[forum-prof] O título de Doutor vale pouco

[jribas at rdc.puc-rio.br]

>Profa Lucia Havia uma "bolha" artificial de titulação fomentada pela
politica de avaliação do Paulo Renato. Agora, há um artigo conservador no
Globo hoje sobre a Reforma Universitária a possível criação de uma nova
"bolha" que é a questão das "cotas", da universidade-comunidade. Quero
saber como a universidade brasileira vai sobreviver a tantas "bolhas" e
discontinuidades administrativo-acadêmicas Ribas



 Caro Ribas e demais colegas,
> Tenho ouvido reclamações de professores da área de letras de que perderam
> o
> emprego ao defenderem o título de doutor, nas particulares. Nessas
> reclamações incluem sempre o fato da avaliação das universidades ter sido
> afrouxada, não contando mais o número de doutores no corpo docente, um
> pecado do MEC de Lula.
>
> Quanto a isso, não há o que fazer, pq a política educacional e social
> (aqui
> sublinho a educação) deste governo anda bem capenga mesmo.
>
> Mas não se pode confundir política de governos com metas de um país e não
> há
> caso de país algum ter se desenvolvido com o nível educacional que temos
> ainda hoje. Assim, não se pode desejar menos doutores e mestres, pq ainda
> temos relativamente poucos. Só quem lidou com "doutores" diletantes, como
> era o caso de letras no passado, sabe como é pernicioso esse tipo de
> auto-formação. O que a pós graduação brasileira veio fazer, e muito bem
> até
> agora ( comparativamente ao que tinhamos) é criar uma formação
> estruturada,
> formal, sistemática, onde antes tinhamos pessoas inteligentes, porém mal
> formadas, cheias de buracos de conhecimento e defeitos de raciocínio. O
> Brasil dos "bachareis"(nada a ver apenas com advogados, bem entendido)
> transforma-se no Brasil dos doutores e mestres, o que é bom.
>
> Concordo com o L. Eduardo de que precisamos aperfeiçoar a qualidade de
> nossos mestres e doutores, mas não concordo que o mestrado deva ser um
> nível
> terminal, como em tantos países. Na minha experiência, mestrado
> "terminal"só
> se for profissionalizante. Mestrado voltado para pesquisa é diferente,
> devem
> ser uma primeira etapa na formação do pesquisador. Nossos mestrados eram
> inflacionados, quase doutorados, quando não tinhamos doutorados, mas agora
> o
> que há é que os mestrados continuam muito longos e super valorizados. É
> preciso redimencioná-los, o que me parece foi feito e vem sendo estimulado
> pela CAPES. Restam ainda cursos que resistem, mas me parece ser este o
> caminho.
> [ ]s
> Lucia Q.
>
>
>
>
> --
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