[forum-prof] TROTE

Ismael Soares ismaelsoares2000 at yahoo.com.br
Wed Feb 11 14:01:41 BRST 2009


Prezado Alexandre e demais colegas
 
Em aditamento a outro email que já enviei para vocês, vejam a primeira página do Globo de hoje sobre as barbaridades do trote numa faculdade de Medicina Veterinária do interior de São Paulo.
 
Acho muito importante de levarmos a frente esse movimento iniciado pelo email do Alexandre.
 
Att
 
Ismael Soares - POLI/Depto. Eng. Industrial

--- Em qua, 11/2/09, João de Mello Neto <jtmn at if.ufrj.br> escreveu:

De: João de Mello Neto <jtmn at if.ufrj.br>
Assunto: Re: [forum-prof] TROTE
Para: "Alexandre Lyra de Oliveira" <alexandr at ov.ufrj.br>
Cc: "Luis Paulo Vieira Braga" <lpbraga at im.ufrj.br>, forum-prof at listas.if.ufrj.br
Data: Quarta-feira, 11 de Fevereiro de 2009, 13:06

Caro Alexandre e demais colegas,
O trote tem um ranço militarista que não se coaduna com os ideais da
universidade.  Frequentemente temos brincadeiras humilhantes,
machistas e racistas. Eu sou a favor de que os órgãos superiores da
universidade e os colegiados nas diversas unidades se posicionem de
maneira clara para tornar a recepção ao calouro um momento
afetuoso e não de violência e humilhação.
Cordialmente,
João

2009/2/11 Alexandre Lyra de Oliveira <alexandr at ov.ufrj.br>:
> Ola colegas,
>
> tem bastante tempo que nao escrevo p/ este forum. Acompanho as msgs,
algumas
> sao verdadeiras aulas de historia, outras tratam de temas bastante
importantes
> como o caso do estudante assassinado na Lapa. Qto. ao conflito
> palestinos/israelenses, creio que muitas vezes as discussoes ficam
dificeis de
> serem encaminhadas.
>
> O "ponto" deste email e´ o trote.
>
> Já discuti, argumentei etc. no meu depto. e nao cheguei a nenhum
consenso, ao
> contrario, no calor da discussao nos aborrecemos, etc.
>
> Hoje havera´ uma reuniao do Depto para discutir outras coisas onde será
tb.
> levantada a questao do trote.
>
> Quando. calouro da engenharia, os veteranos simplesmente trancaram as
portas,
> com sua "tropa de choque", logo apos a aula e fomos submetidos a
um festival
> de brincadeiras ridiculas , tais como "tirar a temperatura",
onde os veteranos
> colocavam um pincel com zarcão no sovaco e eramos obrigados a ficavr  com
> aquele zarcao embaixo do braço colando ate´ conseguirmos querosene p/
tira-lo.
> Pinturas no corpo com zarcao e tintas, alem do banho de mar  na praia suja
em
> frente ao CT.
>
> Hoje em dia vemos (hoje mesmo  estao saindo noticias ) que o
"trote" evoluiu",
> sao  "comas alcolicas" , espancamentos, etc., e de vez em quando
assassinatos.
>
> Meus argumentos estao se esgotando. Assim, partirei para outro ponto:
porque
> permitir o trote ? Nao vejo razao para tal. O aluno ingressa na UFRJ
atraves
> de um vestibular. O mundo da universidade e´ bastante diferente do das
escolas
> do ensino fundamental. Por si só o calouro já se vê  em uma outra
realidade. O
> argumento  de que " faz parte da integraçao", e´ um argumento
vazio. O outro
> de que é  uma tradiçao, isto  nao quer dizer que seja correto, ou mesmo
> legitimo. Sinto em muitos colegas uma "sintomatologia
pos-ditadura", quer
> dizer: pelo fato de havermos  vivido em um regime ditatorial   com todas
suas
> nefastas marcas, nao quer dizer que tudo que se proibe seja ruim. Proibir,
> evitar, impedir, tambem faz parte da educaçao. Afinal, para que existem
leis,
> que sao tambem proibiçoes. Nao se pode permitir simplesmente para nao ser
> ditatorial. Os alunos veteranos no Depto. sao, em sua maioria,  a favor do
> trote, é obvio, mas e daí ?   Eu ja´ estou me saturando de ter que
argumentar
> contra algo que pra mim é tão obvio: não há razão plauzivel p/ o
trote, por
> mais "light" que seja. Quem vai controlar este "light"
 ? Até onde vai o
> "light" ?
>
> Penso que como educadores temos tam,bem a obrigaçao de colocar limites,
um
> dels e´ impedir o trote. Nao podemos caminhar na tinha tenue entre o
"trote
> light" e o "trote violento". Até onde vai um e começa o
outro ??? Quem irá
> controlar esta "fronteira" ?
>
> Um dos argumentos utilizados pelos nossos alunos (veteranos) e´ que só
fazem o
> trote  com a permissao dos calouros. Mas p/ mim, a existencia da relacao
> veterano/calouro ja´ e´ uma situação onde o calouro esta´ de certa
forma
> "submetido", ou constrangido. Os calouros  sao muito jovens,
aceitam a
> submissao (no nosso caso, onde os alunos dizem que nao ha´ trote
obrigatorio,
> participa quem quer), mas depois podem se arrepender, e aí como fica. Se
um
> destes jovens (ou seus pais) resolve  processar a UFRJ  (como nos
noticiarios
> de hoje esta se falando nestes processos contra a universidade onde houve
o
> trote violento), de quem e´ a responsabilidade ?  Da reitoria ? Do
> departamento que aprovou o trote ? Da Coordenaçao de graduação ? Em
nosso
> caso, eu como Coordenador sou contra, mas se o depto for a favor, nao
tenho
> poder para impedir.
>
> Enfim, por ai seguiriam meus argumentos. Se nao dermos um chega a este
tipo de
> atividade que  se coloca  como  "faz parte da integraçao dos
calouros com a
> universidade". iremos manter o ciclo eterno: "tenho que dar
trote porque levei
> o trote".
>
> Espero que se manifestem e que os colegas de orgaos superiores levem esta
> discussao para este orgaos.
>
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