[forum-prof] 3 perguntas
coelho at if.ufrj.br
coelho at if.ufrj.br
Thu Jan 8 20:19:02 BRST 2009
Prezados Abraham e Lilia e demais colegas, tenho três perguntas.
a) Se eu for assaltado numa rua e o ladrão se esconder num prédio é
razoável a aviação brasileira (ou o BOPE...) explodir o prédio, matando 100
pessoas? E se, ao invés disso, eu morar num prédio com 100 pessoas e um
ladrão se esconder nesse prédio, é razoável que eu e mais cem morramos por
alguém ter sido assaltado em frente? Os que defendem as ações usuais de
Israel certamente dizem sim a essas duas perguntas, o importante é que o
ladrão morra, mas eu digo não, nem quero ser morto nem quero que 100
inocentes morram. Claro que também não quero ser assaltado! E aí vem a
terceira pergunta...
b) As queixas dos palestinos de uma limpeza étnica em 1967-1969 e de 40 anos de
ocupação militar brutal são verdadeiras ou não, ou são apenas fanatismo
anti-judaico, sem nenhuma base real, baseadas num fundamentalismo islâmico? A
resposta evidente é que são queixas reais e as atrocidades atuais, assim como
uns anos atrás na Margem Ocidental, são uma das provas.
As fronteiras de Istrael reconhecidas internacionalmente são as do armistício
de 1949. Todo o resto são territórios ocupados, fazem 42 anos desde 1967. Os
argumentos de Israel para manter a ocupação, com ações militares ou civis,
são inválidos desde os Acordos de Oslo em 1993 pois se baseavam no não
reconhecimento de Israel pela OLP. Israel deveria ter acabado a ocupação
então ou, dando um prazo, faz no mínimo uma década. A manutenção do status
quo é assim abertamente ilegal e levou ao movimento desesperado de pessoas
privadas de direitos humanos básicos, e sofrendo a ação de um bloqueio
draconiano que dura desde que Gaza elegeu o partido errado na opinião
israelense, e depois de Israel romper o cessar fogo!
O Iraque foi invadido mal invadiu o Kwait, porque Israel pode invadir e
ficar 41
anos e quem resiste a essa doideira é uma "ameaça ao legítimo direito de
Israel se defender"? E o "legítimo direito de resistir a uma ocupação ilegal
e sem nenhuma desculpa" e o "legítimo direito de retomar a posse de seus bens e
voltar aos territórios dos quais foram expelidos" em 1949?
c) MAS se Israel quer anexar os territórios a meu ver seria até razoável,
desde que anexe também os seus habitantes como cidadãos plenos e que os dois
povos concordem. O problema é que desde 1947 Israel quer anexar o território
e não o povo, o que é absurdo total. Ou anexa os dois ou não anexa nenhum.
Abraços e feliz 2009 para todos!
---------
Quoting Lilia Irmeli <lilia at astro.ufrj.br>:
> nada contra argumentos;
> tudo contra desigualdade de poder de fogo;
> 4 mortos contra 400 eh pior do que prega a biblia, neh nao?
> l
>
> 2009/1/7 Abraham Zakon <azakon2 at globo.com>:
>> Prezado Ribas:
>>
>> Espero que Você não censure essa resposta, pois um dos nossos colegas da
>> UFRJ costuma fazer isso quando eu o critico, porque ele aparenta ser bem
>> informado, mas é tendencioso e detesta ser contrariado.
>>
>> Você assiste pela televisão as notícias de uma realidade que parece nunca
>> ter conhecido no local onde ocorre mais uma guerra.
>>
>> A política internacional no Oriente Medido está sob a influência direta da
>> parceria Síria-Irã enquanto o Egito, Arábia Saudita e a Autoridade Palestina
>> (Estado Cisjordano) tenta contrabalançar o poder das facções terroristas que
>> dominam a Faixa de Gaza (Estado Hamas) e o Sul do Líbano (convertido em
>> Estado Hizbullah).
>>
>> Recebi uma mensagem de um brasileiro residente em Israel, que conhece melhor
>> que Você a realidade da guerra que se abate no Oriente Médio, da qual extraí
>> o seguinte trecho.
>>
>> -------------------------------------------------------------------------
>>
>> O exercito israelense hoje (quarta-feira) promoveu uma trégua de 4 horas
>> para a população palestina poder fazer compras e deu entrada de mais de 100
>> caminhões contendo medicamento e mantimentos. Este pequeno cessar fogo
>> terminava as 16:00. Um minuto depois foi disparado o primeiro foguete para a
>> cidade de Askelon...
>>
>> O Hamas continua se escondendo em bunkers e a população nao tem onde se
>> esconder. O exercito começou a distribuir panfletos na cidade de Rafa - que
>> faz fronteira com o Egito e lá está a maioria dos túneis, por onde entram as
>> armas e foguetes contrabandeados - avisando que eles dispõem de tempo até
>> amanha as 08:00 da manha para abandonarem as casas e irem para um lugar mais
>> protegido.
>>
>> Todos os dias o exército israelense faz isto e até telefona para a casa das
>> pessoas e avisam que vão atacar. O Hamas usa adultos e crianças como escudos
>> conforme ocorreu naquela escola da ONU. Ja viram algum exercito do mundo
>> avisar a populacao que irao atacar?
>>
>> Saiu uma enquete profissional dizendo que 78% da população israelense
>> acredita ser necessária esta guerra e sair após conseguir boas condições de
>> paz. Nunca antes houve um consenso tão grande entre a população de Israel. O
>> sul do país esta ha 8 anos submetido aos ataques das bombas do Hamas.
>>
>> Alguém aí no Rio de Janeiro, que ouve falar de balas perdidas de tiros de
>> revólveres e fuzis oriundos de favelas consegue imaginar isto o que são
>> foguetes Qassam, e Grad ou Katiusha caindo sobre casas, ruas, adultos e
>> crianças (alguns dos quais mortos?
>>
>> ----------------------------------------------------------------------------
>>
>> Com a queda no preço do barril do petróleo, antes do início da guerra de
>> Gaza, dentre os países que tiveram sua receita prejudicada foram... o Irã e
>> a Venezuela. Qual foi mesmo o aumento de preço que ocorreu nos últimos dias?
>>
>> Ainda sobre a realidade política internacional, que tal Você ler um texto de
>> uma jornalista espanhola que não é judia e que conhece os lados de dentro,
>> de fora, debaixo e de cima do " circo" a que Você se refere?
>>
>> Eis o artigo dela:
>>
>> EM DEFESA DE ISRAEL, POR PILAR RAHOLA, jornalista não-judia.
>>
>>
>> Por que não vemos manifestações em Paris, ou em Londres, ou em Barcelona
>> contra as ditaduras islâmicas?
>>
>> Por que não as fazem contra a ditadura birmanesa?
>>
>> Por que não há manifestações contra a escravidão de milhões de
>> mulheres que vivem sem nenhum amparo legal?
>>
>> Por que não se manifestam contra o uso de "crianças bomba", nos conflitos
>> onde o Islã está envolvido?
>>
>> Por que nunca lideraram a luta a favor das vítimas da terrível ditadura
>> islâmica
>> do Sudão?
>>
>> Por que nunca se comoveram pelas vítimas de atos terroristas em Israel?
>>
>> Por que não consideram a luta contra o fanatismo islâmico, uma de
>> suas principais causas?
>>
>> Por que não defendem o direito de Israel de se defender e de existir?
>>
>> Por que confundem a defesa da causa palestina, com a justificação do
>> terrorismo palestino?
>>
>> E a pergunta do "milhão", por que a esquerda européia, e globalmente toda a
>> esquerda, estão obcecadas somente em lutar contra as democracias mais
>> sólidas do planeta, Estados Unidos e Israel, e não contra as piores
>> ditaduras?
>>
>> As duas democracias mais sólidas, e as que sofreram os mais
>> sangrentos atentados do terrorismo mundial. E a esquerda não está preocupada
>> por isso.
>>
>> E finalmente, o conceito de compromisso com a liberdade.
>>
>> Ouço essa expressão em todos os foros pró-palestinos europeus. "Somos a
>> favor da liberdade dos povos", dizem com ardor.
>>
>> Não é verdade. Nunca se preocuparam com a liberdade dos cidadãos da Síria,
>> do Irã, do Yemen, do Sudão, etc. E nunca se preocuparam com a liberdade
>> destruída dos palestinos que vivem sob o extremismo islâmico do Hamás.
>> Somente se preocupam em usar o conceito de liberdade palestina, como míssil
>> contra a liberdade israelense.
>>
>> Uma terrível consequência decorre destas duas patologias ideológicas: a
>> Manipulação jornalística.
>>
>> Finalmente, não é menor o dano que causa a maioria da imprensa
>> internacional.
>>
>> Sobre o conflito árabe-israelense NÃO SE INFORMA, SE FAZ PROPAGANDA.
>>
>> A maioria da imprensa, quando informa sobre Israel, viola todos os
>> princípios do código de ética do jornalismo. E assim, qualquer ato de defesa
>> de Israel se converte em um massacre e qualquer enfrentamento, em um
>> genocídio.
>>
>> Foram ditas tantas barbaridades, que já não se pode acusar Israel de nada
>> pior.
>>
>> Em paralelo, essa mesma imprensa nunca fala da ingerência do Irã ou da Síria
>> a favor da violência contra Israel; da inculcação do fanatismo nas crianças;
>> da corrupção generalizada na Palestina.
>>
>> E quando fala de vítimas, eleva à categoria de tragédia qualquer vítima
>> palestina, e camufla, esconde ou deprecia as vítimas judias.
>>
>> Termino com uma nota sobre a esquerda espanhola.
>>
>> Muitos são os exemplos que ilustram o anti-israelismo e o antiamericanismo
>> que definem o DNA da esquerda global espanhola.
>>
>> Por exemplo, um partido de esquerda acaba de expulsar um militante, porque
>> criou uma página de defesa de Israel na internet.
>>
>> Cito frases da expulsão:`Nossos amigos são os povos do Irã, Líbia e
>> Venezuela, oprimidos pelo imperialismo. E não um estado nazista como o de
>> Israel.`
>>
>> Por outro exemplo, a prefeita socialista de Ciempuzuelos mudou o dia da Shoá
>> pelo dia da Nakba palestina, depreciando, assim, a mais de 6 milhões de
>> judeus europeus assassinados.
>>
>> Ou em minha cidade, Barcelona, o grupo socialista decidiu celebrar, durante
>> o 60º. aniversário do Estado de Israel, uma semana de `solidariedade com o
>> povo palestino`.
>>
>> Para ilustrar, convidou Leila Khaled, famosa terrorista dos anos 70, atual
>> líder da Frente de Libertação Palestina, que é uma organização considerada
>> terrorista pela União Européia, que defende o uso das bombas contra Israel.
>> E etc.
>>
>> Este pensamento global, que faz parte do politicamente correto, impregna
>> também o discurso do presidente Zapatero.
>>
>> Sua política exterior recai nos tópicos da esquerda lunática e, a respeito
>> do Oriente Médio, sua atitude é inequivocamente pró-árabe.
>>
>> Estou em condições de assegurar que, em particular, Zapatero considera
>> Israel culpado do conflito, e a política do ministro Moratinos vai nesta
>> direção.
>>
>> O fato de que o presidente colocou uma Kefia palestina, em plena guerra do
>> Líbano, não é um acaso. É um símbolo.
>>
>> A Espanha sofreu o atentado islâmico mais grave da Europa, e `Al Andalus`
>> está
>> na mira de todo o terrorismo islâmico.
>>
>> Como escrevi faz tempo, "nos mataram com celulares via satélite, conectados
>> com a Idade Média".
>>
>> E, sem dúvida, a esquerda espanhola está entre as mais anti-israelenses do
>> planeta. E diz ser anti-israelense por solidariedade!
>>
>> Esta é a loucura que quero denunciar com esta conferência.
>>
>> CONCLUSÃO
>>
>> Não sou judia, estou vinculada ideologicamente à esquerda e sou jornalista.
>>
>> Por que não sou anti-israelense como a maioria de meus colegas?
>>
>> Porque como não judia, tenho a responsabilidade histórica de lutar contra o
>> ódio aos judeus, e na atualidade, contra o ódio a sua pátria, Israel.
>>
>> A luta contra o anti-semitismo não é coisa dos judeus, é obrigação dos não
>> judeus,
>>
>> Como jornalista, sou obrigada a buscar a verdade, para além dos
>> preconceitos, das mentiras e das manipulações. E sobre Israel não se diz a
>> verdade.
>>
>> E como pessoa de esquerda, que ama o progresso, sou obrigada a defender a
>> liberdade, a cultura, a convivência, a educação cívica das crianças, todos
>> os princípios que as Tábuas da Lei converteram em princípios universais.
>>
>> Princípios que o islamismo fundamentalista destrói sistematicamente.
>>
>> Quer dizer, como não judia, jornalista de esquerda tenho um tríplice
>> compromisso moral com Israel.
>>
>> Porque, se Israel for derrotado, serão derrotadas a modernidade, a cultura
>> e a liberdade. A luta de Israel, ainda que o mundo não queira saber, é a
>> luta do mundo.
>>
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