiquiatras e
engenheiros especializados em nanotecnologia.
Muitos dos pesquisadores já trabalhavam com projetos ligados ao tema, mas
poucos se conheciam entre si.
O David Koch segue um modelo criado dentro do próprio MIT para reinventar
a produção e a disseminação de informação, o MediaLab.
Ligado à faculdade de arquitetura, já nasceu inter e multidisciplinar.
Dali, por exemplo, surgiu o projeto que usa o aparelho celular para fazer
exames à distância de problemas na vista.
Em Harvard, existe um outro polo interdisciplinar, citado como um dos
inspiradores para o I-Lab, voltado à biologia regenerativa.
Engenheiros e médicos pesquisam drogas para rejuvenescer os órgãos do
corpo humano -ali levantou-se a hipótese de desafiar a ideia de que
sejamos mortais.
A imortalidade pode ser mais uma dessas fantasias que acompanham a
história da humanidade. O fato é que, graças à combinação de pesquisadores
de diferentes áreas, eles já conseguiram rejuvenescer um rato.
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