RE: RES: [forum-prof] (no subject): letra da "introdução do hino"
Eduardo Monteiro
emonteirobr at hotmail.com
Mon Feb 1 08:40:58 BRST 2010
Bom Dia a todos!
Começo fevereiro agradecendo ao Maurício Lissovsky pelo elogio à minha mensagem.
Já no que diz respeito à onomatopéia de instrumentos de orquestra e banda, eu antes nutriria preferência pela sílaba normalmente atribuída a um instrumento de percussão, não citado pelo Colega.
Mas, antes em clima cívico do que no de debate, declaro aqui de público que defenderei, até a morte se preciso for, o direito à preferência pelo "Pom Pom" ou por qualquer outra sílaba que venha a ser louvada, por parte de quem quer que seja, independente de sua motivação.
Imbuído do mais elevado espírito cívico, deixo aqui minha saudação
Eduardo Monteiro
From: lissovsk at visualnet.com.br
To: emonteirobr at hotmail.com; forum-prof at listas.if.ufrj.br
Subject: RES: [forum-prof] (no subject): letra da "introdução do hino"
Date: Sun, 31 Jan 2010 23:03:41 -0200
CC:
Pessoal,
Há muito tempo que não temos um debate tão interessante como
este no nosso fórum. E, como agora, é de entusiasmo que se trata (o e-mail do
Eduardo Monteiro – excelente – me abriu o apetite) quero confessar
de público que o hino também me entusiasma. Em particular, a parte da tuba. Há
muitos anos que, em todas as cerimônias que participo – formaturas da
UFRJ, por exemplo – só canto a parte da tuba (A introdução é assim: “Pom...
pom... pom...”) Quem duvidar é só “ler os meus lábios”.
Na formatura da minha filha (ensino médio), meus filhos me viram
pela primeira vez entoando a parte da tuba e ficaram espantadíssimos.
Fiz o fundamental e o médio no tempo da ditadura e era
proibidíssmo cantar na parte instrumental (assim como na tal versão para banda
que não tem repetição). Creio que depois da constituição de 1988, não há nada
que impeça o cidadão patriota e entusiasmado de cantar uma parte da banda em
vez da do coro.
Imagino que haja outros que, como eu, identifiquem-se mais com
um dos instrumentos do que com o que foi destinado à voz humana.
Estou particularmente interessado em alguém que só cante a parte
do prato (splash... splash!). Trabalho pouco, mas é de grande impacto.
Abs a todos,
Mauricio L
De:
forum-prof-bounces at if.ufrj.br [mailto:forum-prof-bounces at if.ufrj.br] Em nome
de Eduardo Monteiro
Enviada em: domingo, 31 de janeiro de 2010 14:35
Para: forum-prof at listas.if.ufrj.br
Assunto: RES: [forum-prof] (no subject): letra da "introdução do
hino"
Prezada Lilia, Prezado Felipe e demais
Colegas:
Vou discorrer sobre assunto no qual não sou especialista, mas vamos lá:
A letra da introdução ao Hino não é original. Aliás, se não me engano, a
Senhora lá do vídeo do Youtube não diz que era original. Ela só disse que a
aprendeu.
Consultei até mesmo o oráculo (rsss) por conta dessa questão e o que se colocou
é o seguinte: o original da letra do HNB está na Biblioteca Nacional e não
contém esse texto da introdução. Aliás, que estilisticamente o que eu vou me
permitir chamar de "penduricalho" da introdução nada tem a ver com o
estilo do Osório Duque Estrada, não é preciso ser nenhum literato pra perceber.
Ainda bem que, dentre as muitas versões do texto do nosso Hino essa da
introdução não sobreviveu, pois a meu ver é de péssimo gosto:
Espera o Brasil que todos cumprais o vosso dever, etc.
Faça-me o favor ... parece aula de Moral e Cívica dos maus tempos.
Até mesmo os versos abaixo, ainda que, esses sim, oficiais, não devem ser do
ODE, pois entram apenas em um ponto onde, aqui pra nós, nosso Hino exibe uma
certa fraqueza composicional. Trata-se de um elemento de ligação, constituído
pela simples repetição, três vezes ao todo, de um mesmo acorde de sétima. Pra
que não se ficasse simplesmente com uma pausa no canto, introduziu-se, não sei
se com a concordância ou não do Poeta, muito provavelmente sim, os famosos
versos:
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
No acompanhamento então, criou-se neste ponto, provavelmente por Assis
Republicano, o autor do que eu chamaria de "arranjo" do Hino, uma
ornamentação, na minha opinião de muito bom efeito, com rápidas escalas até o
agudo, enriquecendo o antes pobre elemento de ligação.
Isso tudo acontece, pois sabemos que o Hino era para ter sido o de Leopoldo
Miguez. Nosso povo não o aceitou, pois seu coração balançava mesmo é pelo
tradicional. Assim, várias adaptações tiveram de ser feitas, com novo texto,
cheio de anacolutos, é verdade, mas criado por um dos grandes poetas
brasileiros daquele tempo. Esses anacolutos tiram a gente do chão, o que
contrasta fortemente com a inclemente rítmica marcial da melodia. O efeito é
sensacional, a meu ver.
Pra finalizar, quero deixar claro que amo nosso Hino, afinal amar é amar até
mesmo os defeitos, não é mesmo? Vez por outra, dou uma passada com meus alunos,
fazendo com que atentem para a correta execução de seu ritmo, não muito fácil,
repassado a série de trinados da introdução, menos fácil ainda, e cuidando para
que cumpram com as demandas de seu fraseado, com o que, tinha razão o Povo, sua
melodia realmente entusiasma.
Abraços a todos
Eduardo Monteiro
> Date: Sun, 31 Jan 2010 13:25:03 -0200
> From: coelho at if.ufrj.br
> To: lissovsk at visualnet.com.br
> Subject: Re: RES: [forum-prof] (no subject): letra da "introdução do
hino"
> CC: forum-prof at listas.if.ufrj.br
>
> Boa lembrança, Maurício.
>
> E tem ainda o besteirol politicamente incorreto do Hino da Independência,
que
> aprendi no Pedro II nos anos 60: "Japonês tem quatro filhos/Todos
quatro
> aleijados/Um é surdo, o outro é mudo/E os outros dois são barrigudos/Um é
> surdo, o outro é mudo/Um é surdo, o outro é mudo/E os outros dois são
> barrigudos.". Ser barrigudo não é ser aleijado, mas como disse
Drummond, é
> uma rima mas não uma solução...
>
> Decorávamos muitos hinos, não sei se por herança estadonovista e
> desfilávamos no dia do soldado, 25 de agosto, cantando o hino do soldado:
"A
> paz queremos com fervor/A guerra só nos causa dor/Porém se a pátria
> amada/for um dia ultrajada/lutaremos sem temor.
> Havia uma versão dele também: Cachaça queremos com limão...
>
> A verdade é que no Brasil se acha que patriotismo é ensinar a crianças um
> monte de hinos, cheios de palavras e imagens incompreensíveis, ou entâo
> torcer pela seleção brasileira na copa do mundo, ou pior ainda, pelo
> Barrichelo na Fórmula 1. Patriotismo é fazer que o país seja livre terra,
de
> livres irmãos, como diz o meu hino favorito.
>
> Mais concretamente, a UFRJ pode até ter hino mas preferia muito mais que a
> Reitoria usasse sua energia para ter bancos de dados públicos que
permitissem
> sua gestão e a prestação de contas à sociedade, para ter um boletim de
> eventos, para ter uma lista telefônica, de endereços e de e-mails, para
ter
> uma estrutura de funcionamento com regras claras e sensatas do
Departamento
> até a Reitoria, e para não termos mais pardieiros como o HESFA na
Presidente
> Vargas ou a metade abandonada do HU. Acho que todos nós preferiríamos!
>
> Abraços, Felipe
>
> Quoting Mauricio Lissovsky <lissovsk at visualnet.com.br>:
>
> > Essa parte sempre teve uma letra e desde anos 1930 cantava-se assim:
> > "laranja-da=china, laranja-da-china, laranja-da-china/abacate.
Limão verde e
> > tangerina".
> >
> > Existe toda boa história aqui de porque uma parte suprimida da letra
do hino
> > é trocada popularmente (por crianças e adolescentes, me particular)
por um
> > pregão de feira.
> >
> > Porém, o mistério atual para mim é: O que foi feito da
laranja-da-china?
> >
> > EM Mário de Andrade, podemos ler ("O Domador":
> >
> > "Laranja da China, laranja da China, laranja da China!
> > Abacate, cambucá e tangerina!"
> >
> > Com a presença deste "cambucá", que como meu pai não devia
saber o que era,
> > trocava por "limão verde"
> >
> > Ainda que toda laranja -diz-se - tenha vindo da China (e torna esta
falsa
> > introdução, provavelmente vingança de português), a verdade é que
fora de
> > Portugal, parece só ter havido laranja-da-china em São Paulo.
> >
> > O MISTÉRIO PERMANECE...
> >
> >
> >
> >
> >
> > -----Mensagem original-----
> > De: forum-prof-bounces at if.ufrj.br
[mailto:forum-prof-bounces at if.ufrj.br] Em
> > nome de coelho at if.ufrj.br
> > Enviada em: sábado, 30 de janeiro de 2010 15:47
> > Para: forum-prof at listas.if.ufrj.br
> > Assunto: [forum-prof] (no subject)
> >
> > Não sabia dessa parte do hino, Lilia! Acabei de ver na Wikipídia e
esse
> > parte
> > existiu mas foi retirada:
> > http://pt.wikipedia.org/wiki/Hino_Nacional_Brasileiro
> > . Só aqui mesmo...
> >
> > Pensando bem em Portugal houve algo pior. Começa que o lindo hino
"Heróis de
> > mar, nobre povo/nação valente, imortal./Levantai hoje de novo/o
esplendor de
> > Portugal!" tem três partes mas só se canta a primeira, essa era
a que eu
> > conhecia quando pequeno pois sou de família portuguesa:
> > http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Portuguesa .
> >
> > A segunda coisa é que, igual ao hino da mocidade acadêmica de São
Paulo, ele
> > queria lutar contra os bretões. Isto acontecia devido a um conflito
sério no
> > que é hoje Zimbabwe e Zâmbia,que os portugueses consideravam parte
dio
> > Império, ligando Moçambique a Angola. Enquanto isso os
"bretões" queriam
> > essas regiões, eram mais fortes e as conquistaram, com os portugueses
tendo
> > que se dar por satisfeitos por não terem perdido também Angola e
Moçambique.
> >
> > O estribilho, repetido ao fim de cada parte, era:
> >
> > Às armas, às armas!
> > Sobre a terra, sobre o mar,
> > Às armas, às armas!
> > Pela patria lutar!
> > Contra os Bretões marchar!
> >
> > Numa nova versão da letra o estribilho ficou:
> >
> > Às armas, às armas!
> > Sobre a terra, sobre o mar,
> > Às armas, às armas!
> > Pela Pátria lutar
> > Contra os canhões marchar, marchar!
> >
> > Marchar contra os canhões sempre me pareceu idiota, mas só hoje
descobri que
> > isso era uma maquiagem.
> >
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