Re: [forum-prof] hinos , tradições e história da UFRJ
Luiz Felipe Coelho
coelho at if.ufrj.br
Tue Jan 26 19:03:32 BRST 2010
Prezado Ribas e demais colegas
Imagino que haja livros contando a história da
FND, o problema é achá-los! A Física acabou de
lançar um livro com elementos para sua história,
mas é publicação interna. O Valongo e a Medicina
lançaram outros no ano passado. Já vi livros
sobre a história da Politécnica e da FNFi,
certamente outras unidades tem similares. Um
colega da Geologia me repassou um link para um
artigo, do qual fora co-autor, sobre a história
da Geologia da UFRJ,
http://www.anuario.igeo.ufrj.br/anuario_2008_1/2008_1_09_23.pdf.
O artigo é ótimo, poderia ser ampliado para virar um livro!
A UFRJ poderia compilar todos esses livros, teses
e artigos com histórias de suas unidades e seus
cursos, geralmente impressos pela própria unidade
e com circulação restrita, e re-imprimí-los pela
Editora da UFRJ. O custo disso seria mínimo e o
resultado seria duradouro. Numa feirinha de
livros de nossa editora, aqui no edifício do CT,
havia um livro maravilhoso, contando a história
do prédio do Hospício Dom Pedro II. O livro
praticamente só contava a história do prédio
antes da Universidade do Brasil ir para lá nos
anos 40, mostrando que nem nossa editora valoriza nossa história.
Já a Faculdade de Direito de São Paulo teve um
livro comemorativo em 2 volumes, Memórias para a
História da Academia de São Paulo, escrito numa
edição comemorativa dos 150 anos dos cursos
jurídicos no Brasil (1827-1977). Por acaso eu
tenho esse livro, editado pelo MEC e o INL, e
comprado num sebo. Acabei de descobrir, olhando
nele, que a Academia de Direito de São Paulo
(nome não oficial da Faculdade) tinha um hino,
escrito por um aluno que era poeta, Bittencourt
Sampaio, e musicado por Carlos Gomes.
O hino foi escrito um pouco antes de 1860 e era
uma música de protesto político de 150 anos
atrás, a querer leis que dêem a liberdade e a
criticar a arrogância britânica (os "bretões")
nos mares, que violava a soberania brasileira. No
hino ele elogia as letras como o caminho para o
desenvolvimento não a ciência, então quase
inexistente no Brasil. Para quem tem essa
tradição é legal mas para quem não a tem acho
estranho essa linguagem pomposa de 150 anos atrás.
Abraços e a letra do Hino Acadêmico,
Felipe
PS: Hoje somos mais sarcásticos e menos heróicos.
O movimento estudantil de que fiz parte nos anos
70, chamado Unidade, e que foi muito ativo na
luta contra a ditadura, fez uma festa
comemorativa (que infelizmente perdi) no final
dos anos 80. O lema, baseado no Hino da
Independência, era "Nem ficou a Pátria livre, nem
morremos pelo Brasil.". Acho que o lema continua
válido, o país só será livre quando o Estado
tratar com dignidade todos os cidadãos e quando a
desigualdade for realmente vista como que é, um
câncer. As "anestesias" de Bolsa Escola e Bolsa
Família dos governos PSDB-PT são válidas,
diminuíram a desigualdade, mas elas não curam o câncer.
PS2: Todos os países desenvolvidos já passaram
por esse vestibular, eliminar a desigualdade
social pelo menos ao nível das ações do Estado,
nós ainda estamos esperando passar na
reclassificação. Para só falar na cidade do Rio,
a catastrófica mudança do metrô, piorando a linha
2 para colocar mais trens na linha 1 (uma das
obras do PAC, Brasil: um país para todos), é um
pequeniníssimo exemplo. Para os administradores
locais só existe a cidade que vai de Ipanema à
Tijuca. Fui no Instituto Pereira Passos da
prefeitura (em Laranjeiras...) e eles tinham um
calendário histórico da evolução do Rio. O mapa
mais abrangente do Rio nesse calendário era o dos
anos 2000 e ia do comecinho da Barra da Tijuca
até São Cristovão e Cajú, o resto inexistia.
Quando isso mudar teremos o metrô no Fundão e uma
cidade civilizada. Todos precisam ter acesso ao
ensino, à cultura, à saúde, à segurança pública e
ao transporte público, e tudo com qualidade.
--
Hino à mocidade acadêmica
(Música: Carlos Gomes,Versos: Bittencourt Sampaio)
I
Sois da Pátria esperança fagueira,
Branca nuvem de um róseo porvir,
Do futuro levais a bandeira
Hasteada na frente a sorrir
Mocidade, eia avante, eia avante,
Que o Brasil sobre vós ergue a fé,
Esse imenso colosso gigante,
Trabalhai por erguê-lo de pé.
Mocidade, eia avante, eia avante,
Que o Brasil sobre vós ergue a fé,
Esse imenso colosso gigante,
Trabalhai por erguê-lo de pé.
II
O Brasil quer a luz da verdade,
E uma cr’oa de louros também:
Só as leis que nos dêem liberdade
Ao gigante das selvas convém.
Vossa estrela reluz radiante
Ó! segui vós todos com fé,
Esse imenso colosso gigante,
Trabalhai por erguê-lo de pé.
Mocidade, eia avante, eia avante,
Que o Brasil sobre vós ergue a fé,
Esse imenso colosso gigante,
Trabalhai por erguê-lo de pé.
III
É nas letras que a Pátria querida,
Há de um dia fulgente se erguer
Velha Europa, curvada e abatida,
Lá de longe que inveja há de ter!
Nós iremos marchando adiante,
Acenando o futuro com fé,
Esse imenso colosso gigante
Trabalhai por erguê-lo de pé.
Mocidade, eia avante, eia avante,
Que o Brasil sobre vós ergue a fé,
Esse imenso colosso gigante,
Trabalhai por erguê-lo de pé.
IV
Orgulhoso o bretão lá nos mares,
Respeitar-nos então há de vir,
São direitos sagrados os lares,
Nunca mais ousarão nos ferir.
Auriverde pendão fulgurante,
Hasteai-o mancebos com fé,
Esse imenso colosso gigante,
Trabalhai por erguê-lo de pé.
Mocidade, eia avante, eia avante,
Que o Brasil sobre vós ergue a fé,
Esse imenso colosso gigante,
Trabalhai por erguê-lo de pé.
V
São imensos os rios que temos,
Nossos campos quão vastos que são
As montanhas tão altas que vemos
De um futuro bem alto serão.
O futuro não vai mui distante
Já podeis acená-lo com fé,
Esse imenso colosso gigante
Trabalhai por erguê-lo de pé.
Mocidade, eia avante, eia avante,
Que o Brasil sobre vós ergue a fé,
Esse imenso colosso gigante,
Trabalhai por erguê-lo de pé.
VI
Nossos pais nos legaram guerreiros,
Honra e glória, virtude e saber
Nós os filhos de pais brasileiros,
Pela Pátria devemos morrer.
Mocidade, eia avante, eia avante,
Que o Brasil vos aguarda com fé,
Esse imenso colosso gigante,
Trabalhai por erguê-lo de pé.
Mocidade, eia avante, eia avante,
Que o Brasil sobre vós ergue a fé,
Esse imenso colosso gigante,
Trabalhai por erguê-lo de pé.
At 07:09 25/1/2010, you wrote:
>Ainda peguei o Colégio Pedro II com certa história...
>A UDF criação de Pedro Ernesto foi junto com a
>USP, Unb e Unicamp - modelos de instituições que
>não foram criadas por agregação. Tinha um
>projeto. Getúlio fechou a UDF que mais tarde
>foi recriada numa estrutura bem diferente. Pode
>ser que segmentos da UDF criaram a FNFi. Alceu
>Amoroso Lima era da UDF salve engano meu. A FNFi
>vai ter a presença de setores católicos.
>Eu nunca soube onde eram as duas institutições
>privadas de Direito que criaram a FND. Sei que a
>sede da FND era no prédio do Catete
>em que 1941 ou 42 vai para Moncorvo Filho. O
>prédio do Catete não sei porque foi cedido para
>Direito da UDF e depois UEG. Não sabia da
>história do prédio de medicina. Quanto ao hino creio que é uma bobajada.
>Ribas
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