<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.0 Transitional//EN">
<HTML><HEAD>
<META http-equiv=Content-Type content="text/html; charset=iso-8859-1">
<META content="MSHTML 6.00.2900.3562" name=GENERATOR></HEAD>
<BODY>
<DIV dir=ltr align=left><FONT face=Arial color=#0000ff size=2><SPAN
class=406315323-11012010><STRONG>Leandro: </STRONG></SPAN></FONT></DIV>
<DIV dir=ltr align=left><FONT face=Arial color=#0000ff size=2><SPAN
class=406315323-11012010><STRONG></STRONG></SPAN></FONT> </DIV>
<DIV dir=ltr align=left><FONT face=Arial color=#0000ff size=2><SPAN
class=406315323-11012010><STRONG>Agradeço pela leitura de mais uma de suas
análises bem fundamentadas e esclarecedoras.</STRONG></SPAN></FONT></DIV>
<DIV dir=ltr align=left><FONT face=Arial color=#0000ff size=2><SPAN
class=406315323-11012010><STRONG></STRONG></SPAN></FONT> </DIV>
<DIV dir=ltr align=left><FONT face=Arial color=#0000ff size=2><SPAN
class=406315323-11012010><STRONG>Essa discussão sobre LIXO (muito bem lançada e
abordada) complementa o que tem sido dito de várias maneiras nesse
Forum:</STRONG></SPAN></FONT></DIV>
<DIV dir=ltr align=left><FONT face=Arial color=#0000ff size=2><SPAN
class=406315323-11012010><STRONG></STRONG></SPAN></FONT> </DIV>
<DIV dir=ltr align=left><FONT face=Arial color=#0000ff size=2><SPAN
class=406315323-11012010><STRONG>1o - substituiram os catedráticos educadores
por doutores publicadores;</STRONG></SPAN></FONT></DIV>
<DIV dir=ltr align=left><FONT face=Arial color=#0000ff size=2><SPAN
class=406315323-11012010><STRONG></STRONG></SPAN></FONT> </DIV>
<DIV dir=ltr align=left><FONT face=Arial color=#0000ff size=2><SPAN
class=406315323-11012010><STRONG>2o - cada PhDeus quer seu espaço laboratorial
ou de consultoria para obter maior remuneração mensal e prestígio estatístico ou
científico;</STRONG></SPAN></FONT></DIV>
<DIV dir=ltr align=left><FONT face=Arial color=#0000ff size=2><SPAN
class=406315323-11012010><STRONG></STRONG></SPAN></FONT> </DIV>
<DIV dir=ltr align=left><FONT face=Arial color=#0000ff size=2><SPAN
class=406315323-11012010><STRONG>3o - o número de laboratórios de ensino para
graduandos é menor que o correspondente para pesquisas experimentais ou
computacionais.</STRONG></SPAN></FONT></DIV>
<DIV dir=ltr align=left><FONT face=Arial color=#0000ff size=2><SPAN
class=406315323-11012010><STRONG></STRONG></SPAN></FONT> </DIV>
<DIV dir=ltr align=left><FONT face=Arial color=#0000ff size=2><SPAN
class=406315323-11012010><STRONG>4o - cada um por si e...
</STRONG></SPAN></FONT></DIV>
<DIV dir=ltr align=left><FONT face=Arial color=#0000ff size=2><SPAN
class=406315323-11012010><STRONG></STRONG></SPAN></FONT> </DIV>
<DIV><SPAN class=406315323-11012010><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2><STRONG>Há uns 30 anos, o Prof. Catedrático Bernardo Mascarenhas da
Escola de Química leu num congresso de engenharia química os títulos de algumas
teses de mestrado e motivou boas gargalhadas na platéia formada de profissionais
atuantes nas empresas...</STRONG></FONT></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN class=406315323-11012010><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2><STRONG></STRONG></FONT></SPAN> </DIV>
<DIV><SPAN class=406315323-11012010><STRONG><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2>Na última década, o Prof. Catedrático Kurt Politzer da Escola de
Química apresentou num evento do Conselho Regional de Química os dados
sobre a baixíssima produção de patentes no Brasil e o cenário deve continuar
sendo o mesmo.</FONT></STRONG></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN class=406315323-11012010></SPAN> </DIV>
<DIV><SPAN class=406315323-11012010><STRONG><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2>O dramático nesse antagonismo acadêmico (publicar teses de PG ou elaborar
pedidos de patentes) é que as universidades deixam aos inventores o encargo
de procurar clientes para adquirir as patentes e... as nossas caem
rapidamente em domínio público, porque é caro pagar as taxas no Brasil e
revalidar para o exterior e não temos verbas para sua
manutenção. </FONT></STRONG></SPAN></DIV>
<DIV><SPAN class=406315323-11012010></SPAN> </DIV>
<DIV><SPAN class=406315323-11012010><STRONG><FONT face=Arial color=#0000ff
size=2>AZ</FONT></STRONG> </SPAN></DIV>
<DIV><FONT face=Arial color=#0000ff size=2></FONT><BR></DIV>
<DIV class=OutlookMessageHeader lang=pt-br dir=ltr align=left>
<HR tabIndex=-1>
<FONT face=Tahoma size=2><B>De:</B> forum-prof-bounces@if.ufrj.br
[mailto:forum-prof-bounces@if.ufrj.br] <B>Em nome de
</B>leandrofilho@uol.com.br<BR><B>Enviada em:</B> segunda-feira, 11 de janeiro
de 2010 21:15<BR><B>Para:</B> Luiz Eduardo email<BR><B>Cc:</B>
FORUM-prof@listas.if.ufrj.br<BR><B>Assunto:</B> Re: [forum-prof] L.I.X.O...
in-recicláv el & CHICOTE inócuo...<BR></FONT><BR></DIV>
<DIV></DIV>
<P>Prezados,</P>
<P>Penso que boa parte do mal-estar na avaliação do desempenho acadêmico,
resulte do emprego da palavra "produtividade" e de sua inevitável associação com
os códigos do economicismo capitalista.</P>
<P>Como o trabalho docente jamais se prestou à tangibilidade típica do modo de
produção capitalista, não sendo sequer "produtivo" do ponto de vista econômico,
determinar parâmetros para uma avaliação justificadora da remuneração dos
professores, o ítem mais dispendioso de qualquer sistema educacional (mesmo
quando são mal pagos), constitui a tarefa mais difícil e quase sempre inglória
da maioria dos gestores de educação.</P>
<P>E como o que se pretende sempre é o ajuste dessa avaliação aos dogmas da
economia capitalista, quase sempre os principais parâmetros de produtividade
remetem à redução de carga horária dos cursos (é preciso aligeirar a
formação!),com aumento acentuado da carga horária docente (professor-horista) ao
aumento da relação professor-aluno (tem ex-Reitor que não vê problemas se for de
1:300 ou superior) e no caso mais especifico e hegemônico entre os professores
universitários, a massiva publicação de artigos.</P>
<P>Nesse último ítem, são abundantes os relatos de publicadores tão
"produtivos", que a impressão é de que os numerosos artigos tão febrilmente
elaborados, podem ter sido na verdade... psicografados.</P>
<P>A questão maior, é que enquanto a menoridade acadêmica continuar grassando no
ensino superior, mais capitalista tenderá a ser a avaliação dos docentes
universitários, os quais serão ainda submetidos, cada vez mais,
aos esquemas "meritocráticos" de diferenciação salarial por meio de bolsas ou
outras formas de estímulo pecuniário, outra grande tradição herdada do
capitalismo industrial.</P>
<P>E não é nada fácil superar esse estado de coisas, exatamente porque o
capitalismo é o sistema-mundo vigente, como lembra Wallerstein, além do fato de
que os docentes universitários em quase todo o mundo, abraçam serenamente a tese
da naturalização da produtividade acadêmica.</P>
<P>Donde tendem em sua maioria, a acatar como igualmente natural, a
competitividade sem exclusão de golpes, incluindo publicações por vezes
fraudulentas, além de atos de explícito vampirismo intelectual, numa espécie de
conformidade com uma variante do darwinismo que jamais foi endossada por Darwin,
mas apenas por alguns dos seus mais equivocados intérpretes, como Spencer e
Weber.</P>
<P>Com efeito, até Marx andou escrevendo umas boas bobagens sobre Darwin, tendo
sido por sinal, categoricamente desautorizado pelo próprio naturalista
inglês.</P>
<P>Assim sendo, diante dessas consideráveis dificuldades, já seria de bom
tamanho se os professores principiassem pela rejeição gradual dessa infame
expressão "produtividade acadêmica", a qual somente lhes minora e falseia a
função social, já que o trabalho docente não é por natureza produtivo,
empregando ao invés disso, o termo proficuidade acadêmica ou proficuidade
intelectual.</P>
<P>Sem embargo, proficuidade é uma palavra que tem mais a ver com proficiência,
maestria, capacidade apurada e com atividades que resultam em efeitos
proveitosos, sendo portanto mais próxima da elaboração intelectual maior, o que
se espera enfim como resultante da prática laboral dos docentes
universitários.</P>
<P>Além disso. proficuidade tem mais a ver com legado, do que com
produtividade.</P>
<P>Pensado nessas expressões, será que Kant, Einstein ou Heinsenberg, devem ser
mais bem lembrados como "produtivos" ou como profícuos?</P>
<P>Não sei quanto a vocês, mas de minha parte, nem mesmo o fato de eles nos
terem legado inúmeros textos ou trabalhos de caráter acadêmico, serve para
considerá-los como simplesmente "produtivos".</P>
<P>Penso que para muito além dessa estreita visão, eles estiveram, isso sim,
entre os mais profícuos e prolíficos acadêmicos de todos os tempos.</P>
<P>E só isso já nos deveria levar a entender, que "avaliar produtividade" de
professor, principalmente a partir de códigos ou esquemas típicos do
economicismo capitalista, é antes de tudo um grosseiro equívoco em qualquer
instância da gestão educacional.</P>
<P>Abraços,</P>
<P>Leandro</P>
<P> </P>
<P> </P>
<P> </P>
<P> </P>
<P style="TEXT-ALIGN: center">Atenciosamente,</P>
<P style="TEXT-ALIGN: center">Leandro Nogueira<BR>Doutor em Educação
Física<BR>Coordenador do Curso de Graduação em Educação Física<BR>EEFD-UFRJ</P>
<P><FONT face=Arial color=#0000ff size=2></FONT> </P>
<P><BR><BR>Em 11/01/2010 19:27, <STRONG><SPAN>Luiz Eduardo email <
luizeduardo.email@yahoo.com.br ></SPAN></STRONG> escreveu:</P>
<BLOCKQUOTE
style="PADDING-LEFT: 1ex; MARGIN: 0pt 0pt 0pt 0.8ex; BORDER-LEFT: #6868cc 2px solid"><BR><SPAN
style="FONT-SIZE: small">At 17:22 11/1/2010 -0200, you wrote:<BR>
<BLOCKQUOTE class=cite>Essa estoria já fez aniversário. Ver por ex.
(novembro 2008)<BR><BR><A
href="http://scholarlykitchen.sspnet.org/2008/11/25/elsevier-math-editor-controversy/"
target=_blank>http://scholarlykitchen.sspnet.org/2008/11/25/elsevier-math-editor-controversy/</A>
<BR><BR>e, como comentário correto sobre o tema (final do
artigo):<BR><BR>''The problem is not that he published 5 articles in his own
journal. <BR>The problem is that hes published <A
href="http://www.scirus.com/srsapp/search?q=%28au%3AEl+AND+au%3ANaschie%29&t=all&sort=0&g=s"
target=_blank>over 300 articles</A> in his own journal since 1993.
''<BR><BR>Agora, por curiosidade, qto de fato é relevante e ''honesto'' em
suas publicacoes?<BR><BR>Afinal, conheci um gajo produtivo que tambem
simulava publicacoes, <BR>que eram de fato resumos ( para ''fazer numero'',
para<BR>dar ''mais peso ao seu nicho'' - argumentos dados sem o menor
pudor)<BR><BR>O que leva uma pessoa produtiva a falsificar descaradamente
quando isso,<BR>de fato, nao é necessario?<BR><BR>Esse é um tema
interessante, digno de artigo. Alias, como será que <BR>evoluiram essas
taticas na historia da ciencia e as respectivas
estatísticas?</BLOCKQUOTE><BR><BR><BR><BR></SPAN><SPAN
style="FONT-SIZE: small; COLOR: #000080"><STRONG>O que é desonesto não é
publicar ou não publicar no proprio jornal.<BR><BR>Desonesto é impor as
publicações como único e opressor indicador de produção e
produtividade.<BR><BR><BR>Se os concursos públicos fossem feitos com
inteligencia e honestidade...<BR><BR>Se o ingresso no quadro de professores
fosse por critérios inteligentes e honestos...<BR><BR>Se quem entrasse aqui
fosse...<BR>DE
VERDADE...<BR>professor...<BR>pesquisador...<BR>intelectual...<BR><BR>ora, não
precisaria AVALIAR PRODUTIVIDADE NENHUMA.<BR><BR><BR>E, ao impor tais
indicadores... estamos fazendo o quê ?<BR><BR>Ora... estamos querendo inventar
chicotes pra fazer intelectual pensar...<BR>pra fazer cientista
publicar...<BR><BR><BR>ORA...<BR>ESSE CHICOTE SÓ FUNCIONA EM CIMA DE QUEM É O
OBRIGADO A FAZER O QUE NÃO SABE, O QUE NÃO QUER, O QUE N ÃO PODE.<BR><BR><BR>E
então... <BR>dá nisso aí...<BR><BR>UM MEDIOCRE INSTRUMENTO DE ESTÍMULO À
PRODUTIVIDADE DE MEDIOCRES.<BR><BR><BR>Por
favor...<BR><BR><BR>L.E.<BR><BR>========================================</STRONG></SPAN><STRONG></STRONG>
<BR></BLOCKQUOTE></BODY></HTML>