[forum-prof] Indicativo de Greve outra vez

[lilia at ov.ufrj.br]

Caro Luiz,

a existencia desses foruns eletronicos nos dao a ampla possibilidade de 
conhecermos nossas diferencas. Entretanto para esses conhecimento ser eficiente 
e' necessario, como em todo aprendizado, que tenhamos boa vontade e facamos uso 
da boa e velha duvida, que e' o inicio do conhecimento.

A duvida deve servir de pronto para nos questionarmos sobre nossas certezas 
(essas certezas, que cimentam nossa capacidade de evoluir, de fazer ciencia e 
de compreender "grosseiramente" o mundo).

A boa vontade serve para ouvirmos ou lermos com atencao o que os outros teem a 
dizer.

Caso voce nao tenha lido com cuidade uma email passado do Felipe Coelho sobre 
sua experiencia (e o do pessoal do IF, que e' a mesma que a minha) em 
assembleias e caso voce nao tenha lido com cuidado a avaliacao da chapa 2 sobre 
as eleicoes da andes fica realmente dificil entender o "grupo dos 70" e 
consequentemente se explica suas falsas (por ignorancia) declaracoes sobre o 
interesse exclusivo em salario.

Portanto, caso vc esteja interessado, posso envia-los novamente para a sua 
avaliacao.

Alem disso, talvez por voce nao ser das ciencias exatas, nao conheca um 
procedimento muito usado na area que e' reduzir as variaveis do sistema. Se 
introduzirmos velhinhos, INSS, PF, exercito, armas, aeroportos, etc.etc. no 
nosso sistema, corremos o risco de nos reduzirmos a uma colecao de de baratas 
tontas, que provavelmente nao sera capaz de produzir nada, a nao ser usar a 
ironia como arma para sua incompetencia.

saudacoes lilia.


Citando "Prof. Luiz Eduardo" <luizeduardo at pharma.ufrj.br>:

> Sim, é certo.
> 
> Mas existe uma probabilidade de que os pais deles tenham feito greve no 
> INSS, e deixado velhinhos na fila e na chuva sem dinheiro e assistencia
> médica.
> Ou trabalhem na Polícia Federal e tenham congestionado os aeroportos e 
> atrapalhado a vida de milhares de pessoas.
> Ou trabalhem na rede pública hospitalar e deixado pobres e doentes sem 
> atendimento.
> Ou trabalhem na rede pública de ensino e deixado milhares de crianças sem 
> aulas pela periferia.
> Ou trabalhem no exército e tenham ido à Esplanada, segurando aquela faixa 
> que a gente viu nos jornais:  "Vamos ficar com fome com armas nas mãos ?".
> 
> A coisa me parece muito mais complexa do que incorporar ou não GED.
> Do que fazer greve por um reajuste aritmeticamente mais correto ou não.
> E não estamos vendo nada disso em discussão, nada disso na pauta.
> 
> Uma greve acadêmica não pode ser feita apenas por dinheiro.
> A seguir vou enviar cópia de uma entrevista que dei ao jornal da ADUFRJ há 
> uns dois meses atras, associando os problemas da universidade com a questão 
> dos transgênicos.
> Não é por nada não, mas apenas pra que nos conheçamos mutuamente melhor, e 
> há que aqui estamos.
> 
> Minha hipótese é que há um desconforto geral entre os professores da UFRJ.
> E que a maioria não é exatamente contra a greve.
> Mas que certamente existem bandeiras e estratégias mais sofisticadas e 
> éticas, mas que fogem desse rame-rame que nos envolve a todos, década após 
> década.
> 
> Se soubermos fazer uso da internet, se exercitamos a tolerancia, se 
> pensarmos grande, se partirmos da defesa dos interesses permanentes da 
> universidade, lograremos êxito.
> 
> Luiz Eduardo