<p>Felipe,</p>
<p>Muito oportunas as suas observações e também a divulgação da página com fotos da Faculdade de Medicina antes de 1918.</p>
<p>Num país que ainda insiste em lidar desrespeitosamente com a própria História, a nossa UFRJ não tem como escapar ilesa.</p>
<p>Ainda mais com a missão se ser pública e de prover a alta qualidade acadêmica sem cobrar mensalidades de seus estudantes.</p>
<p>Deparamo-nos portanto, com heranças históricas que nem sempre estão entre as melhores, frente à uma missão hercúlea e de especial relevância social, haja visto que até na China as universidades públicas cobram mensalidades de seus alunos.</p>
<p>E está cada vez mais difícil prosseguir com essa missão, não importanto o quanto a financeirização da economia mundial tenha se revelado historicamente (e mais uma vez!) danosa. tanto do ponto de vista social como também do ambiental.</p>
<p>O que mais me aborrece nesse contexto de reconhecida turbulência, justamente quando precisamos afirmar a autonomia acadêmica, no sentido que entendo como auto-aplicável e de acordo com os termos constitucionais, são os tais reinventores da roda, que a exemplo de Naomar pretendem discutir filigranas universitárias e importar canalhamente o sistema dos <em>colleges</em>, como se essas coisas representassem uma espécie de revolução copernicana.</p>
<p>Como varejeiras que se locupletam da crescente podridão, esses diversionistas querem apenas ampliar os próprios espaços de poder, pouco se importanto se os seus podres poderes vão impulsionando a balcanização ou a haitinização do Brasil.</p>
<p>Leandro</p>
<p style="text-align: center;"> </p>
<p><br />Em 24/01/2010 21:24, <strong>coelho@if.ufrj.br</strong> escreveu:</p>
<blockquote style="border-left: 2px solid #6868cc; margin: 0pt 0pt 0pt 0.8ex; padding-left: 1ex;"><br />Prezado Ribas e demais colegas<br /><br />Interessante o artigo do Naomar sobre tradições. Roupas tradicionais são a<br />meu ver um detalhe, na UFRJ até inventaram que cada centro tem uma cor. Agora<br />há essa proposta infantil de um hino. Como fazer um hino se desconhecemos e<br />desvalorizamos nossa história? Nessa situação falar em tradição me parece<br />brincadeira, a UFRJ teima em dizer que tem 88 anos e não 200! Confesso que<br />adoraria se tivéssemos um hino como o do Colégio Pedro II, mas este colégio<br />conhece a sua história e sua responsabilidade nacional, nós não conhecemos a<br />nossa. Aí prefiro o Hino Nacional.<br /><br />A demolição do prédio da Medicina na Praia Vermelha, onde ela ficou 50 e<br />poucos anos de 1918 a 1972, é um dos exemplos dramáticos dos absurdos. O mais<br />estranho no entanto foi que a Medicina ficara os
60 anos anteriores num prédio<br />belíssimo da Santa Casa, na Rua Santa Luzia e esse prédio ainda está lá.<br />Sabe lá como escapou aos políticos, engenheiros, médicos e urbanistas que<br />demoliram o morro do Castelo com argumentos atrasados um século, pré-Pasteur!<br />Hoje fui no MAM e depois aproveitei e andei pelos corredores externos da Santa<br />Casa, que fica perto. Dentro do prédio parece que é lindo, inclusive tem a<br />Capela Imperial, usada pelo Imperador, que assistia aulas na Medicina, mas não<br />pude entrar.<br /><br />Duvido que alguém saiba onde ficaram todos os diversos prédios da UFRJ ao<br />longo da sua história. Já li que a UDF, que virou depois FNFi, ficava no<br />atual ISERJ, ex-Instituto da Educação. Depois a FNFi ficou na av. Marechal<br />âncora, em algum lugar desconhecido. A reitoria já teve diversos endereços<br />(não sei onde) e a FND surgiu da fusão de duas faculdades privadas de<br />direito, que também não
sei onde ficaram. Ao invés de hino eu adoraria ver a<br />Reitoria apoiar uma coleção sobre a história de cada unidade e, depois de<br />identificá-los, colocar placas de bronze em cada um de nossos antigos<br />prédios.<br /><br />Abraços, Felipe<br />PS: Se alguém quiser ver umas fotos da Faculdade de Medicina antes de 1918 há<br />uma página legal, com texto e fotos:<br />http://www.historiaecultura.pro.br/cienciaepreconceito/lugaresdememoria/santacasa.pdf<br /><br />PS2: O Naomar não é o Reuni, ele é alguém que apresenta o modelo americano<br />que vem do século XIX como se fosse uma novidade. E na verdade esse modelo<br />americano vem da Faculdade de Artes medieval, que era um super ciclo básico,<br />então o Naomar quer a volta parcial à Idade Média, quando não havia o<br />Ensino Básico. Esse modelo americano/medieval tem coisas boas mas não podemos<br />importá-lo de olhos fechados. Hoje temos um Frankestein como modelo<br />universitário, f
rancês/americano, mas que forma profissionais para as<br />"corporações de profissões liberais" de padrão fascista. Enquanto houver as<br />corporações a reforma universitária não avançará.<br /><br />PS3: A outra Faculdade de Medicina da época do Império era na Bahia, um de<br />seus professores é o Naomar, que agora reage contra o excesso de tradições.<br />Lá ele pode reclamar disso, aqui não temos nenhuma...<br /><br />----------------------------------------------------------------<br />This message was sent using IMP, the Internet Messaging Program.<br /><br />_______________________________________________<br />forum-prof mailing list<br />forum-prof@listas.if.ufrj.br<br />http://webmail.if.ufrj.br/mailman/listinfo/forum-prof<br /><br /></blockquote>