[forum-prof] Comentando texto de Naomar na FSP(vejam) e a proletarização do magi´stério do ensino superior..

JOSE RIBAS VIEIRA jribas at puc-rio.br
Sun Jan 24 10:40:15 BRST 2010






>Gostei de que Naomar resgasta as tradiçoes. É importante lembrar que maio
de 68 na França significou acabar com uso de becas de professores em sala
de aula. Entretanto, tempo depois, fui testemunho ainda de professores
franceses usando pesadas becas, pelerine,etc em sala de aula. Imagino
isto no Brasil com esse calor. Em Montpellier, o professor catedrático
tem o privilégio de montar um cavalo branco para adentrar nas Igrejas. Na
FND, os professores eram enterrados com becas. Um professor de Dip foi
enterrado com a parte superior (pelerine?) que pertencia a um professor
de Direito Processual Penal. No velório, só reclamava que sua pelerine
(?) era de seda italiana.... Naomar fala da importância do "branco" da
unidade que é usada pelos reitores brasileiros. Em 1937, Getúlio
recepciona no Palácio Guanabara as turmas de Direito da FND de 37 e a de
medicina. A de 37 tinha como integrante Alzira Vargas. A recepção no
Guanabara era uma tradição. Nessa ocasião sempre, Getúlio sorteava um
cargo de promotor!!! Era uma época que o Brasil estava dividido entre os
vermelhos (comunistas) e os verdes (facistas). Getúlio começou falar
"vejo que estou entre os vermelhos (rubi) e os verdes (esmeralda da
medicina). O aluno de 37 de direito e depois poeta das normalistas J G de
Aráujo Jorge atalhou: "Excelência, o Senhor é a pedra branca, é o
diamante que nos une".
Mas voltando para o Naomar, reitor da UFBA, não esqueçamos que ele é o
responsável pelo Reuni - que desmantela as Federais. O importante talvez
não sejam nem as becas. Pois hoje um professor tem pouco para sobreviver.
A proletarização do magistério do ensino superior é uma realidade. O
professor usa sandália para dar aula.... Professor do ensino superior em
regra em certas áreas das humanidades não consegue comprar nem a revista
Veja. Por fim, outro dia ao sair do campus da Praia Vermelha  da UFRJ
estava uma faixa enorme: Concurso para elaboração do hino da UFRJ! Falar
de becas e de hino tem um sentido de um profundo surrealismo diante,
repito, proletarização do magistério superior



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> TENDÊNCIAS/DEBATES
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>
> Becas, borlas e jabôsNAOMAR DE ALMEIDA FILHO
>
> Becas, borlas e jabôs não garantem a excelência que justifica nossa
> existência. É preciso talento e produção acadêmica competente
>
> NO INTRIGANTE ensaio "A Invenção das Tradições", Eric Hobsbawm mostra como
> se inventam tradições a partir de raízes históricas fictícias. Irônico,
> analisa rituais, brasões, corporações e até o saiote escocês.
> Curiosamente, esquece a mais legitimada matriz contemporânea de símbolos e
> signos culturais: a universidade.
> Tradições universitárias têm sido inventadas e cultivadas no correr de
> quase dez séculos. Em se tratando de vestes rituais, são quatro linhagens.
> A universidade escolástica mantém-se viva nas tradições clericais das
> universidades italianas e ibéricas. As vestes solenes das universidades
> ibéricas são ainda hoje negras e soturnas, recriando trajes das cortes
> mediterrâneas do século 17. Acompanham adornos indicadores de segmentos,
> nunca da universidade como um todo. Assim são as samarras, capuzes
> estilizados que não mais recobrem cabeças, que ostentam cores definidas
> para cada uma das faculdades.
> A universidade britânica surgiu para a formação teológica da Igreja
> Anglicana. Chapéus ornamentados, capuchos, túnicas e capas coloridas são
> elementos identificadores de cada casa de ensino, mas não de escolas ou
> faculdades. Uma procissão acadêmica numa universidade anglo-saxã revela
> profusão de cores e formas, pois os docentes terão feito seu doutorado em
> diferentes instituições.
> A universidade humboldtiana nasceu sob forte influência protestante, com
> raízes luteranas ou metodistas, sub-rogada pelo disciplinarismo prussiano.
> Nos seus trajes rituais, variados por universidades, e não por faculdades,
> predomina a cor cinza ou marrom. Agregam-se signos remanescentes do
> barroco alemão, introduzindo elementos como o arminho em semicapas que
> evocam uniformes militares.
> A tradição francesa pouco valoriza a instituição universitária. A reforma
> bonapartista da educação concedeu às "grandes écoles" hierarquia mais
> elevada que à universidade. Por isso, na França, vestes talares levam ao
> extremo o domínio simbólico das faculdades, sob a forma de faixas,
> sobrepelizes, pelerines e adornos sobre uma beca negra, lisa ou plissada.
> O "jabeau", peitilho com rendas e brocados, encimado por gravatinha
> borboleta branca, moda entre os gentis-homens da "belle époque", completa
> o vestuário de gala acadêmica.
> No Brasil, quando faculdades e escolas politécnicas foram fundadas no
> século 19, a influência francesa predominou como horizonte intelectual e
> estético. As primeiras instituições promovidas ao regime de universidade
> foram formadas pela unificação de faculdades.
> Hoje, nas instituições universitárias brasileiras, a beca negra e lisa,
> com um tipo padrão de casquete quadrado com borla e jabô de renda bordada,
> predomina como veste talar para graduações, simulacro da tradição
> francesa.
> Diferenciando os docentes, faixas, sobrepelizes e capinhas, estilizadas
> dos capuzes doutorais lusitanos, seguem a gramática de cores do contexto
> francês. Para distinguir o reitor, universidades brasileiras adotam uma
> cópia exata da samarra das faculdades conimbricenses, reinventada na cor
> branca. Com o branco, síntese de todas as cores, talvez se pretenda
> simbolizar o poder maior da reitoria sobre as faculdades e suas cores.
> Recentemente, no Salão de Atos de Coimbra, os reitores das universidades
> brasileiras reuniram-se para fundar o Grupo Coimbra Brasil. Quase todos em
> suas becas pretas e samarras brancas, muitos com sobrepeliz de arminho,
> jabô, faixa, capelo ou borla. Aí descobriram que os reitores da
> Universidade de Coimbra, fonte de nossa tradição universitária, usam
> somente um conjunto de calças e jaqueta, negras e justas, pois despojam-se
> dos signos de suas faculdades ao assumir o cargo maior da instituição.
> Temos aqui uma questão de duplo sentido: político e antropológico. A
> universidade brasileira continuará a se reconstruir como instituição de
> conhecimento. Para tanto, reforçaremos vínculos com universidades de
> outras linhagens que conosco compartilham os valores da civilização.
> Mas isso não nos obriga a imitar suas tradições nem a criar, a partir
> delas, simulacros. Os que escolhem fazê-lo precisam saber a que remontam e
> o significado de rituais e vestes, sobretudo por seu impacto no imaginário
> social.
> Becas, borlas e jabôs são apenas roupas que, em eventos solenes,
> representam pompa e tradição. Sozinhos, não garantem a excelência que
> justifica, à sociedade, nossa existência. Isso se conquista com talento,
> trabalho cotidiano e produção acadêmica competente.
>
> NAOMAR DE ALMEIDA FILHO, 57, doutor em epidemiologia, pesquisador 1-A do
> CNPq, é reitor da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e autor, com
> Boaventura de Sousa Santos, de "A Universidade do Século XXI: Para uma
> Universidade Nova" (Almedina, 2009).
> _________________________________________________________________
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> Relato de uma Professora de Matemática:
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> "Semana passada comprei um produto que custou R$15,80. Dei à
> balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar
> receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou
> olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.
>
> Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela
> não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas
> nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente
> continuava sem entender. Por que estou contando isso?
>
> Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950,
> que foi assim:
>
>
> 1. Ensino de matemática em 1950:
> Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de
> produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?
>
> 2. Ensino de matemática em 1970:
> Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de
> produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$80,00. Qual é o lucro?
>
> 3. Ensino de matemática em 1980:
> Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de
> produção é R$80,00. Qual é o lucro?
>
> 4. Ensino de matemática em 1990:
> Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de
> produção é R$80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
> ( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
>
> 5. Ensino de matemática em 2000:
> Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de
> produção é R$80,00. O lucro é de R$ 20,00. Está certo?
> ( )SIM ( ) NÃO
>
> 6. Ensino de matemática em 2009:
> Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção
> é R$ 80,00.Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.
> ( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
>
> 7.. Em 2010 vai ser assim:
> Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção
> é R$ 80,00. Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00. (Se você é
> afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria
> social não precisa responder)
> ( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00
>
>
> E se um moleque resolve pichar a sala de aula e a professora faz com
> que ele pinte a sala novamente, os pais ficam enfurecidos pois a
> professora provocou traumas na criança. "
>
>
>
> Essa pergunta foi vencedora em um congresso sobre vida sustentável:
>
> "Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos...
> Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"
>
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> Precisamos começar JÁ!
>
> Uma criança que aprende o respeito e a honra dentro de casa e recebe
> o exemplo vindo de seus pais,torna-se um adulto comprometido em todos
> os aspectos, inclusive em respeitar o planeta onde vive...
>
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> __________ Informação do NOD32 IMON 4784 (20100118) __________
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