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Colegas<br><br>
Ontem, como alguns devem saber, houve uma mesa-redonda sobre a Reforma do
Ensino Superior, também chamada de Reforma Universitária. O título era
"<font size=2>As implicações da Reforma Universitária 2004 para o
ensino do 3o grau. Formas de adaptação curricular e modelos de ensino a
serem introduzidos. O que temos que aprender do modelo dos ciclos básicos
implantados na década dos 70." O coordenador era o <b>Adalberto
Fazzio</b> (IF,USP). A mesa redonda foi parte do </font>XVI Simpósio
Nacional de Ensino de Física, o SNEF. <br>
<font size=2>Os palestrantes foram o <b> André (?),</b> representando o
<b>Nelson Maculan</b> (Secretário SESU,MEC), o <b>Luiz Antonio Cunha</b>
(FE, UFRJ), o <b>E W. Hamburger</b> (IF,USP) e o <b>Luiz Davidovich</b> (IF,UFRJ). Cada apresentador falou 20 minutos. Abaixo vai o resumo do que me lembro (pode ter muitas distorções, mas elas não são intencionais)..<br><br>
O <b>André</b> deu uma geral nas motivações da reforma e no projeto da Lei Orgânica do Ensino Superior, LOES. Nessas motivações está a baixíssima percentagem de alunos nas universidades em relação à faixa etária de 18 a 24 anos. Outros países subdesenvolvidos tem percentuais muito maiores. Teve uma apresentação inicial de algumas estatísticas. Discutiu a fronteira entre o setor público e o setor privado e entre universidade, centro universitário e EES isolada. A maioria das universidades privadas (ser universidade dá vantagens) deixaria de o ser, com o novo critério da lei. Discutiu a viabilização da autonomia com mais recursos para custeio. <br><br>
O <b>Luiz Antônio </b>fez uma análise crítica de diversos pontos, como a separação universidade-faculdade, que no seu entender deve ser dicotômico, sem ter gradações. Achou sintomático que se fale em PRO-UNI e em Reforma Universitária quando o grosso das nossas IES não são universidades. Discutiu também a questão das mantenedoras que são mantidas. Disse que era contra cotas mas não falaria sobre isso por falta de tempo. Criticou a tendência a transformar os CEFETs em universidades. Criticou o pessimismo do governo atual em que o presidente disse aos alunos do Prounio que nunca o ensino superior seria majoritariamente público. Lembrou para isso que num passado recente (eu me lembro disso!) o antigo ginásio (atuais quinta a oitava séries do primeiro grau) e o ensino de segundo grau estavam maciçamente na mão da iniciativa privada e que hoje esse quadro é o inverso, o que foi conseguido com investimentos e cvontade política. (O Luiz é um dos mais importantes sociólogos de educação do Brasil., autor de diversos livros fundamentais, inclusive sobre o ensino profissionalizante do segundo grau. Ele é também um membro muito ativo do CONSUNI/UFRJ.)<br><br>
<b>O Ernest </b>falou mais sobre a evasão na USP, especificada por cursos, turnos e diversas outras variáveis. Esse foi parte de um estudo sistemático que envolveu entrevistas com os alunos. Também falou sobre a reforma de 68 e julga inviável um ciclo básico com 1500 alunos. Foi uma apreserntação interessante mas pouco ligada ao tema.<br><br>
<b>O Luiz Davidovich</b> apresentou alguns do principais problemas que afetam o ensino superior no Brasil, e apresentadas propostas para sua reestruturação. Em particular, apresentou os pontos levantados pelo Grupo de Trabalho da Academia Brasileira de Ciências sobre a Reforma do Ensino Superior. Levantou os diversos tipos de conselhos sociais que governam as universidades americanas e dos conselhos majoritariamente docentes que governam as européias. Ridicularizou a caracterização como "sovietização" dos colegiados sociais, dizendo que esse é o modelo das universidades americanas privadas (estas são cerca de 20% do total e só 1,5% do total tem fins lucrativos). <br>
Discutiu os diversos mecanismos de escolha de reitor, nenhum dos quais propos algo similar a voto univeral de docentes funcionários e alunos. O mais perto que se chega disso é em algumas universidades européias nas quais a totalidade do corpo docente vota para reitor. Discutiu mecanismos integradores na base de cursos específicos transdisciplinares. Apoia a existência de ciclo básico conferindo um diploma e permitindo a escolha de profissão (é assim na UCLA). Os estudantes que já tivessem claro a a escolha profissional entrariam direto. (O Luiz é um participante ativo da comissão da ABC, Academia Brasileira da Ciência, que está discutindo essas propostas e tentando alinhavar um texto mais consistente.)<br><br>
Excetuando a apresentação do Ernest as outras três colocaram pontos fundamentais de como estruturar a universidade. Foi muito bom, mas curto. Nas perguntas discutiu-se o domínio do lobby das particulares tanto no Congresso quanto no CNE (ex-CFE). Temos que que fazer um debate dos dois Luizes, que são nossos professores e do Andre, tendo mais tempo para exposição e perguntas! <br><br>
Um abraço, Felipe</font></body>
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