<div dir="ltr"><div><a href="http://www.proifes.org.br" target="_blank">www.proifes.org.br</a></div>
<div> </div><p style="line-height: 14.4pt;" align="center"><b><font size="3"><span style="color: black;">São Paulo, 24 de setembro de 2008</span></font></b></p>
<p style="line-height: 14.4pt;" align="center"><b><span style="color: black;"></span></b></p>
<p style="line-height: 14.4pt;" align="center"><b><span style="color: blue;"><font size="3">PROIFES é a resposta da base ao sectarismo estéril dos sem lutas</font></span></b></p>
<p style="line-height: 14.4pt;" align="center"><b><span style="color: rgb(51, 51, 51);"><font size="3"> </font></span></b></p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-indent: 35.45pt;"><font size="3">A
recente criação do Sindicato Nacional dos Professores das Instituições
Federais de Ensino Superior (PROIFES) é uma firme iniciativa pela
liberdade de organização sindical e uma resposta da base das
Associações de Docentes contra o sectarismo estéril e atroz assumido
pela direção da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior
(Andes). A decisão de fundar a nova entidade é, pois, evidentemente,
uma reação à inconseqüência e irresponsabilidade do PSTU/PSOL que, ao
partidarizarem a Andes e subordinarem as reivindicações da categoria
aos mesquinhos interesses de correntes, a levaram ao gueto do
descrédito e do isolamento.</font></p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-indent: 35.45pt;"><font size="3">É
inegável que ao longo deste período, ocorreram inúmeras e vitoriosas
mobilizações comandadas pela CUT que colocaram no centro a melhoria das
condições de vida e trabalho dos servidores federais e, em particular,
dos professores universitários. Foram memoráveis as marchas, greves e
manifestações contra a reforma da Previdência, em defesa do seu caráter
público e da manutenção de direitos, combatendo concepções reacionárias
que alegavam um suposto déficit para propagandear a necessidade da sua
privatização. Demarcamos campo em defesa da realização de concursos
públicos, da necessidade de novas contratações, para que o Estado
cumpra com suas obrigações sociais, prestando um serviço de qualidade.</font></p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-indent: 35.45pt;"><font size="3">Ao
lado da Condsef (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço
Público Federal), da Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores
das Universidades Brasileiras), da CNTSS (Confederação Nacional
dos Trabalhadores na Seguridade Social) e de muitas Associações de
Docentes, estivemos na linha de frente na disputa pelo papel do Estado
e pela valorização funcional. Na mais recente, realizada no começo de
setembro, em Brasília, entregamos mais de 500 mil assinaturas contra o
projeto de Fundação Estatal de Direito Privado. Enquanto presidente e
secretário geral da CUT, lembro claramente das audiências com
ministros, dos embates duros que envolveram o conjunto da nossa
executiva nacional contra concepções que faziam concessões à agenda de
Estado
mínimo derrotada nas últimas eleições presidenciais.</font></p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-indent: 35.45pt;"><font size="3">No
início do governo Lula, como presidente da CUT e depois como secretário
geral, participei junto com a direção da Andes de audiências com vários
ministros. Em nenhum momento - e a direção da Andes daquele período é
testemunha disso -, a nossa Central deixou de defender a pauta de
reivindicações apresentada pela entidade docente.</font></p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-indent: 35.45pt;"><font size="3">Temos
compromisso e consciência do papel que desempenhamos ao longo do último
período para afirmar nossos princípios de liberdade e autonomia
sindical. Afinal, quem tem dirigido as greves de bancários do Banco do
Brasil e da Caixa? Quem tem mobilizado as unidades da Petrobrás contra
os leilões do petróleo e em defesa de um novo marco regulatório que
preserve o interesse nacional? Quem tem ocupado terras e questionado a
política agrária, lutado por mais investimentos na agricultura familiar
e pelos direitos dos trabalhadores do campo? Quem articulou, organizou
e mobilizou a militância para as Marchas do Salário Mínimo, para o
reajuste da tabela do Imposto de Renda, pela implementação das
Convenções da OIT sobre a negociação coletiva no serviço público (151)
e a que
coíbe a demissão imotivada (158)? Quem tem atuado junto à Coordenadora
das Centrais Sindicais do Cone Sul em defesa de uma integração
latino-americana efetivamente solidária e soberania, contra os ataques
do imperialismo à Bolívia, Cuba e Venezuela? A resposta é conhecida e
reconhecida pela classe operária e pela sociedade: a CUT. Por mais que
a ultra-esquerda infantil teime em negar a realidade, felizmente para o
dia-a-dia dos trabalhadores, ela não cede lugar aos tolos devaneios.</font></p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-indent: 35.45pt;"><font size="3">Nos
defrontamos evidentemente com concepções do PSTU e do PSOL, que
representam hoje uma pretensa ultra-esquerda, que aposta no racha do
movimento sindical combativo para tentar crescer. A fórmula a cada
partido uma central é lesiva aos interesses imediatos e futuros da
classe, pois desconsidera algo elementar: quem representa a parte é o
partido, cabendo ao sindicalismo unir o conjunto, aglutinar forças para
tornar inquebrantável o feixe. Por isso continuamos defendendo a
existência de uma única central do campo da esquerda.</font></p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-indent: 35.45pt;"><font size="3">O
fato é que um expressivo número de Associações de Docentes se recusou a
sair da CUT e a ceder à pressão mandonista e divorciada das bases, uma
vez que se identificam com nossos princípios, os incorporaram a seu DNA
e às suas lutas. Mais uma vez os adeptos dos "sem lutas" vociferam
contra a matemática mais elementar e multiplicam-se os "congressos" e
"assembléias" de universidades federais onde a desfiliação foi aprovada
em reuniões a portas fechadas com um número risível e irrisório de
docentes. Na Federal do Recife, como em tantas outras assembléias
esvaziadas, compareceram 21 de um universo de 1600 docentes. No próprio
Congresso da Andes, em Curitiba, membros da Executiva Nacional da CUT
foram gentilmente "desconvidados" para que não
comparecessem aos debates, uma vez que a saída já havia sido decidida
"democraticamente" pela cúpula. Frente à sucessão de atropelos
ditatoriais da maioria por uma minoria, a única alternativa das ADs foi
se organizarem nacionalmente para garantir voz à categoria.</font></p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-indent: 35.45pt;"><font size="3">Quando
a CUT foi fundada em 1983, surgiu levantando alto a bandeira da
liberdade e autonomia sindical, contra a unicidade e pela implantação
da Convenção 87 da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Assim,
os cutistas passaram a criar Confederações e Federações orgânicas, onde
não existiam entidades filiadas. Naquele momento, as correntes que
neste momento atacam a criação do PROIFES-Sindicato cerravam fileiras
conosco, uma vez que comungavam com essa concepção. Hoje, entorpecidas
e deslumbradas com o brilho de seus aparelhos burocráticos, tão
sedutores quanto ocos, mergulham fundo na inoperância, no sectarismo e
na frouxidão, passando a priorizar o conchavo e a conciliação com
velhos inimigos, com quem vociferam juntos contra nós, os que lutamos
para
mudar arcaicas estruturas. Por mais que teimem em negar o óbvio, são
nacionalmente inexpressivos. Quando são maioria, esvaziam as entidades
com seu destempero, levando-as à falência, política e econômica. Quando
são minoria, tentam de todas as formas e sob os argumentos mais
ridículos e oportunistas, a desfiliação da nossa Central, combatendo
selvagemente os princípios de liberdade e autonomia. Ou se esquecem da
tentativa de criar uma Federação de Sindicatos de Petroleiros vinculada
ao PSTU/PSOL contra a combativa e histórica FUP (Federação Única dos
Petroleiros), que é filiada à CUT?</font></p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-indent: 35.45pt;"><font size="3">No
Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo
(Sindupes), se aproveitaram de uma maioria no Congresso e expulsaram os
cutistas da direção do Sindicato, dirigentes que haviam sido eleitos
pelo voto dos associados.</font></p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-indent: 35.45pt;"><font size="3">Por
mais que esperneiem, não podem retirar o direito da CUT e de sua
diretoria de se manterem fiéis aos seus princípios históricos. Não
fomos nós que abandonamos a causa. A CUT não renega sua história,
continuamos sendo o que sempre fomos: uma central da esquerda, de
massas, enraizada em todo o território nacional, de combate ao
neoliberalismo e ao imperialismo, de luta por um Brasil livre, por uma
América Latina integrada, pelo socialismo.</font></p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-indent: 35.45pt;"><font size="3">As
alegações utilizadas contra a fundação do PROIFES-Sindicato, de que
eram maioria, mas não adentraram no recinto – a sede nacional da CUT -
porque foram impedidos, e outras asneiras do gênero, são de uma pobreza
abissal, à altura da sua inação. Tamanho absurdo não merece nada além
do que o desprezo, pela magnitude da tolice.</font></p>
<p style="margin: 6pt 0cm 0pt; text-indent: 35.45pt;"><font size="3">Mais
poeticamente, poderíamos dizer que "a História é um carro alegre, cheia
de um povo contente, que atropela, indiferente, todo aquele que a
negue".</font></p>
<p style="text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 8pt;"> </span></p>
<b><span style="color: blue;"><font size="3">João Antonio Felício</font></span></b></div>