[forum-prof] ninguem na escuta

lilia at ov.ufrj.br lilia at ov.ufrj.br
Mon Jul 26 23:21:36 BRT 2004


a carta abaixo foi enviada para jornais, governo, etc. mas como eu temia, quem 
interessa nao esta interessada na veracidade das informacoes ... mesmo porque o 
espaco que ocupamos na midia com anuncios de greve e' ridiculo.

agora vamos para essa nova rodada de propostas e anti-propostas e vamos 
plenamente desmobilizados assistir o andar da carruagem (ou sera carroca?)

----- Mensagem encaminhada de lilia at ov.ufrj.br -----
Data:  Thu, 22 Jul 2004 23:16:25 -0300

O ANDES (Sindicato Nacional de Docentes das Instituições de Ensino Superior, 
http://www.andes.org.br) informou, em 16/07/2004, sobre o " quadro de 
mobilização" das Instituições, fornecendo então um Tabela. Nesta, foi possível 
verificar que: 1) das 63 seções sindicais e/ou associações listadas, 32 se 
posicionaram sobre greve; 2) das 32 que se posicionaram, 22 eram a favor da 
greve e 10 contra; 3) somando os totais de professores sindicalizados (das 
seções a favor e contra a greve) e dividindo respectivamente por 22 e 10, 
citados acima, foi possível calcular as médias (de sindicalizados por 
associação/seção que votou a favor ou contra a greve): menos do que 740 (favor) 
e mais do que 1050 (contra); o que significa que entre as 22, há um número não 
desprezível de seções com pequeno número de sindicalizados; 4) das 22 a favor, 
apenas 8 indicaram a data de 27 de julho para o início da greve, data esta 
sugerida pelo ANDES (o que pode ser considerada uma derrota da mobilização), o 
restante dos dias indicados variavam entre 2 de agosto e 23 de agosto 
(considero absurdo contabilizar esta data como um indicativo de greve da mesma 
ordem que o de 27 de julho). Seria mais democrático por parte do ANDES dar 
algum peso relativo ao número de sindicalizados ao invés de simplesmente 
contabilizar os números de associações/ seções. Mais ainda, se contabilizarmos 
os números de votos de professores de fato presentes em assembléias em todo o 
Brasil (que decidiram o indicativo) anteriores ao início de julho, teremos 
cerca de 350 professores contra o indicativo de greve e pouco mais de 150 a 
favor (apesar de que em numero de seções o indicativo venceu). Esse fato sequer 
foi discutido, ao menos publicamente, por integrantes do ANDES.  Outra questão 
fundamental, a meu ver, para as negociações entre governo e ANDES para o 
reajuste dos professores federais de ensino superior, é uma informação oficial 
sobre se irá ou não incidir sobre a nova gratificação proposta em julho, os 
percentuais de ganhos judiciais que muitos professores recebem. Só é possível 
uma avaliação de proposta se todas as variáveis estiverem esclarecidas. Por 
outro lado, para professores mais novos (o futuro das Federais) que em geral 
não recebem tais "extras" advindos de processos, o novo reajuste proposto é uma 
péssima opção em relação à proposta original, de abril, do governo, que foi a 
do aumento da Gratificação de Estímulo à Docência (GED, implantada em 1998). 
Grande parte dos professores que discordam do indicativo de greve concordam, 
emergencialmente, com a proposta original, enquanto não há uma reforma da 
carreira acadêmica nas Universidades, que poderia em si substituir o papel 
introduzido pela GED, que foi principalmente o de estimular o crescimento de 
oferta de cursos e disciplinas nas Universidades Federais. Entretanto tais 
professores não estão encontrando canais de comunicação, dado que tais opiniões 
não têm sido divulgadas pelo ANDES.

Profa. Lilia Arany Prado
Observatório do Valongo - CCMN - UFRJ
lilia at ov.ufrj.br


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