[forum-prof] TROTE
Alexandre Lyra de Oliveira
alexandr at ov.ufrj.br
Wed Feb 11 11:32:10 BRST 2009
Ola Marcio e Maurico,
obrigado pelas manifestaçoes sinceras de vcs. Estava me sentindo, de certa
forma, um estranho no ninho aqui, devido a minha forte oposicao aos trotes.
Os argumentos dos que defendem o trote, sao exatamente estes, que e´ "light",
que e´ uma "tradição " , etc. Isto p/ mim nao quer dizer nada.
Propus atividades de integraçao, mas nao adianta.
Conforme disse meus argumentos aqui estao se esgotando. Vcs. levantaram uma
serie de questoes importantes que reforçam o que coloquei.
Tem que se dar um basta, e como o Marcio falou, será que vai ter que morrer
alguem p/ as pessoas tomarem consciencia que o caminho nao e´ este.
Abcs,
ALO
Wed, 11 Feb 2009 10:19:56 -0300, Mauricio Lissovsky wrote
> Alexandre,
> acho muito bom vc ter trazido este assunto.
>
> O trote na eco é bastante ameno, mas ainda há aquela infame pintura das
> roupas e do corpo dos calouros e posterior humilhante pedido de
> esmola nos sinais da trânsito.
>
> Ainda que nunca tenhamos testemunhado nenhuma violência, penso que a
> Universidade como tal e cada uma de suas unidades em particular deveria
> posionar-se claramente contra este tipo de coisa e não fazer "vista grossa"
> em nome da "tradição".
>
> Ainda que vários calouros não comparecem durante a primeira semana e
> outros tenha o "direito" - hoje aceito pelos veteranos - de se
> recusar a participar da "brincadeira", acredito que pelo menos
> algumas atitude deveriam ser tomadas.
>
> Exemplos:
> - manifestação pública da direção - por meio de cartazes e
> circulares - informando a calouros que a insituição condena este
> tipo de prática, que os alunos que não desejem participar contam com
> total apoio das instâncias e que se sofrerem qulquer tipo de
> constrangimento, os responsáveis estão sujietos a sanções disciplinares.
> - acho que as atividades degradantes e constrangedoras deveriam ser
> simplesmente proibidas no campus (eu, pelo menos, vou propor que a pintura
> corporal e vestimental não seja permitida no pátio interno da escola)
> . Se a Reitoria admite este tipo de prática, então que ela o admita
> em espaços coletivos.
>
> Pretendo levar estas idéias aos órgãos colegiados da escola, mas na útlima
> vez que iniciei uma conversa como essa, a discussão foi abortado em
> nome da tradição e de que o trote na eco não é "violento", nem
> "imposto" aos calouros...
>
> Este ano, como sou Coordenador de uma das habilitações da Escola e, nessa
> condição, faço uma pequena palestra de boas vindas e de orientação
> aos calouros, vou, incluir este assunto nesta palestra. Na verdade,
> vou fazer campanha contra mesmo, para forçar a polêmica entre os alunos.
>
> saudaçõe a todos
>
> Mauricio Lissovsky/ECO
>
> ----- Original Message -----
> From: "Alexandre Lyra de Oliveira" <alexandr at ov.ufrj.br>
> To: "Luis Paulo Vieira Braga" <lpbraga at im.ufrj.br>;
> <forum-prof at listas.if.ufrj.br>
> Cc: <alexandr at ov.ufrj.br>
> Sent: Wednesday, February 11, 2009 8:28 AM
> Subject: [forum-prof] TROTE
>
> Ola colegas,
>
> tem bastante tempo que nao escrevo p/ este forum. Acompanho as msgs,
> algumas sao verdadeiras aulas de historia, outras tratam de temas bastante
> importantes
> como o caso do estudante assassinado na Lapa. Qto. ao conflito
> palestinos/israelenses, creio que muitas vezes as discussoes ficam dificeis
> de
> serem encaminhadas.
>
> O "ponto" deste email e´ o trote.
>
> Já discuti, argumentei etc. no meu depto. e nao cheguei a nenhum
> consenso, ao contrario, no calor da discussao nos aborrecemos, etc.
>
> Hoje havera´ uma reuniao do Depto para discutir outras coisas onde
> será tb. levantada a questao do trote.
>
> Quando. calouro da engenharia, os veteranos simplesmente trancaram as
> portas,
> com sua "tropa de choque", logo apos a aula e fomos submetidos a um festival
> de brincadeiras ridiculas , tais como "tirar a temperatura", onde os
> veteranos
> colocavam um pincel com zarcão no sovaco e eramos obrigados a ficavr
> com aquele zarcao embaixo do braço colando ate´ conseguirmos
> querosene p/ tira-lo. Pinturas no corpo com zarcao e tintas, alem do
> banho de mar na praia suja em frente ao CT.
>
> Hoje em dia vemos (hoje mesmo estao saindo noticias ) que o "trote"
> evoluiu",
> sao "comas alcolicas" , espancamentos, etc., e de vez em quando
> assassinatos.
>
> Meus argumentos estao se esgotando. Assim, partirei para outro
> ponto: porque permitir o trote ? Nao vejo razao para tal. O aluno
> ingressa na UFRJ atraves de um vestibular. O mundo da universidade
> e´ bastante diferente do das escolas do ensino fundamental. Por si
> só o calouro já se vê em uma outra realidade. O argumento de que "
> faz parte da integraçao", e´ um argumento vazio. O outro de que é
> uma tradiçao, isto nao quer dizer que seja correto, ou mesmo
> legitimo. Sinto em muitos colegas uma "sintomatologia pos-ditadura",
> quer dizer: pelo fato de havermos vivido em um regime ditatorial
> com todas suas nefastas marcas, nao quer dizer que tudo que se
> proibe seja ruim. Proibir, evitar, impedir, tambem faz parte da
> educaçao. Afinal, para que existem leis, que sao tambem proibiçoes.
> Nao se pode permitir simplesmente para nao ser ditatorial. Os alunos
> veteranos no Depto. sao, em sua maioria, a favor do trote, é obvio,
> mas e daí ? Eu ja´ estou me saturando de ter que argumentar contra
> algo que pra mim é tão obvio: não há razão plauzivel p/ o trote, por
> mais "light" que seja. Quem vai controlar este "light" ? Até onde
> vai o "light" ?
>
> Penso que como educadores temos tam,bem a obrigaçao de colocar
> limites, um dels e´ impedir o trote. Nao podemos caminhar na tinha
> tenue entre o "trote light" e o "trote violento". Até onde vai um e
> começa o outro ??? Quem irá controlar esta "fronteira" ?
>
> Um dos argumentos utilizados pelos nossos alunos (veteranos) e´ que
> só fazem o trote com a permissao dos calouros. Mas p/ mim, a
> existencia da relacao veterano/calouro ja´ e´ uma situação onde o
> calouro esta´ de certa forma "submetido", ou constrangido. Os
> calouros sao muito jovens, aceitam a submissao (no nosso caso, onde
> os alunos dizem que nao ha´ trote obrigatorio, participa quem quer),
> mas depois podem se arrepender, e aí como fica. Se um destes jovens
> (ou seus pais) resolve processar a UFRJ (como nos noticiarios de
> hoje esta se falando nestes processos contra a universidade onde
> houve o trote violento), de quem e´ a responsabilidade ? Da
> reitoria ? Do departamento que aprovou o trote ? Da Coordenaçao de
> graduação ? Em nosso caso, eu como Coordenador sou contra, mas se o
> depto for a favor, nao tenho poder para impedir.
>
> Enfim, por ai seguiriam meus argumentos. Se nao dermos um chega a
> este tipo de atividade que se coloca como "faz parte da
> integraçao dos calouros com a universidade". iremos manter o ciclo
> eterno: "tenho que dar trote porque levei o trote".
>
> Espero que se manifestem e que os colegas de orgaos superiores levem
> esta discussao para este orgaos.
>
> Abcs,
> ALO
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