[forum-prof] hinos, tradições e história da UFRJ

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Prezado Ribas e demais colegas

Interessante o artigo do Naomar sobre tradições. Roupas tradicionais são a
meu ver um detalhe, na UFRJ até inventaram que cada centro tem uma cor. Agora
há essa proposta infantil de um hino. Como fazer um hino se desconhecemos e
desvalorizamos nossa história? Nessa situação falar em tradição me parece
brincadeira, a UFRJ teima em dizer que tem 88 anos e não 200! Confesso que
adoraria se tivéssemos um hino como o do Colégio Pedro II, mas este colégio
conhece a sua história e sua responsabilidade nacional, nós não conhecemos a
nossa. Aí prefiro o Hino Nacional.

A demolição do prédio da Medicina na Praia Vermelha, onde ela ficou 50 e
poucos anos de 1918 a 1972, é um dos exemplos dramáticos dos absurdos. O mais
estranho no entanto foi que a Medicina ficara os 60 anos anteriores num prédio
belíssimo da Santa Casa, na Rua Santa Luzia e esse prédio ainda está lá.
Sabe lá como escapou aos políticos, engenheiros, médicos e urbanistas que
demoliram o morro do Castelo com argumentos atrasados um século, pré-Pasteur!
Hoje fui no MAM e depois aproveitei e andei pelos corredores externos da Santa
Casa, que fica perto. Dentro do prédio parece que é lindo, inclusive tem a
Capela Imperial, usada pelo Imperador, que assistia aulas na Medicina, mas não
pude entrar.

Duvido que alguém saiba onde ficaram todos os diversos prédios da UFRJ ao
longo da sua história. Já li que a UDF, que virou depois FNFi, ficava no
atual ISERJ, ex-Instituto da Educação. Depois a FNFi ficou na av. Marechal
âncora, em algum lugar desconhecido. A reitoria já teve diversos endereços
(não sei onde) e a FND surgiu da fusão de duas faculdades privadas de
direito, que também não sei onde ficaram. Ao invés de hino eu adoraria ver a
Reitoria apoiar uma coleção sobre a história de cada unidade e, depois de
identificá-los, colocar placas de bronze em cada um de nossos antigos
prédios.

Abraços, Felipe
PS: Se alguém quiser ver umas fotos da Faculdade de Medicina antes de 1918 há
uma página legal, com texto e fotos:
http://www.historiaecultura.pro.br/cienciaepreconceito/lugaresdememoria/santacasa.pdf

PS2: O Naomar não é o Reuni, ele é alguém que apresenta o modelo americano
que vem do século XIX como se fosse uma novidade. E na verdade esse modelo
americano vem da Faculdade de Artes medieval, que era um super ciclo básico,
então o Naomar quer a volta parcial à Idade Média, quando não havia o
Ensino Básico. Esse modelo americano/medieval tem coisas boas mas não podemos
importá-lo de olhos fechados. Hoje temos um Frankestein como modelo
universitário, francês/americano, mas que forma profissionais para as
"corporações de profissões liberais" de padrão fascista. Enquanto houver as
corporações a reforma universitária não avançará.

PS3: A outra Faculdade de Medicina da época do Império era na Bahia, um de
seus professores é o Naomar, que agora reage contra o excesso de tradições.
Lá ele pode reclamar disso, aqui não temos nenhuma...

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