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<div align="right"><font size=1>28 de janeiro de 2007</font> <br>

<img src="cid:7.0.1.0.0.20070129002016.01b2d238@infolink.com.br.0" width=160 height=29 alt="[]">

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<img src="cid:7.0.1.0.0.20070129002016.01b2d238@infolink.com.br.1" width=500 height=1 alt="[]">

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</div>

<div align="center"><font size=4 color="#000080"><b>JANIO DE FREITAS

<br><br>

</font><font size=5>Doença brasileira <br><br>

</b></font></div>

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<div align="center"><b><i>40% dos formandos em medicina não têm nem os

conhecimentos mínimos para exercê-la <br>

</div>

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</i></b>ENQUANTO se discutem os efeitos hipotéticos do pacote de um

presidente que declarava encerrada, por seu governo, a era dos pacotes,

uma notícia literalmente fatídica mal chegou à superfície: 40% dos

formandos em medicina não têm nem os conhecimentos mínimos para exercê-la

- mas logo estarão, ou já estão, atendendo como médicos. Não são

formandos de faculdades em estados precários, Piauí, Amapá, Rondônia, mas

de faculdades da riqueza paulista, submetidos ao veredicto do Conselho

Regional de Medicina de São Paulo-Cremesp.<br><br>

Duas observações do coordenador do exame, cardiologista Bráulio Luna

Filho, dimensionam a ênfase merecida, mas negada, pela notícia.<br>

Os formandos em geral iniciam a prática médica pela emergência

hospitalar, onde a maioria dos pacientes chega necessitando de tratamento

tão urgente quanto competente. Aí os aguarda a alta probabilidade de

atendimento incompetente.<br><br>

A má formação manifesta-se com a mesma ameaça em outros setores,

inclusive consultórios particulares, como se deduz das 3.360 denúncias de

erros médicos em 2005, com aumento de 142% em apenas dez anos. Não por

acaso, a maioria dos acusados foi formada, ou melhor, diplomada pelas

faculdades com o desempenho mais deplorável no Exame Nacional de

Desempenho dos Estudantes, o Enade.<br>

Do anterior para o recente exame aplicado pelo Cremesp, ficou evidente a

piora constante do ensino de medicina, com mais 7% de reprovações só de

um ano para o outro.<br><br>

E olhe que os formandos dispostos ao teste do Cremesp, não obrigatório,

são tidos como os melhores de suas faculdades.<br>

Vê-se que o tal Enade não se prestou à utilidade tão propalada.<br>

Mais útil - aliás, só por absurdo ainda inexistente - é outro tipo de

exame.<br><br>

Assim como a Ordem dos Advogados do Brasil exige a aprovação em exame

seu, para dar validade profissional aos diplomas das faculdades de

Direito, os diplomados em medicina não poderiam ser dispensados de exame

pelas autoridades da profissão, para justificarem a confiança das vidas

alheias.<br><br>

De garis, estes heróis das cidades, e de médicos depende a nossa

existência de seres urbanos.<br><br>

</body>

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